ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 23/09/2022 13:38 MATÉRIA DO GRUPO ALVORADA DA BSGI
Matéria para ser utilizada nas atividades do Grupo Alvorada no mês de novembro
Do Grupo Alvorada da BSGI
Reprodução/Foto-RN176 Foto de ilustração da matéria – Foto: Getty Images
Caros companheiros do Grupo Alvorada, no significativo mês de novembro, em que celebraremos os 92 anos da Soka Gakkai, trataremos das duas últimas diretrizes dedicadas pelo presidente Ikeda à Divisão Sênior: “Ser uma pessoa humanista e magnânima” e “Ter senso de responsabilidade e planejamento”.
Como nos tornarmos humanistas e magnânimos numa sociedade onde os conflitos, as disputas e as diferenças têm se acentuado a cada dia? Para isso, em primeiro lugar, é preciso entender por que é importante valorizar todas as pessoas, sem exceção.
Qual é o nosso valor?
No livro Sabedoria do Sutra do Lótus, nosso mestre afirma:
Vistos pelos olhos do Buda, ou seja, da perspectiva da essência real de todos os fenômenos, todos os fenômenos no Universo são uma única entidade viva. A felicidade dos seres vivos separada de seu ambiente é impossível. Da mesma forma, a paz do ambiente independente dos seres vivos também é impossível.
Não podemos ser verdadeiramente felizes enquanto os outros permanecem miseráveis. A miséria de outra pessoa não é somente dela. Quanto mais felicidade levamos aos outros, mais felizes nos tornamos. Enquanto houver pessoas infelizes, nossa própria felicidade permanecerá incompleta1
Dessa forma, unindo nosso coração ao do Mestre e colocando a prática budista e o kosen-rufu como partes da nossa jornada diária, compreendemos que todos os que estão ao nosso redor possuem uma profunda relação conosco, pois somos uma única entidade viva. Todos são budas e devem despertar para a felicidade absoluta.
Pensar nas pessoas e agir em prol da felicidade delas de forma sincera, sem esperar algo em troca, é ser humanista. Como seniores da nova era, cabe uma reflexão: “Qual tem sido meu papel como humanista? Como estou agindo em minha localidade? Com minha família? No meu trabalho?”.
Deixa comigo!
Podemos transformar isso em ação nos aprimorando na última diretriz: “Ter senso de responsabilidade e planejamento”.
Nosso mestre salienta:
Vocês irão desafiar a tarefa sob sua responsabilidade com todo vigor? Ou desistirão no meio do caminho? Isso é o que distingue o vitorioso do derrotado e o sábio do tolo. As pessoas sábias jamais desistem. Sempre continuam a conduzir uma vida de desafios e a buscar o caminho. Os tolos logo desistem. Evitam o caminho de trabalho árduo e de disciplina, e vivem momento a momento pensando em coisas como: “Preciso arranjar uma estratégia para que possa desfrutar minha vida”, e “Eu posso entender tudo com apenas uma compreensão superficial das coisas”. Que modo lamentável deve ser esse tipo de vida.2
Esse rigoroso incentivo nos mostra que a única forma de conseguirmos agir e avançar é assumindo a responsabilidade de conduzir todas as pessoas à felicidade.
Decidiu agir, agora vamos ao planejamento!
Planejar nos ajuda a não tomar rotas muito longas, que dificultem ainda mais o desafio. Quando estabelecemos uma meta e oramos para alcançá-la, as funções protetoras do universo nos auxiliam nesse propósito.
O primeiro passo é ter objetivo claro, foco. Peça ajuda a todos da organização e dialoguem sobre as estratégias. Sempre envolva os líderes dos demais níveis da organização para estar junto com você. Procure os veteranos, eles já trilharam esse caminho e estão sempre prontos a auxiliar.
Ikeda sensei frisa:
Oro e pondero constantemente sobre os melhores passos a serem dados. Como poderei promover o crescimento de Okinawa? Como poderei desenvolver pessoas capazes? Como poderei fortalecer nossa organização? Como poderei ajudar todos a se tornarem felizes? Se esse for seu foco, verá que novas ideias surgirão o tempo todo em sua mente, inspiradas até mesmo pelo diálogo mais breve que tiver com os outros. Os líderes devem “botar a cabeça para funcionar” o tempo todo. O segredo reside em possuir o senso de responsabilidade de concretizar o kosen-rufu e de vencer, haja o que houver.3
Assim, o planejamento ou os preparativos dependem da responsabilidade e da seriedade com que os objetivos são encarados. E quando a meta é coletiva, a consideração e o respeito pelos outros são fundamentais para motivar o desafio do planejamento.
Vitória absoluta
Despertar, planejar e agir
Em meus dez anos de prática budista, conquistei muitas vitórias atuando como membro da Divisão dos Jovens e como integrante da banda masculina Taiyo Ongakutai. Porém, gostaria de compartilhar sobre a minha vitória no início do isolamento social devido à pandemia da Covid-19.
Tudo começou com minha cunhada. Ela trabalha em uma ONG que oferece atendimento gratuito em consultas com médicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros, apoiando famílias de crianças com deficiência motora ou intelectual.
Com a pandemia, ela me relatou quão difícil estava a situação das famílias que a ONG apoiava e quanto estavam ajudando, porém não eram capazes de auxiliar a todos os que precisavam. Por imensa boa sorte, não tive impacto financeiro em meu trabalho durante a pandemia; então, floresceu em mim e em minha esposa o desejo de ajudar.
No romance Nova Revolução Humana, capítulo “Florescimento”, o Mestre afirma: “Nosso humanismo brilha quando pensamos constantemente nos outros e fazemos por eles tudo o que estiver ao nosso alcance, com a máxima sinceridade”.4
Imbuídos desse sentimento, decidimos ajudar uma família. No entanto, percebemos que isso seria muito bom para essa família, mas não mudaria o cenário em geral. Se outras pessoas que tivessem condições também apoiassem, seríamos mais efetivos. Assim, fizemos um mutirão para arrecadar cestas básicas.
Junto com minha esposa, iniciamos o planejamento desse mutirão. Determinamos arrecadar cem cestas básicas. Claro, eu não conseguiria doar sozinho todas as cestas e precisava de mais pessoas dispostas a contribuir. Fizemos uma divulgação nas nossas redes sociais, convidando a todos os que pudessem participar. Rapidamente, diversas pessoas começaram a responder.
Como parte do planejamento, resolvemos não utilizar cestas prontas, mas sim montá-las, colocando os melhores produtos com o menor custo possível. Fizemos pesquisas nos mercados de atacado, pensamos na logística para ir aos mercados, tomando cuidado com nossa saúde, e conseguimos a doação de sacos para guardar os alimentos, e então fomos montando as cestas.
Com minha cunhada, entregamos as cestas para as famílias, sempre respeitando o distanciamento necessário. Não esperávamos nada em troca, contudo, ao ver o sorriso das famílias, principalmente das crianças, percebi que não existia recompensa maior.
Reprodução/Foto-RN176 Rodrigo, com seu filho, Lucca, e sua esposa, Renata – Foto: Arquivo pessoal
Ao vencermos com daimoku as dificuldades que surgiam, conseguimos atingir nosso objetivo de cem cestas doadas, cuidamos de todas as etapas: arrecadação, montagem e entrega das cestas para as famílias. Foi um processo que tivemos de fazer em várias fases e durou seis meses, mas não desistimos em momento algum e fomos vitoriosos!
Ainda no capítulo “Florescimento”, presidente Ikeda incentiva: “O budismo não existe isolado da sociedade. Por isso é fundamental que nós, pessoalmente, ocasionemos o florescimento do humanismo em nosso local de trabalho e na comunidade em que vivemos”.5
A partir dessa ação, percebemos que, com o sentimento sincero de prezar cada pessoa, e com responsabilidade e planejamento, podemos realizar ações que fazem a diferença para muitas pessoas em nossa sociedade local.
Muito obrigado!
Rodrigo Nunes da Silva, responsável pela Divisão Sênior do Bloco Fontinha, Distrito Campinho, RM Valqueire, Sub. Méier, CCSF, CGERJ.
Notas:
- IKEDA, Daisaku. Sabedoria do Sutra do Lótus. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 205. / 2. Brasil Seikyo, ed. 1.274, 28 maio 1994, p. 4. / 3. IKEDA, Daisaku. Arco-íris da Esperança.Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 19, p. 59, 2019. / 4. Idem. Florescimento.Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 15, p. 287, 2019. / 5. Ibidem, p. 300, 2019.
Fotos: Getty Images / Arquivo pessoal