ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 21/10/2022 09:59 CADERNO NOVO REVOLUÇÃO HUMANA
Por Ho Goku
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida
PARTE 21
Shin’ichi Yamamoto chegou ao Centro Cultural de Kyushu (atual Centro Cultural Central de Fukuoka), situado no bairro de Hakata, cidade de Fukuoka, no final da tarde do dia 30. Ao descer do carro, ele imediatamente se dirigiu para o local em que os companheiros estavam reunidos no centro cultural.
Muitos deles pensavam que talvez não pudessem se encontrar pessoalmente com o presidente Yamamoto. Por isso mesmo, eles explodiram de alegria quando Shin’ichi se aproximou deles e bradou: “Muito obrigado! Os senhores venceram!”.
Um homem e uma senhora idosa apertaram a mão dele e não soltaram. Uma mulher mostrou-lhe uma revista que havia trazido e disse: “Consegui abrir o restaurante que tanto sonhei. Isso foi destaque nesta revista. Por favor, venha conhecê-lo”. Shin’ichi sorriu para ela e respondeu: “Eu irei”.
Pessoas ligadas pela fé, livres de qualquer tipo de discriminação — essa é a essência da família Soka.
No dia seguinte, 1o de maio, um grande número de membros se reuniu no centro cultural desde o início da manhã. Ao ver os companheiros, ele os chamou, expressou sua gratidão por seus esforços, apertou a mão deles e juntou-se a eles para registrar fotos em grupos. Contudo, o número de pessoas foi aumentando. Um líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), responsável pela movimentação, ficou preocupado com a situação. Ele pensou: “Se continuar assim, não conseguiremos dar conta. Mais que tudo, sensei ficará exausto!”.
Então, ele tentou conduzir os visitantes de modo que não passassem por onde Shin’ichi se encontrava. Percebendo isso, Shin’ichi disse-lhe em tom rigoroso:
— Ninguém tem o direito de impedir que aqueles que vieram até aqui se encontrem comigo.
Ao ser tolhido do direito de se encontrar livremente com os membros durante esse ano desde que deixou a presidência da Soka Gakkai, ele esperava há muito por esse momento em que poderia incentivar os amigos sem restrições. Estava determinado a se encontrar com todos que pudesse e encorajá-los de corpo e alma.
O líder da Divisão Masculina de Jovens sentiu-se envergonhado por não conseguir compreender suficientemente o coração do seu mestre.
Nesse dia, Shin’ichi foi ao restaurante de propriedade da integrante da Divisão Feminina (DF) que o havia convidado na chegada. Ele se esforçou para se encontrar com o maior número possível de membros determinado a não poupar nenhum esforço. Não podia de modo algum deixar passar o “momento” da contraofensiva. E bradava continuamente em seu coração: “Ó, leões, levantem-se! Agora é o momento decisivo da vitória!”.
PARTE 22
No período da tarde do dia 1o de maio, Shin’ichi Yamamoto visitou o Memorial Kyushu do bairro de Nishi da cidade de Fukuoka (atual bairro de Sawara). À noite, ele participou da reunião de líderes de regional da província de Fukuoka, realizada na Sede de Kyushu pela Paz da cidade de Hakata, onde conclamou aos participantes com o desejo de infundir o espírito de leão:
— Jamais arrie a bandeira do kosen-rufu em seu coração! Jamais arrie a bandeira da prática do shakubuku! Jamais apague a chama brilhante da fé para alcançar o estado de buda nesta existência!
Ele repetiu essas palavras com toda a energia.
Nessa reunião de líderes de regional, participavam também representantes da província vizinha de Oita, uma região em que os membros sofreram profundamente com a problemática do clero.
Na cidade de Beppu, de Oita, o prior do templo da Nichiren Shoshu ofendia continuamente a Soka Gakkai dizendo que ela difamava a Lei. Algumas pessoas que foram enganadas por meio disso e abandonaram a organização estavam distribuindo panfletos com críticas à organização. Os membros responderam a isso fortalecendo a união e bradando incansavelmente a integridade e a justiça da Soka Gakkai.
Shin’ichi se juntou aos membros de Oita para registrar uma foto comemorativa no saguão da Sede de Kyushu pela Paz.
Ele lhes disse:
— Quanto maiores as dificuldades que passarem, mais sua fé será polida e mais ela brilhará. A luta de todos os senhores certamente ficará para sempre gravada na história do kosen-rufu.
— Sensei! Por favor, venha a Oita! — disseram em voz alta. Muitos tinham lágrimas nos olhos.
Shin’ichi assentiu meneando profundamente a cabeça.
Durante a visita de Shin’ichi a Fukuoka, os membros se reuniram no Centro Cultural de Kyushu, na Sede da Paz de Kyushu e no Memorial de Kyushu com a notícia de que, se assim fizessem, poderiam ter a chance de encontrar Shin’ichi. Alguns chegaram de táxi ou de bicicletas. Outros vieram correndo de sua casa, vestidos com a roupa que utilizavam na hora em que souberam. Quando Shin’ichi deixou Fukuoka na tarde seguinte, em 2 de maio, ele havia incentivado mais de 20 mil pessoas.
Antes da partida, Takeo Yamaoka, secretário da Divisão Sênior da província de Oita, foi ao encontro de Shin’ichi na Sede da Paz.
Yamaoka havia recebido um relatório urgente informando que o prior de um templo da Nichiren Shoshu em Oita estava tentando convencer um membro benemérito da Soka Gakkai a deixar a organização. Ele foi a esse templo para protestar e travou uma discussão com o prior que se estendeu até a madrugada. Foi depois disso que ele pegou o trem e fez algumas baldeações para conseguir chegar a Fukuoka.
Numa batalha de contraofensiva, a ação imediata é a mais importante que tudo.
PARTE 23
No trem a caminho de Fukuoka, Takeo Yamaoka fez o possível para controlar sua indignação e raiva que sentia pelos sacerdotes da Nichiren Shoshu.
O prior com quem ele discutiu havia declarado expressamente no passado que ele e seus colegas sacerdotes não incitariam os membros da Soka Gakkai a deixar a organização nem a se tornar adeptos diretos do templo. No entanto, de maneira sórdida, eles os aliciavam sorrateiramente a abandonar a Soka Gakkai. Quando pressionado sobre o assunto, o prior simplesmente se esquivava com respostas contraditórias e vagas. Yamaoka sentiu que enxergara a verdadeira natureza dos clérigos da Nichiren Shoshu.
Shin’ichi ouviu o relatório de Yamaoka na sala da administração da Sede de Kyushu para a Paz.
Com um sorriso afetuoso, disse-lhe:
— Você deve estar exausto. Compreendo muito bem. Uma de minhas discussões com os clérigos durou seis horas.
Ele continuou:
— Devemos proteger absolutamente os preciosos e inestimáveis filhos do Buda. Precisamos atuar para garantir que todos se tornem felizes sem falta. Para tanto, temos de lutar com todo o coração até o limite de nossas forças. É a minha decisão. Esse é o espírito dos líderes da Soka Gakkai. Por favor, proteja meus discípulos, que são filhos do Buda, em meu lugar. Conto com você!
Logo em seguida, Shin’ichi partiu da sede de Kyushu para voar para o próximo destino, Kansai.
Yamaoka, de Oita, e outros membros de Kyushu ficaram no jardim da sede e, olhando para o céu, acenaram para um avião que acabara de levantar voo. No coração, juravam ardentemente: “Sensei, Kyushu será vitoriosa!”. A brisa refrescante do início de verão era agradável. Todos eles sentiram que uma nova brisa de progresso da Soka Gakkai havia começado a soprar a partir de Kyushu.
Era 3 de maio de 1980. Em fevereiro, a Soka Gakkai definiu que 3 de maio, data em que o venerado mestre Josei Toda foi empossado como segundo presidente e que Shin’ichi tomou posse como terceiro presidente, seria o Dia da Soka Gakkai. Shin’ichi passou o primeiro Dia da Soka Gakkai no Centro Cultural de Kansai, localizado no bairro de Tennoji, em Osaka, com os amados companheiros de Kansai.
Esse centro cultural tinha acabado de ser inaugurado cinco dias antes. O novo prédio era em tom castanho-claro e tinha cinco pavimentos na superfície e um no subsolo, e serviria como o novo Castelo da Lei central das atividades da Grande Kansai.
O céu claro de maio da “Kansai Invencível e de Contínuas Vitórias” se estendia com inspiradora beleza. Naquele momento, um novo estágio de avanço estava prestes a se iniciar.
PARTE 24
Uma reunião de Gongyo Comemorativo do Dia da Soka Gakkai seria realizada no Centro Cultural de Kansai em 3 de maio e estava prevista para se iniciar às 13 horas.
Contudo, desde a manhã, um fluxo constante de membros, imbuídos de alegre disposição, em grande parte sem o convite para a reunião da tarde, começou a chegar ao centro cultural, lotando as imediações. Os membros de Kansai que tinham parentes e amigos em Nagasaki e em Fukuoka foram informados por telefone que Shin’ichi havia incentivado os companheiros dessas localidades. Essa notícia se espalhou num piscar de olhos e todos estavam se dirigindo para lá com o único desejo de se encontrarem com Shin’ichi.
Os líderes de Kansai e os grupos de bastidores se reuniram urgentemente para discutir quais as providencias a serem tomadas. Eles conduziram as pessoas sem convite para o terceiro andar do prédio anexo ao centro cultural, que serviria de local auxiliar da reunião desse dia.
Shin’ichi chegou ao Centro Cultural de Kansai, vindo do Memorial Makiguchi de Kansai, localizado em Toyonaka, Osaka, antes das 11 horas. Ele imediatamente agradeceu aos integrantes das equipes de bastidores que atuavam na área do edifício.
Os membros continuavam a chegar ao centro cultural, repletos de ardente espírito de procura. O portão de entrada do anexo foi fechado como medida de segurança.
Pouco tempo depois, Shin’ichi saiu no pátio do centro cultural. Ouviu-se uma grande ovação. Quando ele viu todas as pessoas esperando do lado de fora do portão fechado, disse aos jovens da equipe de bastidores:
— Por favor, abra o portão e deixe-os entrar.
— Não há mais espaço dentro do centro cultural para acomodá-los — respondeu um dos funcionários.
— Está tudo bem. Vou incentivá-los aqui mesmo. Esses membros são os mais importantes, entende?
Quando o portão foi aberto, aqueles que esperavam do lado de fora correram alegremente para o pátio. Algumas pessoas que apenas passavam por perto chegaram a acompanhá-los por curiosidade.
— Sejam muito bem-vindos! Estou muito feliz por encontrá-los — assim dizendo, Shin’ichi foi trocando aperto de mãos com todos. Ele participou de várias e várias fotos comemorativas.
— Por favor, anotem os dados de cada um para que possamos enviar a foto depois — Shin’ichi instruiu os integrantes da equipe de bastidores.
Ele também tirou fotos com os membros dos grupos de bastidores, como o Sokahan e o Gajokai. O coração de Shin’ichi estava repleto da ardente disposição de não deixar de incentivar nem um único companheiro.
Essa determinação é o verdadeiro “espírito Soka”.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Ilustração: Kenichiro Uchida