Ação repleta de coragem

ROTANEWS176 12/04/2025 11:10                                                                                                                                  EDITORIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

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Estamos no início do outono, um período de transição entre os dias quentes de verão e frios do inverno. No Japão, a cerca de 17 mil quilômetros do Brasil, a primavera começa a despontar.

No budismo, o termo “primavera” possui profundo significado. O buda Nichiren Daishonin empregou essa expressão para incentivar uma discípula que enfrentava adversidades. A frase icônica de Daishonin “O inverno nunca falha em se tornar primavera”1 se perpetuou e, ainda hoje, é um dos ditos do Buda mais conhecidos pelos membros da organização.

Foi em 3 de maio de 1960, há exatos 65 anos, após uma longa etapa de inverno profundo resultante da Segunda Guerra Mundial, que os raios da paz começavam a cintilar pela humanidade. Nessa ocasião, o jovem Daisaku Ikeda, aos 32 anos, assumia a presidência da Soka Gakkai, com o ardente desejo de fazer surgir a “primavera da esperança” na vida de cada pessoa. Embora, nesse mesmo período, o mundo enfrentasse o conflito político-ideológico conhecido como “Guerra Fria”, as realizações de Ikeda sensei visavam à proteção da paz.

Em 1974, no auge da Guerra Fria, o presidente Ikeda visitou pela primeira vez a China e, em setembro, a ex-União Soviética. Seu intuito era dialogar com os líderes desses países para diminuir as tensões e estabelecer relação de confiança.

O relacionamento entre a China e a União Soviética também estava muito tenso na época, e meus amigos da China, que eu havia visitado pela primeira vez pouco antes, também questionavam meus motivos.

Mas eu tinha minhas próprias considerações sobre a questão. Era profunda minha preocupação com o efeito que as tensas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética teriam sobre as pessoas comuns no mundo inteiro e também com a rivalidade mútua entre a China e a União Soviética. Acreditava que não haveria nada mais lamentável para as futuras gerações que serem forçadas a viver sob a desconfiança recíproca e o constante medo de uma Terceira Guerra Mundial.

No Kremlin, dirigi-me ao primeiro-ministro soviético Aleksey N. Kosygin (1904–1980) e perguntei-lhe: “A China está ansiosa com relação às intenções da União Soviética. A União Soviética vai atacar a China?”.

“A União Soviética não tem nenhuma intenção de atacar nem de isolar a China”, assegurou-me o Sr. Kosygin.

“Posso transmitir isso aos líderes da China?”, perguntei.

“Por favor”, disse ele, num tom firme e decidido.2

Quando retornou à China, em dezembro de 1974, Ikeda sensei transmitiu a mensagem de Kosygin para as autoridades chinesas. Essa atitude de manter um diálogo franco e sincero ajudou a criar um caminho mútuo, sendo crucial para evitar um possível conflito bélico.

Leia Especial dos 65 anos da posse de Ikeda sensei como terceiro presidente da Soka Gakkai e conheça os detalhes de suas realizações pela paz mundial.

Excelente leitura!

Notas:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020.
  2. Brasil Seikyo, ed. 1.762, 4 set. 2004, p. A3.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO