A vitória é a conquista do coração

ROTANEWS176 08/06/2024 09:00                                                                                                                              RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

Determinado a cumprir seu juramento, Alberto Kuba torna-se CEO de uma importante multinacional e, junto com a família, triunfa sobre o carma

 

Reprodução/Foto-RN176 Alberto Yoshikazu Kuba, na BSGI, atua como vice-responsável pelo Bloco Jaraguá, Distrito Jaraguá do Sul, RM Jaraguá do Sul, Sub. Santa Catarina, CRE Sul, CGRE – Foto: BS

Meu nome é Alberto Kuba, tenho 44 anos. Nasci em uma família de praticantes do Budismo Nichiren, sendo minha bisavó uma das pioneiras da BSGI em Presidente Prudente, cidade do interior do estado de São Paulo. Devido à sua dedicação, toda a família abraçou a prática budista e cresci nesse ambiente de plena boa sorte.

Quando me formei em engenharia, fiz estágio em uma empresa de Jaraguá do Sul, SC, e, após ser contratado, acabei me mudando definitivamente para essa cidade. Com o apoio de meus líderes e de veteranos da organização, tive a oportunidade de atuar na Divisão Masculina de Jovens (DMJ) em múltiplas funções e de fortalecer a minha prática da fé.

Casei-me no dia 3 de maio de 2008 com minha querida Elisandra em uma cerimônia budista, pois ela também era praticante e líder na organização. No ano seguinte, exatamente em 3 de maio de 2009, atuava como responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM Santa Catarina e tive a boa sorte de participar da Convenção dos Jovens da Nova Era da BSGI, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP. Na época, embarcamos em quatro ônibus lotados de jovens, levando diversas “carinhas impressas” dos estudantes que participaram dos preparativos, mas que, pela idade, não puderam ir a São Paulo. Gostaria de contar um pouco do que aconteceu na minha vida desde essa ocasião.

Palco da missão

Um mês depois, fui convidado a participar de um projeto na unidade da empresa na China. Após essa primeira visita, veio o convite definitivo de expatriação. Assim, mudei-me para aquele país, junto com minha esposa e meu enteado, com o objetivo de ocupar o cargo de gerente de vendas.

Como nossa empresa estava indo muito mal na época, imperava a desarmonia. Recitei muito daimoku para compreender qual seria minha missão com aquela mudança e encontrei no romance Revolução Humana as respostas de que precisava. Da mesma maneira que Toda sensei enviava o jovem Daisaku Ikeda para os lugares mais desafiadores, onde ele se dedicava ao máximo para corresponder à expectativa do seu mestre, decidi que seria vitorioso no trabalho de forma a corresponder às expectativas dos meus líderes. Além disso, comprometi-me a compartilhar com meus colegas na China a filosofia do budismo que aprendemos em nossa organização.

Quando comecei a trabalhar na China, em 2010, eram poucas as pessoas que falavam inglês. Orava intensamente daimoku para que, mesmo com toda a dificuldade de comunicação, conseguisse alinhar a atuação do time e mudar a situação. Aos poucos, fomos transformando tudo. Tornamo-nos a unidade com os maiores percentuais de crescimento e de resultado do grupo. Com isso, veio minha primeira vitória: em janeiro de 2012, fui nomeado diretor de vendas, o diretor mais novo já nomeado pela empresa.

Durante esse período em que me esforçava muito ao trabalho, o apoio e a prática da minha esposa fizeram com que o sol sempre brilhasse dentro de casa.

Maldade versus comprovação

Durante um check-up feito em 2012, enquanto minha esposa estava de férias no Brasil, descobriu-se um nódulo em seu seio. Dada à dificuldade que imaginávamos que seria acompanhar o tratamento na China, o médico sugeriu realizar uma cirurgia simples para removê-lo.

Após essa intervenção cirúrgica e seu retorno à China, ela começou a sofrer com muitos problemas. Tinha dores constantes e consultamos vários médicos da região, sem que identificassem a causa. Com passar dos meses,

Reprodução/Foto-RN176 de ilustrativa da matéria – Foto Arquivo pessoal

À medida que os meses avançavam, ela ia ficando cada vez mais fraca, a ponto de não conseguir realizar ações simples, como pentear o cabelo. Diante da angústia de não saber o que fazer, decidimos que não seríamos derrotados e nos empenhamos na recitação do daimoku com a determinação de encontrar um tratamento sem precisar sair da China.

Depois de muitas horas de oração, chegamos a uma clínica muito respeitada nesse país, com profissionais formados em medicina tradicional chinesa e em medicina ocidental. Foi lá que recebemos a confirmação: minha esposa tinha polimiosite, doença autoimune, sem cura, cujos sintomas podem ser controlados. Surge a esperança e, duas semanas após ser medicada, ela já não tinha nenhum sintoma. Conforme havíamos determinado, ela se recuperou 100% sem precisarmos voltar ao Brasil para buscar tratamento.

Não duvidar jamais

Com a saúde de minha esposa estabilizada e minha promoção como diretor da empresa, entendemos que havia chegado a hora de aumentar a família. Então, em 2013, ela engravidou e tudo estava correndo bem até que começou novamente a se sentir fraca. Fomos orientados pela clínica chinesa a consultar uma reumatologista. No final do exame, a médica do hospital foi categórica: para assegurar o tratamento e a vida da minha esposa, era necessário fazer um aborto em, no máximo, duas semanas.

Como doeu ouvir aquela proposta. Minha filha estava com dezoito semanas de gestação, já formada e sentíamos os movimentos dela na barriga da mãe. Como poderíamos escolher pelo aborto, sabendo quão mística e preciosa é a vida de uma pessoa.

Reprodução/Foto-RN176 Com a filha Victoria, ao centro, Alberto e Elisandra desfrutam a felicidade conquistada, sem jamais desistir. A cena retrata a família durante a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 26 de maio – Foto Arquivo pessoal

Minha esposa e eu não nos deixamos abalar. Consegui duas semanas de férias para me dedicar a ela e para orar daimoku até transformar aquele sentimento de desespero em gratidão. Sem contar para ninguém no Brasil o que estava acontecendo, desafiávamo-nos na recitação de horas de daimoku com o sentimento de gratidão e convictos da nossa vitória. Por meio de pesquisas, li sobre tratamentos que poderiam ser feitos para aliviar os sintomas da doença, identificando vários alimentos anti-inflamatórios. Seguindo essa dieta, no retorno ao hospital, informamos que não faríamos o aborto.

Como o hospital não concordou com nossa posição, fomos privados de continuar o pré-natal lá, pois consideravam que havia um grande risco para minha esposa e não possuíam uma infraestrutura hospitalar adequada para esse tipo de parto. Assim, minha esposa estava grávida de vinte semanas, fraca e sem médico nem hospital para fazer o acompanhamento. Recitávamos muitas horas de daimoku para transformar a situação. Veio à minha mente uma frase que li num livro: “Onde há vida, há esperança”. E, mesmo diante de todas as adversidades, determinamos a vitória.

Reprodução/Foto-RN176 Vemos as “carinhas” dos estudantes trazidas pelos representantes dos jovens de Santa Catarina, em 2009, as quais também figuram na imagem sequencial – Foto Arquivo pessoal

Como não há oração sem resposta, encontramos um obstetra, especialista em gestação de risco, e conseguimos fazer o pré-natal num hospital chinês, superando várias barreiras, entre elas a do idioma, porque ali ninguém falava inglês.

Nós orávamos com um forte sentimento de gratidão, pois, mesmo diante daquele inverno rigoroso, sabíamos que mais cedo ou mais tarde nossa primavera chegaria.

Nossa filha nasceu no dia 2 de fevereiro de 2014, pesando 2,3 kg e totalmente saudável. Demos a ela, portanto, um nome significativo: Victoria. Hoje, com 10 anos, é uma menina muito esperta, saudável e extremamente carinhosa com todos. Neste ano, ela recebeu o certificado de conversão e participa ativamente das atividades da Divisão dos Estudantes.

Novo voo

Em 2015, com os excelentes resultados alcançados pela nossa empresa na China, fui convidado a participar de um curso de formação executiva na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, considerada um dos melhores centros de formação executiva do mundo. E uma nova vitória: fui promovido a diretor-geral, responsável por toda a operação da empresa no país. Nesse período, com profundo sentimento de gratidão, minha esposa promovia reuniões em nossa casa, para estudar o budismo com algumas esposas de expatriados na China, e duas brasileiras receberam o Gohonzon.

Desde que assumi como diretor-geral, em 2015, nossa empresa se expandiu rapidamente, tornando-se grande referência no mercado e em todo o grupo. Como resultado, em 2020, fui convidado a retornar ao Brasil para ocupar o cargo de diretor superintendente da área de motores industriais, a maior empresa do conglomerado.

Reprodução/Foto-RN176 Participação presencial de muitos deles na convenção do dia 26 – Foto Arquivo pessoal

Com nosso capítulo na China concluído, retornamos ao Brasil em meio à pandemia da covid-19. Eram mais de 13 mil colaboradores sob a minha responsabilidade. Diante do Gohonzon, decidi que trabalharía­mos para criar um ambiente em que todos se sentissem seguros e que sairíamos da crise sem demitir nenhum colaborador. Superando as dificuldades, mês a mês, vencemos e finalizamos o ano em plena recuperação.

Os anos seguintes, 2021 e 2022, foram marcados por diversos recordes de vendas e de produção e, depois de um ano nos Estados Unidos, em nosso retorno ao Brasil, inauguramos nossa sede particular na qual hoje acontecem as atividades do bloco e, principalmente, as reuniões voltadas para Divisão dos Estudantes. Na WEG, onde comecei como estagiário, tive a grande surpresa de ser nomeado novo presidente do grupo a partir de 1o de abril de 2024.

Agora, a gratidão aflorou ainda mais ao participar da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, contando meu relato com a expectativa de encorajar os jovens, indo a São Paulo com minha esposa e minha filha. A alegria maior foi ver na plateia os representantes de Santa Catarina, entre eles aqueles meninos e meninas que não puderam participar em 2009.

Sou grato ao nosso mestre e aos nossos colegas da organização pelo apoio que sempre tive em todos os momentos da minha vida. Vou continuar me esforçando para ser um verdadeiro discípulo que concretiza os sonhos do Mestre. Muito obrigado!

 Alberto Yoshikazu Kuba, 44 anos, CEO de multinacional. Na BSGI, atua como vice-responsável pelo Bloco Jaraguá, Distrito Jaraguá do Sul, RM Jaraguá do Sul, Sub. Santa Catarina, CRE Sul, CGRE.

Fotos: BS | Arquivo pessoal

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO