Aeroporto de Congonhas completa 87 anos; veja fotos históricas

ROTANEWS176 E POR FLAP INTERNACIONAL 12/04/2023 22:40

Reprodução/Foto-RN176 Foto atual de Fábio Passalacqua

Hoje (12), um dos mais conhecidos e movimentados aeroportos no Brasil está fazendo aniversário. Há 87 anos, era fundado o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Viaje pela história deste emblemático aeroporto em nosso país e ao final da matéria, confira uma galeria repleta de imagens históricas:

         História

Na época em que foi inaugurado, o terminal ficava em uma zona considerada rural da cidade e a atual Avenida Washington Luiz era conhecida como Auto Estrada Santo Amaro.

Construir um aeroporto na zona sul de São Paulo era uma ideia dos anos 1920, como uma alternativa ao Campo de Marte. O aeródromo na zona norte sofria com enchentes em épocas de chuva. Em Congonhas isso foi evitado com o enorme aterro da região, cuja primeira fase foi feita entre 1928 e 1932. O projeto inicial previa 4 pistas e a primeira construída tinha apenas 300 metros. A segunda foi aberta dois meses depois da inauguração do aeroporto e a partir deste momento, as empresas aéreas começaram a utilizar o local.

No dia 12 de abril de 1936, data que é conhecida como aniversário do aeroporto, pilotos foram convidados para se exibirem e testar as condições de Congonhas para sediar o local.

As obras de Congonhas faziam parte de um projeto da “Companhia Auto-Estradas”, uma antiga construtora com diversas ramificações.

Quando adquirido pelo governo estadual, o local passou a ser chamado de “Aeroporto de São Paulo”. O nome Congonhas foi dado originalmente pela construtora e em homenagem ao Visconde de Congonhas do Campo, primeiro governante da Província de São Paulo após a Independência do Brasil. Por um curto período, a o aeroporto ficou conhecido como Campo da Vasp, dado ao grande movimento da companhia paulista no local.

RN176 Foto histórica do Aeroporto de Congonhas de São Paulo

O movimento em Congonhas cresceu rápido e, na década de 40, construiu-se uma torre de controle e um terminal de passageiros por lá. A pista principal também foi ampliada, e a pavimentação veio a ocorrer nos anos 50. Assim como o aeroporto, a região que o rodeia se desenvolveu e ele acabou se transformando em um “porta-aviões” cercado de prédios, casas e avenidas.

Movimento Internacional

Em décadas passadas, o Aeroporto de Congonhas era internacional e recebia voos de diversas empresas, como a Pan Am, Aerolíneas Argentinas, Pluna, Air France, entre outras. Aviões de maior porte, como o Airbus A300 ou o Boeing 767 eram visitantes comuns em CGH. A TransBrasil, por exemplo, realizava voos internacionais diretos para Congonhas com seus 767-200s. Com a inauguração do Aeroporto de Guarulhos em 1985, houve uma transferência de movimentos para o novo aeroporto, incluindo os voos internacionais.

RN176 Foto histórica não só do Aeroporto mais do avião da AIR FRANCE também

Voltando a falar em aeronaves de maior porte, em 1998, a TAM Linhas Aéreas recebeu seus dois primeiros Airbus A330-200 (PT-MVA e PT-MVB) ambos pousaram em Congonhas para a cerimônia de entrega. Ainda em 98, antes da chegada da dupla para a TAM, a Airbus enviou um protótipo do modelo para FIDAE, no Chile, e no retorno da feira, o jato fez uma parada em Congonhas. Toda a imprensa na época noticiou o acontecimento.

RN176 Foto atual do Aeroporto de Congonhas de São Paulo

Ponte Aérea

A rota mais movimentada e, talvez, mais conhecida do Brasil envolve Congonhas. Todos os dias, dezenas de voos conectam o aeroporto central de São Paulo com o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

RN176 Foto histórica do avião Electra da Varig que faz há Ponte Aérea Rio-Sp  Christian Volpati

A famosa Ponte Aérea Rio-Sp se estabeleceu em 1959 pelas companhias Varig, Vasp e Cruzeiro do Sul. Os Lockheed Electra da Varig se tornaram um símbolo da rota durante décadas e nos anos 90, o Boeing 737 substituiu os quadrimotores na linha. A TransBrasil, a TAM Linhas Aéreas e mais tarde a Avianca Brasil também já foram protagonistas na Ponte Aérea, que hoje é dominada pela LATAM, Gol e Azul.

Aviação Executiva

O aeroporto de Congonhas é um importante polo da aviação executiva no país. O local recebe inúmeros movimentos aviões executivos diariamente, principalmente jatos e turboélices.

Congonhas também é palco da LABACE, que é a maior feira de aviação de negócios da América Latina e reúne todos os anos os principais players do mercado. O prestigiado evento acontece anualmente desde 2003.

Reformas

Ao longo destes 87 anos em operação, Congonhas já passou por diversas reformas e modificações. Entre as mais marcantes, estão as ampliações das pistas, a construção da nova torre de controle, a criação de uma nova sala de embarque com pontes/finger que conectam o terminal direto com a aeronave e, mais recente, a instalação do sistema EMAS em ambas as cabeceiras da pista 35L/17R. O EMAS é uma área de segurança onde a aeronave “atola” no concreto em caso de uma ultrapassagem dos limites da pista.

Mesmo com tantas modificações, alguns aspectos do aeroporto jamais se perderam. Um deles é o clássico piso quadriculado em preto e branco. Outro, seria a charmosa fachada do terminal de passageiros. Entre outros. Um misto de clássico com contemporâneo que torna Congonhas ainda mais icônico.

RN176 Foto interna do Aeroporto de Congonhas atual

         Congonhas hoje

O aeroporto hoje conta com operações regulares de quatro empresas aéreas: LATAM, Gol, Azul e Voepass. A última mencionada ganhou slots no ano de 2019 em uma redistribuição. Nesse mesmo ano, aeronaves turboélice de maior porte, como o ATR72, voltaram a poder realizar voos regulares no terminal paulista.

Reprodução/Foto-RN176 Foto: Fábio Passalacqua

Congonhas recebe atualmente uma média média quase 1.900 partidas semanais de voos comerciais (não considerando a movimentação da aviação executiva). São 37 aeroportos conectados diretamente com CGH e a Ponte Aérea é a rota mais movimentada a partir do terminal paulista, com uma média de 375 decolagens semanais.

Recentemente, a Aena ganhou a concessão do aeroporto, que ainda está sob controle da Infraero.

A transição, ainda sem data definida de início, acontece em várias etapas. O primeiro passo inclui a apresentação dos planos operacionais, de treinamento de pessoas e a comunicação com a comunidade aeroportuária – que inclui todas as empresas que atuam nos aeroportos e seus colaboradores.

Esses projetos devem ser entregues em 40 dias após o início do processo, e a ANAC tem o mesmo tempo para analisá-los. Em seguida, começa um período de operação assistida, em que a concessionária vai atuar em conjunto com os atuais gestores da Infraero.

A Aena deve assumir Congonhas por completo mais ao final do ano.