Ala do PSDB vai sugerir candidatura própria após desistência de Doria

ROTANEWS176 E POR ESTADÃO CONTÚDO 23/05/2022 16h57                                                                                Por Lauriberto Pompeu

Em reunião marcada para esta terça-feira, grupo de Aécio Neves e José Aníbal vai tentar evitar o apoio do PSDB à pré-candidata do MDB

Reprodução/Foto-RN176 Pré-candidatos do PSDB à Presidencia Eduardo Leite e João Doria 21/11/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino Foto: Reuters

BRASÍLIA – Uma ala do PSDB vai sugerir nesta terça-feira, 24, que o partido considere o ex-governador Eduardo Leite (RS) e o senador Tasso Jereissati (CE) como opções na disputa presidencial. O pedido contraria um acordo firmado pelas cúpulas do PSDB, MDB E Cidadania de apoio á senadora Simone Tebet (MDB-MS) como cabeça de chapa, como defende o presidente da sigla tucana, Bruno Araújo. Tasso também é citado por parte do PSDB como candidato a vice da emedebista, de quem é próximo no Senado.

Após meses de pressão de seu próprio partido, o ex-governador paulista João Doria (PSDB) desistiu de tentar ser candidato ao Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 23. Agora, pelo roteiro traçado pelas três legendas, a ideia é que o nome de Tebet seja anunciado oficialmente como candidata da terceira via amanhã.

Há consenso dentro das Executivas do MDB e do Cidadania por apoio a Tebet, mas um grupo do PSDB, composto pelos ex-presidentes do partido Aécio Neves e José Aníbal, ainda tenta fazer valer a ideia de candidatura própria tucana.

“Agora as coisas se abrem, tem um horizonte melhor de protagonismo do PSDB nestas eleições. Continuo entendendo que o PSDB tenha candidato, questão que certamente vai ser tratada na reunião da Executiva amanhã”, disse Aníbal ao Estadão.

O ex-presidente do PSDB citou Leite e Tasso como opções, mas admitiu que o cearense ainda precisa ser convencido a disputar o Planalto. Durante reunião do partido na semana passada, o senador disse que “não está no projeto de vida” ser candidato a presidente e nem a vice de Tebet. “Tasso tem muita resistência e até resistência da família, mas vamos esperar”, afirmou Aníbal.

Já o presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o PSDB não deve ter candidato próprio à Presidência. “Claro que como presidente do PSDB eu gostaria muito que tivéssemos uma candidatura própria, mas há algo maior do que tudo isso, há algo maior que a vontade de João Doria, algo maior que minha vontade”, disse em entrevista coletiva em São Paulo após o pronunciamento de Doria.

“O Brasil não precisa de mais divisão interna. O gesto de João Doria hoje nos obriga moralmente. Nos mostra que o projeto está acima de tudo, e quem fizer um movimento diferente desse está demonstrando que tem mais compromisso com si mesmo do que com um projeto de Brasil”, completou.

Lei como tudo começou:

RN176; – João Doria anuncia desistência de candidatura à presidência

Araújo chegou a ser escolhido coordenador da pré-campanha de Doria, mas passou a trabalhar contra a candidatura presidencial do paulista. A avaliação é que a rejeição de Doria atrapalharia os planos de reeleição do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e consequentemente tiraria um tucano do comando do maior Estado do País.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que o grupo que rejeita uma aliança com Tebet é minoritário e que uma aliança será anunciada formalmente amanhã.

“Nós tivemos uma reunião e fizemos um indicativo. Esse gesto de João Doria tem a ver com o indicativo que foi feito, ele julgou que ser a favor do Brasil neste momento é retirar a candidatura dele. Não fez isso para nada, não, para que a gente continuasse discutindo candidato”, disse Freire ao Estadão.

Sobre a possibilidade de o PSDB ou o Cidadania indicarem o candidato a vice, o dirigente afirmou que o assunto ainda vai ser melhor debatido. “Quem é que está com vice? O único que tem é Lula e que fez por pressões internas mal esclarecidas. Temos tempo”, declarou. O PSDB e o Cidadania vão formar uma federação, o que significa que precisam ter a mesma posição em todas eleições nacionais, estaduais e municipais por quatro anos, além de precisarem agir como uma bancada só no Congresso.