Adenomiose: Conheça Doença Que Levou Gretchen A Retirar O Útero

ROTANEWS176 21/02/2024 15:40                                                                                                                              Por Milena Vogado

Por conta da adenomiose, o útero de Gretchen estava com tamanho equivalente a uma gestação de 20 semanas.

 

Reprodução/Foto-RN176 Adenomiose: conheça doença que levou Gretchen a retirar o útero – Foto: Reprodução Instagram (@mariagretchen)

A cantora Gretchen, de 65 anos, passou por uma cirurgia de retirada do útero, na manhã desta terça-feira (20), devido a uma doença chamada adenomiose, que resultou no crescimento anormal do órgão.

Para compreender a condição, no entanto, é preciso primeiro entender como é a formação do útero, destaca o ginecologista especialista em saúde da mulher, Dr. André Vinícius.

“O útero se divide em três camadas: a serosa, que é a camada que o recobre; o miométrio, uma camada muscular intermediária; e o endométrio, que é a camada mais interna. O adenomioma é quando o tecido endometrial vai para no miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do órgão. A essa condição damos o nome de adenomiose”, explica.

Sintomas da adenomiose

A adenomiose pode ser tanto sintomática quanto não apresentar sintomas. Contudo, os três principais sintomas que uma paciente sintomática apresenta são:

  • Infertilidade;
  • Cólicas menstruais mais intensas;
  • Aumento do fluxo menstrual e dos dias de período (a paciente que antes menstruava 3, 4 dias, passa a menstruar, 6, 7, 8 dias).

Diagnóstico

O médico ginecologista esclarece que grande parte das vezes, a adenomiose assintomática é diagnosticada através de ultrassonografia.

“Por esse exame, é possível identificar um miométrio irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do útero”, comenta.

Vale destacar que a cantora Gretchen estava com o útero no tamanho de 850 centímetros, o que equivale a uma gestação de 20 semanas.

Segundo Vinícius, hoje o exame padrão ouro para identificar essa doença é a ressonância nuclear magnética da pelve. Isso porque ela tem alto índice de acerto.

Tratamento

O tratamento da adenomiose em pacientes sintomáticas consiste em fazer o controle dos sintomas.  Portanto, para pacientes que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para o controle dessa cólica, aponta o ginecologista.

Já em pacientes com sangramento uterino normal, é possível fazer um bloqueio hormonal. Aliás, este geralmente é o tratamento mais indicado para a adenomiose.

“E como essa doença é localizada dentro do útero, o DIU medicado com levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas menstruais da paciente e diminui o fluxo também”, pontua Vinícius.

O médico complementa que é preciso ainda aliar o tratamento a um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de atividade física, alimentação leve e equilibrada e o controle de estresse.

Quando a adenomiose exige cirurgia

Existem casos em que a doença possui pontos focais, o que permite a realização de uma cirurgia para retirada desses pontos. Segundo o especialista, ela é ideal para pacientes que querem engravidar.

Já a histerectomia, isto é, a retirada completa do útero como fez Gretchen, é um tratamento definitivo indicado para mulheres que já não desejam engravidar e que não conseguiram controlar a doença com a ajuda dos tratamentos convencionais.

“Por ser uma doença localizada na camada muscular do útero, se retirar essa camada, não se tem mais o local para o tecido endometrial se instalar”, finaliza o especialista.

FONTE: SAÚDE EM DIA