A órbita da felicidade

ROTANEWS176 13/09/2024 12:25                                                                                                                        RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS                                                                                                                  Por Colaboração local

De Belém, PA, Maria José transforma carma em missão, afirmando com segurança: “É a estrada que escolhi”

 

Reprodução/Foto-RN176  Maria José posa ao lado do marido, Luiz Gonzaga, e do filho do casal, Luiz Henrique, tendo à frente a mãe Maria Francisca, lúcida aos cem anos. Já na BSGI ela é responsável pela Divisão Feminina do Distrito Senador Lemos, RM Belém Oeste, Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste – Foto: Colaboração local

Eu me chamo Maria José Almeida dos Santos, moro em Belém, PA, norte do país. Quando o budismo entrou em minha história, eu tinha 12 anos. Minha mãe, Maria Francisca Almeida dos Santos, foi a guerreira que, por intermédio de uma amiga, abraçou a prática do Nam-myoho-renge-kyo, decidida a romper definitivamente com o destino que nos impunha dor e sofrimento, ingressando na Soka Gakkai. Isso foi há 42 anos. Aconteceu quando ela lutava para suportar a separação do meu pai que vivia do alcoolismo, a perda de dois filhos e ainda sustentar sozinha duas meninas e um adolescente. Apesar da pouca idade, eu vivia de questionamentos. Nem consigo imaginar qual teria sido meu destino sem essa filosofia como guia.

Olhar para esse passado e, principalmente, para tudo o que conquistamos na família fortalece a minha gratidão por ter encontrado o mestre da vida, Daisaku Ikeda, que, mesmo doente, veio ao Brasil trazer esse maravilhoso ensinamento de esperança para todos nós, em 1960. O brado de “Contudo, eu irei” de Ikeda sensei ficou gravado em meu coração. Eu também triunfaria, agora com um coração sem espaço para nenhuma hesitação.

Lutar até conseguir

Cresci nos jardins Soka. Logo em seguida de nossa conversão, entrei na banda Asas da Paz Kotekitai do Brasil. Às vezes, mesmo sem ter dinheiro para o lanche e as despesas de transporte, não perdia os ensaios, sempre incentivada pelos veteranos da prática. Recordo-me de pegar um papel e escrever meus objetivos, determinada a não desistir. Encontrar essa prática da fé na juventude é um grande tesouro.

Ao me manter na órbita da Gakkai, aprendi a me desafiar. Encarar o carma é agir diretamente na raiz do sofrimento. Como meu problema era financeiro, não me permiti perder a participação no Kofu (contribuição voluntária) e a assinatura dos periódicos. Eu também comparecia às atividades lançadas fora do meu estado. Lembro-me com gratidão de cada uma delas, pois sempre senti o carinho do Mestre me impulsionando a seguir com coragem.

Foi assim quando decidi prestar concurso para servidora pública e fui vitoriosa. Atuo nessa ocupação desde 2003. Depois, concluí a faculdade, objetivo que realizei em 2008. Hoje, sou graduada em biologia com pós-graduação em sociologia e em educação ambiental.

Trabalho meio período em uma área que me oferece condições de lutar em prol do kosen-rufu com mais tranquilidade. Para quem não tinha condições de pegar ônibus, desfruto a alegria de viajar e de conhecer a cultura do nosso país e de outros lugares.

A gratidão é imensa, pois todas essas conquistas foram garantidas pela joia preciosa da “fé de água corrente”, como aprendemos no budismo, ou seja, acreditar sempre sem nunca retroceder. Com esse sentimento, fui ao Japão em 2018 oferecer minhas orações no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido), junto com minhas companheiras que tanto me incentivaram.

A estrada que escolhi

Voltei do Japão renovada. Dois anos depois, em 2020, em meio à pandemia, fui confiada para a função de responsável pela Divisão Feminina do Distrito Senador Lemos. É um local de pessoas batalhadoras.

É maravilhoso constatar que a prática de continuidade harmoniza nossa vida. Encontrei um companheiro excelente, Luiz Gonzaga do Nascimento Monteiro, e dessa união temos nosso filho, Luiz Henrique dos Santos Monteiro. Foi grande o orgulho para nós a participação dele na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, em São Paulo, em maio último. Ele retornou para casa radiante, muito feliz.

Nesses 42 anos de prática, a convicção que me move é termos reais condições de transformar qualquer carma em missão, construindo uma vida de propósito. Minha mãe completou 100 anos em janeiro deste ano, lúcida. Mora conosco. Sou-lhe grata por tudo, cuidando dela com muito carinho. No distrito, agora mais que nunca, nós estamos unidos com o Brasil participando da Liga Monarca, conforme direcionado na última Reunião Nacional de Líderes (RNL). Já estamos nos movimentando, com muita disposição. É vencer e vencer.

Aprendemos na Soka Gakkai que toda luta pelo kosen-rufu é revertida na concretização dos nossos sonhos e venho comprovando isso. Não há o que não possamos concretizar com a séria e sincera prática desse budismo. Essa é a minha convicção, expressa neste poema de Ikeda senseiA Estrada, que diz:

Existe uma estrada

e essa é a estrada que eu amo.

Eu a escolhi.

Quando trilho essa estrada,

as esperanças brotam

e o sorriso se abre

em meu rosto.

Dessa estrada nunca,

jamais fugirei.1

Muito obrigada!

Maria José Almeida dos Santos, 53 anos. Servidora pública. Na BSGI, é responsável pela Divisão Feminina do Distrito Senador Lemos, RM Belém Oeste, Sub. Amazônia Oriental, CRE Oeste.

No topo: Com alegria e gratidão, Maria José posa ao lado do marido, Luiz Gonzaga, e do filho do casal, Luiz Henrique, tendo à frente a mãe Maria Francisca, lúcida aos cem anos. “Sou-lhe grata por tudo. Ela encontrou o budismo e mudou a história de vida da família”, afirma a relatante.

Foto: Colaboração local.

Nota:

  1. Terceira Civilização, ed. 485, jan. 2009, p. 43.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO