ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 11/04/2020 10:00
INCENTIVO DO LIDER
Este ano, os membros da Coordenadoria Centro-Leste Paulistana (CCLP), visando o aprimoramento dos líderes de coordenadoria, Sub. e grupos horizontais, estão participando de um curso ministrado pela Coordenadoria Educacional (CEduc), intitulado “Diálogos Humanistas, uma Vivência da Comunicação Não Violenta (CNV) na Perspectiva Budista”, e também estão realizando uma atividade que recebeu o nome de “Papo Reto”. Nela, abordamos vários assuntos e aprendemos sobre os conceitos que utilizamos no dia a dia, porém, às vezes, não nos atemos ao seu real significado.
Foi no “Papo Reto” que nos defrontamos com um problema sério que vem atingindo principalmente os jovens, mas também homens e mulheres de todas as idades, e que se manifesta de forma silenciosa: a depressão.
Uma das queixas frequentes relatadas pelas pessoas com depressão é o constrangimento de assumirem que estão doentes, uma vez que recitam Nam-myoho-renge-kyo. Elas se sentem derrotadas e, no caso de serem líderes, nem sequer têm coragem de dizer aos companheiros sobre o sofrimento que vivenciam. Muitas vezes se afastam e evitam participar das atividades.
O apoio da família e dos amigos é fundamental, até que ela possa ir a um psiquiatra fazer uma avaliação clínica e ser corretamente diagnosticada. E, também, para que se inicie o tratamento o mais rápido possível. Somente o remédio sem a terapia não resolve o problema. Daí a importância da indicação do tratamento em conjunto para que possam ser tratados os aspectos físicos (bioquímica cerebral) e psicológicos (comportamental e emocional) que desencadearam o problema.
Ouvir, apoiar (no sentido de não cobrar, mas tranquilizar), perguntar o que o outro está precisando, dar informações sobre profissionais e locais de atendimento de acordo com a possibilidade de cada pessoa são essenciais, assim como enviar daimoku pela sua recuperação.
No budismo, aprendemos sobre a “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Esse princípio demonstra de forma bem clara quanto o ser humano é um sujeito biopsicossocial, que tanto afeta o ambiente como é afetado por ele. Nos dias atuais, não há como negar essa verdade. Podemos até dizer que a depressão é, em parte, uma resposta do organismo à agressão que nos infligimos em meio a tantas cobranças sociais. E também à sensação de culpa por não conseguirmos atingir o que seria inalcançável sem a busca do autoconhecimento, o verdadeiro sentido da vida.
Aprendemos no último Curso Latino-Americano do Budismo (Clab) que o problema não é ficar doente, isso é natural, inclusive para quem pratica a Lei. Ser vencido pela doença é o problema; rejeitar tratamento e apoio, também. Como budistas, estudamos e nos dedicamos a uma filosofia de vida que coloca o ser humano acima de qualquer circunstância, prezamos pela dignidade da vida e possuímos um mestre que ensina como aplicar essa filosofia na prática. Desse modo, sabemos muito mais do que imaginamos para lidar com essa doença que afeta o corpo e a alma.
Vamos juntos, no Ano do Avanço e dos Valores Humanos, resgatar, por meio da fé, a humanidade que habita em nós e apoiar uns ao outros com base nas orientações do nosso querido mestre, Dr. Daisaku Ikeda.
Maria Aparecida Alves de Oliveira
Coordenadora da Divisão Feminina de coordenadoria