ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 14/03/2020 09:59
ENCONTRO COM OMESTRE
Reprodução/Foto-RN176 Dr. Daisaku Ikeda, ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista e atualmente é o Mestre e Terceiro Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI. Reunidos no Parque de Yamashita, em Yokohama, Ikeda sensei conversa com jovens e solicita: “Por favor, sejam gentis com sua mãe e deem meus melhores cumprimentos a seu pai” (Kanagawa, dez. 1980) – Editora Brasil Seikyo – BSGI
As inquietações e expectativas dos jovens são tema do Encontro com o Mestre desta edição. Trata-se de um conteúdo inspirador, formado por trechos da obra Juventude — Sonhos e Esperanças, publicada em dois volumes, que contém o diálogo entre o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, e os líderes da Divisão dos Estudantes (DE) da Soka Gakkai, Japão. Ikeda sensei responde sobre diversas questões vivenciadas pelos jovens, nesse diálogo que é extremamente relevante em nossa época, não apenas para os jovens, mas para todos aqueles que mantêm acesa a chama do crescimento pessoal.
O importante é que sejam felizes
Agradecemos sinceramente pela oportunidade deste diálogo. Para os integrantes da Divisão dos Estudantes Herdeiro (DE-Herdeiro), esta obra será um tesouro para toda a vida. Desejamos aprender ao máximo com a rica sabedoria e larga experiência de vida de Ikeda sensei.
Daisaku Ikeda: Sou eu que agradeço. Estou determinado a dar tudo de mim neste diálogo. Quero falar a verdade a vocês da geração jovem. Por quê? Porque meu único desejo é criar verdadeiros líderes para o século 21. É impreterível o surgimento de líderes verdadeiramente humanistas — para o mundo, a humanidade, o kosen-rufu e a paz. O mundo inteiro clama por isso.
Criar jovens líderes é minha maior alegria.
Certa ocasião, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, disse: “Nada é mais agradável que me encontrar com jovens que têm o coração puro e buscam um correto caminho de vida”. Sinto exatamente o mesmo.
Deposito elevadas expectativas em vocês como pessoas que terão papel ativo no século 21, uma época crucial para toda a humanidade. Orarei pela vitória de vocês. Afinal, o crescimento e a atuação de cada um é o próprio kosen-rufu, a paz mundial.
Não tenho intenção de tratá-los como crianças. Tenho a mais elevada estima por vocês e os vejo como excelentes adultos, pessoas de nobre caráter. Por isso falarei de maneira franca e direta.
Talvez discordem de alguns pontos do que lhes disser. Não há problema nisso. Quero apenas que consigam absorver algo.
Eu desejo apenas que cada um de vocês, meus amados estudantes, viva uma juventude sem arrependimentos. Não devem ter nenhum arrependimento na juventude, a mais importante época para estabelecer as bases para toda a vida.
Gostaria que experimentassem a satisfação de terem realizado algo — não importa o quê — a seu próprio modo e de acordo com a sua capacidade. Mesmo que sejam tarefas simples como fazer faxina, participar de atividades extracurriculares ou dedicar-se a algum trabalho voluntário, o importante é ficarem satisfeitos por saber que contribuíram com algo, que fizeram o máximo. Tornem-se pessoas das quais os outros possam dizer com admiração: “É uma pessoa a quem eu realmente respeito”.
Avançar mesmo com preocupações
Atualmente, muitos estudantes pensam em fazer algo, mas não sabem exatamente o quê. Outros não demonstram interesse em nada, ou ficam angustiados por não terem coragem de perseguir seus sonhos. Parece que existem muitos casos assim.
Um estudante comentou que as escolas de hoje tratam como anormais aqueles que não conseguem acompanhar as aulas. Isso é terrível. Esses jovens se sentem desencorajados porque a nota é o único critério que os classificam. E quando não conseguem entrar numa escola de renome na etapa seguinte, desanimam como se tivessem sido reprovados na vida. Há ainda os que, mesmo tirando boas notas, não acalentam grandes sonhos e parecem esgotados. Um dilema na vida estudantil é o de como viver de forma autêntica e com boa disposição.
Ikeda: Essa situação demonstra os efeitos nocivos da ênfase exagerada que a sociedade dá à formação acadêmica. Pelo fato de as escolas não ensinarem as questões essenciais da vida, do “para quê?”, nem os caminhos que devem seguir como seres humanos, os estudantes acabam sofrendo desnecessariamente.
Então, como os jovens reagirão numa situação como essa? Guardando rancor contra a sociedade, a escola, os pais ou a si próprios, será que conseguirão se sentir felizes assim? Acredito que não.
Vocês são preciosos e insubstituíveis. Por favor, não se permitam sucumbir à negatividade e ao cinismo. O sofrimento existe em qualquer época. Independentemente da era, a juventude é uma época de conflitos com dúvidas e angústias.
As notas escolares não são a única fonte de preocupação. Podem ter problemas em casa, com a saúde, com a aparência, com os relacionamentos ou com os amigos. Podem se sentir dominados por sentimentos de dor, insegurança, frustração e tristeza. Juventude significa lidar com todos os tipos de adversidades. Significa resolvê-las, a despeito de quais sejam, dissipar as nuvens escuras do desespero e avançar rumo ao sol, rumo à esperança. Essa força é a marca registrada dos jovens.
Reprodução/Foto-RN176 LANÇAMENTO EM 16 DE MARÇO DE 2020
É natural ter desafios, cometer erros ou se sentir arrependido. O importante é não ser derrotado por isso. Em meio às suas preocupações e esforços, sempre olhem para frente e avancem.
Suponhamos que estejam perdidos no meio da selva, e querem encontrar o caminho para chegar ao oceano, mas não sabem por onde seguir. O que vocês devem fazer? A resposta é continuar avançando até encontrar um rio. Se seguirem a correnteza, com certeza chegarão ao oceano.
O importante é continuar avançando. Mesmo lutando contra vários problemas, é vital que recitem daimokue avancem mesmo que seja apenas um ou dois milímetros. Se fizerem isso ao longo da vida, quando olharem para trás, verão que atravessaram toda a selva.
A medida do seu sofrimento, da tristeza, e do quanto recitar daimoku, serão proporcionais à profundidade alcançada de sua vida. As dificuldades que encontram hoje servirão como nutrientes para se tornarem líderes do século 21.
Por exemplo, digamos que tenha sofrido com a cobrança exagerada no desempenho escolar e na formação acadêmica. Então decida contribuir para o desenvolvimento de uma educação humanística no futuro que, em vez de desmoralizar os estudantes, deixe-os repletos de esperança. Uma pessoa que decide assim e realiza tal empreendimento com certeza será um líder do século 21.
É claro que o estudo é imprescindível. Mas as notas escolares não vão determinar o curso de toda a vida de vocês. Seu futuro depende de seus esforços e se estão ou não seguindo o caminho correto. De nada adiantará ficarem se comparando aos outros. O importante é compararem o seu “eu” de hoje ao seu “eu” de ontem. Se perceberem que avançaram pelo menos um passo, então isso é vitória.
Certa vez, uma pessoa famosa disse ao seu filho: “As notas podem ser medianas. Mas, por favor, torne-se uma pessoa ‘grande’ em personalidade”.
A grandiosidade como ser humano não é absolutamente algo que se determina pela formação acadêmica ou pela posição social. Mesmo pessoas formadas pelas melhores universidades podem acabar se envolvendo em atividades criminosas. E há alguns entre a chamada “elite” que são arrogantes. Eu quero criar “líderes”, não uma “elite”.
Uma pessoa verdadeiramente grandiosa é aquela que consegue ser aliada daqueles que estão em meio às tormentas, ao sofrimento, ou à infelicidade. Pode ser chamada de “líder do novo século”.
A sociedade de hoje tende a discriminar as pessoas infelizes, desprezá-las e deixá-las de lado. Muitos dos líderes atuais da sociedade agem dessa forma. Esse é um erro deplorável.
O estudo deveria servir para descobrir um caminho para auxiliar aqueles que estão sofrendo. Entretanto, muitos líderes não só os desprezam, como os atiram num abismo de sofrimento ainda maior. Não há sociedade tão cruel, arrogante, fria e covarde como a nossa.
Quero transformar isso a qualquer custo. E é para esse fim que dedico toda minha energia. Gostaria que vocês entendessem esse meu sentimento e que conduzissem a vida com o mesmo espírito no futuro.
Descobrir a missão
Como podemos descobrir qual é a nossa missão?
Ikeda: Vocês não a descobrirão se ficarem parados. Devem desafiar algo, não importa o quê. Dessa forma, empreendendo consistentes esforços, a direção que devem tomar vai se abrir completamente. É importante terem a coragem de se perguntar o que devem fazer agora, neste exato momento.
A chave, em outras palavras, é galgar a montanha que está diante de seus olhos. À medida que escalarem as escarpas, desenvolverão os músculos e aumentarão sua força e resistência. Isso fará com que desafiem montanhas ainda mais altas. É vital que continuem empreendendo esses esforços. Recitar o daimoku fará com que produzam a energia vital necessária para serem bem-sucedidos.
Recitem daimoku e escalem a montanha diante de vocês. Quando alcançarem o topo, novos e amplos horizontes se abrirão à sua frente. Aos poucos, começarão a compreender também a sua missão.
Pessoas que se lembram de que têm uma missão única a realizar, são fortes. Jamais serão derrotadas diante de nenhum obstáculo. E podem transformar todos os seus problemas em catalisadores para o crescimento e a construção de um futuro repleto de esperanças.
O senhor disse que cada um tem uma missão e que, para cumpri-la, devemos primeiro escalar a montanha que está diante dos nossos olhos.
Ikeda: Sim. A vida significa escalar uma montanha e depois enfrentar a próxima, e assim sucessivamente. Aquele que persevera e, por fim, conquista a montanha mais alta é um vitorioso na vida. Mas quem evita esses desafios e toma o caminho mais fácil, descendo até os vales, por exemplo, acabará derrotado. Em síntese, temos duas escolhas na vida: escalar a montanha que está diante de nós ou descer até o vale. Se bem que há também aqueles que ficam apenas andando em círculos enquanto tentam subir!
LANÇAMENTO EM 16 DE MARÇO DE 2020
Para adquirir seu exemplar do livro, acesse o site da Livraria Pearl: www.livrariapearl.com.br
Fonte:
Juventude — Sonhos e Esperanças, v. 1,
- 13-17 e 22-23.