Criminoso ‘achou que se tratasse de invasão de milicianos’, afirmou delegado da Divisão de Homicídios da Baixada
ROTANEWS176 E O DIA 15/05/2015 13:25 Eduardo Ferreira
POLÍCIA
Rio – Preso nesta sexta-feira pela morte do alpinista Ulisses da Costa Cancela, de 36 anos, Alexsandro Crizanto Martins, de 22 anos, pode pegar até 90 anos de cadeia, se condenado pelos crimes que é acusado: homicídio duplamente qualificado e mais três tentativas de homicídio duplamente qualificado. Após ser apresentado na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), nesta manhã, ele foi encaminhado para o Complexo de Gericinó, unidade da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em Bangu, na Zona Oeste.
De acordo com o delegado titular da DHBF, Fábio Cardoso, Alexsandro, conhecido como “Cuncun”, fazia a proteção da Vila do Sapê, favela de Imbariê em Duque de Caxias que é dominada pelo Comando Vermelho, no último sábado, dia que o alpinista foi morto.
Reprodução/Foto-RN176 Alexsandro Crizanto Martins, de 22 anos, confessou ter atirado contra alpinista. Ele pode pegar até 90 anos de cadeia, somando outros crimes que cometeu Foto: Severino Silva / Agência O Dia
“O Alexsandro disse que mandou o Ford Ka parar e abaixar o farol, assim que se aproximou da entrada da favela. Como Ulisses não acatou ordem de parada, ele achou que se tratasse de uma invasão de milicianos. O acusado confessou o crime. Ele estava com uma pistola 9mm. Foram disparados de 10 a 11 tiros, sobrando apenas uma munição na arma”, afirmou o delegado.
Reprodução/Foto-RN176 Alpinista industrial e caldeireiro, Ulisses tinha paixão por escalada Foto: Reprodução Facebook
Segundo Fábio Cardoso, outro homem que estava com Alexsandro deu apenas um tiro para o alto. “Quando viu que tinha acertado alguém, o Alexsandro saiu correndo e se escondeu na casa de um parente. Depois, ele foi para uma casa em Piabetá”, contou. Ainda de acordo com o delegado, a Polícia Civil conseguiu chegar até o acusado através de informações enviadas para o Disque-Denúncia e da investigação realizada pela 62ª DP (Imbariê), que ajudou a identificá-lo junto a moradores da comunidade.
Alexsandro já havia sido preso anteriormente e cumpria pena em liberdade. Pela morte do alpinista, ele pode ser condenado a 30 anos, sob a acusação de homicídio duplamente qualificado motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítimas. Outros 60 anos podem ser somados à pena do acusado, sendo 20 anos por cada tentativa de homicídio duplamente qualificado, visto que no interior do veículo, estavam, além de Ulisses, a esposa do alpinista e um casal de amigos.