Abrir o caminho para a paz

ROTANEWS176 22/02/2025 10:35                                                                                                                                NOVA REVOLUÇÃO HUMANA                                                                                                                                    Por Ho Goku

 Capítulo “Juramento Seigan”, volume 30

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Foto: Kenichiro Uchida

PARTE 13

Dirigindo-se por último ao microfone, Shin’ichi Yamamoto elogiou o evento como “festival cultural de brilho, som e força da paz” e expressou sinceros agradecimentos aos convidados, entre eles os governadores das províncias de Gifu e de Aichi. Então, proferiu breves palavras de cumprimento:

— Para uma existência plena e significativa, é importante voltar sempre ao ponto fundamental e analisar qual caminho avançar. Significa analisar diversas questões, por exemplo, “Como viver minha existência?”, “Qual é o real propósito da minha vida?”, “Quais são os princípios para a realização da paz?”. Em outras palavras, é crucial possuirmos uma sólida base filosófica. Quero afirmar que, quem avança rumo ao ideal da paz, dialogando sobre essas questões com muitos amigos e pondo em prática essa filosofia, juntos, no dia a dia, somos nós, membros da Soka Gakkai.

Uma imensa salva de palmas reverberou como se ecoasse no Monte Kinka [próximo ao estádio], onde o Castelo de Gifu se localiza.

Ele prosseguiu:

— Desde a antiguidade, as religiões verdadeiramente capazes de empoderar as pessoas sempre foram alvos de calúnias e de críticas. Porém, espero que os senhores, que buscam criar a paz perene no século da vida, iniciem um avanço imponente rumo ao século 21, ultrapassando corajosamente todos os tipos de obstáculos que surgirem. Por favor, tornem-se pessoas de confiança em seu local de trabalho, na escola, no lar e na comunidade social. Essa é a forma de demonstrar a grandiosidade do Budismo Nichiren e abrir o caminho para a paz.

A chuva começava a cair como se esperasse o término do Festival Cultural pela Paz dos Jovens de Chubu.

Observando o aspecto dos jovens participando de forma vibrante, Shin’ichi estava convicto de que um indestrutível castelo dourado Soka havia sido construído em Chubu. Edificar uma fortaleza invencível do kosen-rufu em Chubu, localizado no meio do caminho entre Tóquio e Kansai, era um “juramento de mestre e discípulo” compartilhado entre Shin’ichi e seu mestre, Josei Toda.

Na juventude, Shin’ichi Yamamoto ofereceu um poema ao seu mestre:

Bravos heróis,

levantem-se agora!

Construam agora,

com coragem,

o castelo dourado,

a fortaleza de Chubu.

Josei Toda retribuiu imediatamente com o poema:

Forças do Buda,

avancem agora!

Sem temor!

Minha expectativa,

do levantar da fortaleza

de Chubu!

Esse desejo de mestre e discípulo se realizava agora de forma esplêndida.

Foi um festival cultural que marcou uma história de grande vitória.

PARTE 14

Nos dias 18 e 19 de setembro, foi promovido de forma magnífica o 2o Festival Cultural pela Paz Mundial com o tema “A Renascença da Paz” no Estádio de Beisebol Seibu Lions, na cidade de Tokorozawa, província de Saitama.

Fazia um ano e três meses desde a realização do 1o Festival Cultural pela Paz Mundial em junho do ano anterior na Arena Rosemont Horizon, próxima à cidade de Chicago, Estados Unidos. Desta vez, o 2o Festival Cultural pela Paz Mundial aconteceu à noite em um estádio externo, reunindo 40 mil membros da Divisão dos Jovens, incluindo 3 mil representantes da SGI de 37 países e três territórios.

Shin’ichi Yamamoto participou da sessão do dia 19 de setembro. O festival realizado com um público de 30 mil pessoas, incluindo 12 mil convidados de diversos segmentos da sociedade, foi um espetáculo de sons e de luzes que retratava o hino da paz mundial, como também o juramento de torná-lo realidade.

Nesse dia, desde a manhã, a chuva era inconstante, ora mais forte, ora mais fraca.

Pouco depois das 16h30, uma hora antes do início do festival, Shin’ichi desceu do carro usando traje social no campo chuvoso do estádio. Desejava manifestar sincera gratidão aos jovens figurantes, entre os quais os participantes do painel humano.

Ele percorreu o campo do estádio em meio à chuva que persistia, sem ao menos utilizar guarda-chuva. O estádio foi envolto por gigantesca ovação. Enquanto caminhava, acenava e cumprimentava respeitosamente a todos em sinal de gratidão, parando diversas vezes.

Ao receber o microfone das mãos de um jovem da comissão organizadora, Shin’ichi clamou:

— Muito obrigado pelos seus esforços! Por favor, façam de tudo para não se resfriarem. Muitíssimo obrigado!

A fala de Shin’ichi não era nada pretensiosa. Suas palavras pareciam vir de um pai que se preocupava com seus amados filhos.

Obviamente, o sucesso do Festival Cultural pela Paz Mundial era importante. Todos vieram se empenhando nos ensaios visando aquele dia, vários meses atrás, enfrentando a estação chuvosa e os dias de calor escaldante do verão. E Shin’ichi veio orando com seriedade para o sucesso do evento.

Todavia, para ele, era ainda mais importante que os jovens não adoecessem nem se envolvessem em acidentes. Afinal, eram preciosos jovens sucessores, tesouros da Soka Gakkai e porta-estandartes da paz mundial.

PARTE 15

O Festival Cultural pela Paz Mundial apresentou, entre outras, uma dança rítmica das integrantes da Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro, repletas de esperança, com o tema “Olhos Brilhantes”, e o grupo de ginástica dos componentes da Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro, com o tema “Levantando Voo”, que demonstrava a força jovem movimentando-se dinamicamente rumo ao futuro. O painel humano horizontal da Divisão Masculina de Jovens preencheu o campo do estádio com os ideogramas “Ondas de Paz”, expressando o juramento de edificar a paz perene.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Foto: Kenichiro Uchida

Os meninos e as meninas da Divisão dos estudantes Futuro apresentaram uma dança rítmica, enquanto jogavam enormes bolas para o alto, expressando um grande sonho rumo ao infindável futuro. O “Balé com Tochas” da Divisão Feminina de Jovens começou com uma única tocha acesa, seguida de duas, três, cinco até completar seiscentas belas chamas que bailaram como “Luzes da Paz”.

Na parada da SGI, os membros do exterior, que tinham viajado ao Japão, marcharam juntos, cantando e sorrindo, inclusive com os companheiros da Irlanda e da Inglaterra, cujos países se encontravam em constante conflito por disputa de zonas exclusivas para pesca.

Assim diziam os versos da canção da SGI March toward the 21st Century [Marcha para o Século 21]:

A estrada por onde

trilhamos é longa,

Mas com esperança em nosso coração, nós continuaremos

Marchando rumo à vitória,

No século 21

Para esse festival cultural, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Javier Pérez de Cuéllar, com quem Shin’ichi havia se encontrado no mês anterior, no dia 24 de agosto, também enviou sua mensagem:

Nestes tempos difíceis, em que a divisão e a desordem caracterizam a situação internacional, é de suma importância renovar a decisão de rumar aos ideais consagrados na Carta das Nações Unidas. A humanidade mantém a ONU como mecanismo internacional que possibilita a preservação da paz e a promoção do desarmamento. Mas esse mecanismo só será eficaz se a humanidade se comprometer seriamente a utilizá-lo, envolvendo-se inteiramente para o fortalecimento da autoridade desse organismo. Caso contrário, não há como evitar o caminho de uma destruição global, sem que ninguém consiga impedi-la.

Ele enfatizou que uma organização não governamental (ONG) como a Soka Gakkai Internacional (SGI) tem papel extremamente significativo na criação do apoio de cidadãos do mundo às Nações Unidas e na concretização do objetivo de paz e desarmamento. E manifestou sua convicção de que esse festival cultural se tornaria o multiplicador da força internacional em direção a esse objetivo.

Shin’ichi estava decidido a expandir os laços de solidariedade do povo em prol da paz, transcendendo as fronteiras entre as nações, e a empenhar ainda mais esforços para apoiar as Nações Unidas, um parlamento de toda a humanidade.

PARTE 16

O Festival Cultural pela Paz Mundial foi realizado não somente nas regiões de Kansai e de Chubu, mas também em cada província do Japão, criando uma nova correnteza do movimento para desenvolver a consciência do valor e da importância da paz.

O ano de 1982 foi para a Soka Gakkai um período sem precedentes em que se marcou um passo ainda maior na promoção do movimento em prol da paz mundial.

Foram realizados seminários dos jovens promovidos pela Conferência dos Jovens pela Paz e pelo Comitê dos Universitários pela Paz, como também uma série de palestras organizadas pelo Comitê das Mulheres pela Paz. A segunda mostra de As Mulheres e a Guerra do Pacífico, e diversas exposições com foco na história de cada região, tais como A Batalha de Okinawa e seus Cidadãos e A Guerra e o Povo de Tokushima, foram alguns dos exemplos de movimentos pela paz enraizados na base de cada localidade.

Em abril, a Conferência dos Jovens da Soka Gakkai pela Paz e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados patrocinaram a campanha de arrecadação de fundos para ajuda aos refugiados da Ásia em cerca de 650 locais do Japão. A Divisão dos Jovens, em conjunto com o Centro de Informações das Nações Unidas, montou a exposição Nós e as Nações Unidas exibida no Salão da Paz da Cidade de Nagasaki.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Foto: Kenichiro Uchida

Em 7 de junho, foi realizada na sede das Nações Unidas em Nova York a segunda sessão especial sobre desarmamento na Assembleia Geral das Nações Unidas. Como organização não governamental filiada à ONU, a Soka Gakkai Internacional apoiou esse evento enviando uma delegação de cinquenta representantes a Nova York, incluindo trinta pessoas vítimas da bomba atômica de Hiroshima e de Nagasaki. O grupo copatrocinou um fórum no qual esses sobreviventes do bombardeio compartilharam suas experiências. Conduziu também uma reunião de intercâmbio com representantes de ONGs americanas antinucleares.

Além disso, a exposição Ameaça Nuclear no Mundo Atual (mais tarde, com a nova denominação Armas Nucleares: Ameaça no Mundo Atual), organizada pela Soka Gakkai em cooperação com o Departamento de Informações Públicas da ONU e as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, foi apresentada no saguão público do edifício da Assembleia Geral das Nações Unidas, iniciando quatro dias antes da assembleia e prosseguindo até o encerramento da sessão especial de desarmamento.

As pessoas do mundo desconhecem as terríveis consequências de um ataque nuclear real. O Japão é o único país a sofrer um ataque nuclear em uma guerra, e experimentou diretamente a tragédia e o horror da bomba atômica com um número gigantesco de vítimas. Por isso mesmo, a missão vital do país se encontra em trabalhar pela extinção das armas nucleares da face da terra.

O ganhador do Prêmio Nobel de Física Albert Einstein expressou sua convicção: “Se tivermos a coragem de decidirmos pela paz, teremos paz”.1

Somente o ser humano possui o poder de livrar o mundo da guerra.

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO