ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 01/02/2020 12:30
Capítulo “Frescor”, volume 29
PARTE 31
A reunião conjunta de líderes representantes de Aomori e de Akita foi realizada a partir das 13h30 de 14 de janeiro no Centro Cultural de Aomori. Em meio à neve, os participantes se reuniram alegremente, com o rosto corado. Nessa atividade também, o próprio Shin’ichi conduziu-a como apresentador. Antes dos cumprimentos de Shinsuke Katori, coordenador da província de Aomori, Shin’ichi sugeriu a todos:
— Conforme realizamos na província de Iwate, gostaria de sugerir que os oradores falem sem ler os textos prontos. Esse tipo de fala parece um discurso preparado por um político e não é nada interessante. Concordam?
Os membros aplaudiram efusivamente. O desejo de Shin’ichi era realizar uma atividade capaz de aliviar o cansaço de todos, afugentando as dificuldades do dia a dia. Ou seja, promover uma reunião prazerosa, agradável e repleta de humanismo.
Assim, tanto o coordenador da província de Aomori, Shinsuke Katori, como Yasuharu Sendo, coordenador da província de Akita, manifestaram em suas palavras a alegria de receber aquela data e a decisão de se dedicar à construção da terra da felicidade cada qual em sua localidade. A expressão simples e direta deles atingiu o coração dos participantes.
Na sequência, o vice-presidente, Susumu Aota, anunciou a nova estrutura da organização na província de Aomori, a qual passaria ser composta por três regionais de localidade: Aomori, Hachinohe e Hirosaki. Apresentou os novos líderes, incluindo o novo coordenador de área na província de Akita.
Quando chegou o momento de os novos líderes falarem sobre suas perspectivas, Shin’ichi disse:
— Se os próprios indicados como representantes apresentarem suas perspectivas, não será nada atrativo. Assim, vamos pedir aos novos líderes sentados ao lado das pessoas designadas que transmitam suas palavras.
Foi difícil para esses líderes apontados se expressarem. Em vez de falar de perspectivas, houve quem dissesse com toda a sinceridade: “Fui incumbido de uma grande responsabilidade e, na verdade, estou perdido em relação ao que devo fazer. Mas vou me esforçar!”. E provocou enormes gargalhadas.
Naturalmente, a formalidade é importante. Porém, prender-se somente a formalidades leva à rotina, sem originalidade.
Para conduzir o movimento pelo kosen-rufu com vivacidade, é imprescindível a incessante renovação a cada dia. Shin’ichi desejava romper a inércia instalada no coração das pessoas que, acomodadas ao formalismo, as faziam se esquecer do esforço para o aprimoramento. Afinal, “Soka” significa “criação de valor” sem nenhuma interrupção.
Parte 32
Nesse dia, Shin’ichi discorreu sobre a relação entre “fé” e “ação prática”.
— O verdadeiro exercício budista requer os dois caminhos da “fé” e da “prática” corretos. “Fé” indica plena crença no Gohonzon. E “prática” refere-se ao ato de se empenhar na recitação do daimoku e na realização do shakubuku. Nos dias de hoje pode se dizer que essa prática são as atividades da Soka Gakkai. Mesmo que abrace a fé no Gohonzon, se negligenciar sua ação ou o exercício budista de forma concreta, não se pode dizer que sua prática da fé seja verdadeira. Por exemplo, o mero pensamento de querer se deslocar de Aomori para ir a Tóquio não levará ninguém ao destino. O objetivo só pode ser alcançado com ações práticas. Além disso, mesmo que inicie a viagem, se parar no meio do caminho, não conseguirá chegar a Tóquio. Da mesma maneira, a prática da fé não deve ser feita pela metade e confinada à teoria e ao idealismo. Sem ação efetiva, não é possível conquistar benefícios nem fortalecer a convicção. Muitas vezes as pessoas se deixam influenciar pelas circunstâncias e acabam se afastando da fé. Em contrapartida, uma pessoa de ação é forte nos momentos cruciais. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Tanto a prática como o estudo surgem da fé”.1 Portanto, nessa ação, devem-se iniciar tanto a “prática” como o “estudo”, isto é, o estudo do budismo, com forte “fé” ao Gohonzon. Mesmo que esteja se movimentando com dedicação, uma ação desprovida de “fé” pode se tornar formal e rotineira, e aos poucos a pessoa acaba
perdendo a alegria. Uma prática da fé forte e sincera, por si só, leva a uma ação resoluta e persistente. Meu desejo é que daqui das terras de Tohoku façam reluzir novos raios do kosen-rufu, desenvolvendo ações de prática individual e altruística, assim como consta nos sagrados escritos: “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros”.2
A neve e a ventania podem arrebatar as ações das pessoas. Porém, os membros de Tohoku lutaram plenamente pelo kosen-rufu, com toda a desenvoltura, e de peito erguido contra as nevascas. Essa poderosa ação perseverante trará, com certeza, o frescor da primavera com raios solares brilhantes nesta amada província longínqua.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Notas:
- CEND, v. I, p. 406.
- Ibidem, p. 405.