ROTANEWS176 11/08/2023 13:10 ESPECIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBC
Série especial – Rio de Janeiro
Reprodução/Foto-RN176 Convenção Comemorativa do 32o Aniversário pelo Movimento do Kosen-rufu no Rio de Janeiro com a presença do presidente Ikeda (13 fev. 1993)
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, expressou: “O coração do kosen-rufu do Brasil — o Rio de Janeiro — venceu gloriosamente”.1 Foi um caloroso e inesquecível incentivo que criou ondas sucessivas de vitórias na vida dos integrantes da BSGI da localidade.
Atualmente, a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) abrange mais de mil blocos e quatrocentas comunidades. Mas a jornada do movimento pelo kosen-rufu na região começou com a árdua dedicação de alguns poucos pioneiros. Eram os componentes das primeiras famílias de imigrantes japoneses, membros da Soka Gakkai, nos anos 1960, que chegaram à Cidade Maravilhosa e venceram inúmeras dificuldades, entre elas a barreira do idioma, para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin.
Essa saga está retratada no volume 11 do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei, e simbolizada pelos esforços do casal Masatada e Misako Kohno, primeiros praticantes residentes no Rio de Janeiro. Em um trecho da obra, durante a sua segunda visita ao Brasil, em 1966, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda no romance) vai à cidade pela primeira vez. No alto do morro do Corcovado, ele incentiva o casal Kohno:
A organização do Rio de Janeiro é ainda pequena, porém, se vocês empreenderem todos os esforços, recitando firmemente o daimoku, ela certamente atingirá um grande progresso. É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.2
Reprodução/Foto-RN176 Ilustração retrata momento em que o presidente Ikeda dialoga com pioneiro da BSGI durante uma visita à capital fluminense em 1966
Dezoito anos depois, o presidente Ikeda retornou ao Brasil, em 1984, e constatou que o número de famílias praticantes do Rio, que em 1966 era de 166, havia atingido 6 mil. Foi um avanço grandioso alcançado devido ao empenho incansável de gerações de praticantes com base na unicidade com o Mestre.
Assim como o ritmo vibrante e cadenciado do samba, o movimento em prol do kosen-rufu da BSGI na cidade e em todo o estado do Rio de Janeiro seguiu ininterrupto, levando a filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin ao povo carioca e fluminense.
Em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), a BSGI realizou, na cidade, o Festival Eco Cultural Rio-92 e também a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Em meio aos desafios da vida diária, a atuação dos membros da organização, alicerçada na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei, cada qual divulgando os ideais da Soka Gakkai em seu campo de atuação, resultou no reconhecimento e na confiança da sociedade brasileira.
Como fruto desses esforços, o presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, receberam mais de 150 homenagens governamentais, de instituições de ensino e de outras entidades. Durante a sua quarta visita ao nosso país, em 1993, no Rio de Janeiro, o presidente Ikeda recebeu o título de sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, o de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro3 e a medalha da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
E ainda, os membros viveram momentos dourados ao lado de Ikeda sensei, nesse período, recebendo inestimáveis incentivos e importantes direcionamentos para a condução do movimento pelo kosen-rufu. A ocasião também foi marcada pelas denominações oferecidas pelo Mestre de “Josho Rio” (Rio de Contínuas Vitórias) e “Rio, Number One” (Rio, Primeiro do Mundo), verdadeiras diretrizes de avanço ininterrupto.
Neste ano, foi realizada a 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI rumo a 2030 no Centro Cultural do Rio de Janeiro,4 quando os membros da CGERJ e de toda a BSGI se uniram para levar avante as atividades do segundo semestre, com ênfase nas iniciativas na organização de base.
Reprodução/Foto-RN176 Participantes da 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI, realizada no Centro Cultural do Rio de Janeiro (maio 2023)
Com o olhar no futuro, os companheiros do Rio de Janeiro lançaram-se a novos desafios, percorrendo a estrada de mestre e discípulo ao som da inesquecível canção Saudação a Sensei, que nasceu em terras cariocas e se espalhou pelo Brasil e pelo mundo: “Sensei, o nosso sonho está realizado com vossa presença no Brasil…”
E como está sendo a luta pelo kosen-rufu em sua localidade ao lado do Mestre? Visando os setenta anos de fundação da BSGI e o centenário da Soka Gakkai em 2030, vamos, em nossos respectivos campos de atuação, comprovar a força da prática budista na própria vida e construir uma sociedade de paz a partir da nossa família, do local de trabalho e da comunidade local.
Representantes da BSGI do Rio de Janeiro contam suas conquistas ao comprovarem a força do Budismo Nichiren e concretizarem os ideais do Mestre
Inspirar as pessoas ao redor
Encontrar um mestre na juventude e comprovar a força de um juramento são motivos da maior honra para mim. Cheguei até aqui pelo Mestre, que não tive oportunidade de conhecer pessoalmente, encontrado nas minhas decisões diárias de ser cada vez melhor.
Eu era menor de idade quando conheci o budismo há vinte anos. Levei dois anos para que meus familiares, que não aceitavam minha prática, vissem, por meio da mudança que tive, o poder transformador da prática do Nam-myoho-renge-kyo e das sinceras companhias que passaram a fazer parte da minha vida.
O ambiente Soka é algo extraordinário, bem como o próprio coração do Mestre de abraçar os jovens e lhes dizer quão grandiosos são. E assim foi comigo. Nesses dezoito anos como membro da organização, muitas transformações ocorreram. De uma jovem cujo empenho nunca faltou, aprendi a sonhar alto: eu me formei, fiz duas pós-graduações, um mestrado e estou finalizando o doutorado.
Assim, como professora, pude voltar à instituição que estudei, pondo em prática tudo o que aprendi nesse maravilhoso treinamento recebido, sobretudo como integrante do grupo Cerejeira por onze anos, ao lado também dos meus companheiros da organização local. Fui ao Japão com o Departamento de Relações Públicas da BSGI, em 2015, vivendo momentos inesquecíveis da história da Gakkai e do sensei.
Aprendi com o Mestre a não medir esforços em tocar o coração do outro. Por isso, nesses anos realizei 47 shakubuku, apresentando-lhes esta filosofia grandiosa.
Preenchendo minha vida com o juramento seigan, transbordo amor aos membros, aos meus alunos, a cada pessoa que encontro, cumprindo a minha missão, vencendo e inspirando a todos. Não existe alegria maior. Avante!
Reprodução/Foto-RN176 Monique Bezerra da Silva. Responsável pela Divisão do Jovens da Sub. Barra da Tijuca. Professora do ensino superior
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Esperança e alegria
Passa um filme em minha mente ao falar da minha vida antes de ingressar na Soka Gakkai e conhecer o presidente Ikeda, meu mestre da vida. Encontrei este maravilhoso budismo quando estava com 34 anos, em 1987, e vivenciava muito sofrimento. Tive de comprovar tudo com relação à família: desarmonia, alcoolismo, condições financeira precárias. Minha mãe era de outra religião, mas se encantou com o que dizia o presidente Ikeda.
Seis anos depois de me converter ao budismo, fiquei sabendo que assistiria à posse dele como membro correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eu mal tinha o dinheiro do transporte para ir até lá. Minha mãe, que estava internada na época, me disse, antes de eu seguir: “Ele é um homem muito sábio”.
Misticamente, voltei em junho último na comemoração dos trinta anos da posse do Mestre na ABL. Agora em outra condição, vitoriosa e feliz pelas inúmeras conquistas.
Sempre trabalhei, superei várias dificuldades. Apresentei o budismo para diversas pessoas, que, ao me verem transformar aquelas condições desfavoráveis de antes, passaram a acreditar na força do budismo. Sou de origem modesta, mas, com a força da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, realizei o sonho de me formar em administração de empresas na faculdade.
A Gakkai é minha vida. E busquei estar continuamente na sintonia do Mestre, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que leio com o coração desde a inesquecível primeira reunião que participei há quase quarenta anos. Que orgulho, quanta gratidão!
Hoje, sou aposentada e dedico meus dias a ajudar os familiares e amigos que precisam, levando os incentivos de Ikeda sensei. Tenho me empenhado nas atividades da Academia Magia da Leitura, por ser a educação o último empreendimento da vida do Mestre. Se é objetivo dele, é meu também!
Nos últimos dois anos, sofri muitas perdas; em curto espaço de tempo, levaram-me dois irmãos, um sobrinho e meu marido, entre outros. No entanto, unindo forças com os companheiros da BSGI, venho superando e avançando determinada, corajosa e com o coração ligado ao do Mestre.
O Rio de Janeiro é minha cidade, e aqui vamos construir juntos a organização da vitória absoluta. Ikeda sensei, conte comigo!
Reprodução/Foto-RN176 Jorgina Fátima da Silveira Dutra. Conselheira da RM Valqueire, Sub. Méier. Aposentada
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Juramento por toda a vida
Em 1993, eu era um jovem rapaz de 21 anos, membro da banda masculina Taiyo Ongakutai e da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro.
Quanta emoção e entusiasmo ao recebermos o presidente Ikeda no Rio! Sou fukushi (quem nasce numa família budista) e seria a primeira vez que estaria diante do Mestre. Finalmente encontrei Ikeda sensei, que sempre cuidou de mim, embora de longe, mas sempre muito perto do coração.
Como membro do Taiyo Ongakutai, pude soprar minha flauta transversal, cheio de emoção e com forte determinação de realizar o juramento ao Mestre de sempre me manter no caminho do kosen-rufu, sem jamais traí-lo e aos companheiros. Foi extraordinário me superar para tocar dignamente e poder impulsionar minha vida a evoluir em meio a tantos desafios e incertezas de um jovem.
Era aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuei, mais uma vez, nos preparativos para a concessão do título de doutor honoris causa da UFRJ ao Mestre. Estava no corre-dor, sensei passou por mim e se curvou, colocando a mão no peito, como um gesto de respeito e gratidão a todos que se encontravam ali. Que humildade! Que sentimento de um homem simples e honrado! Mais uma vez, olhando com sincera gratidão para ele, fiz meu juramento como aluno universitário daquela casa do saber. Quanto a realizar ainda pelo kosen-rufu do Rio, do Brasil e do mundo!
Também assisti à sua posse na Academia Brasileira de Letras. Quanto orgulho! Quanta honra! Que felicidade! Meu mestre sendo o primeiro oriental a receber esse título na maior casa das letras e da literatura do nosso país.
Sem me dar conta, o tempo passou, o juramento se fortaleceu. Encontrei-me com o Mestre em 2001, no Japão, como membro do Grupo Seigan, eternizando meu juramento de jamais abandonar a prática da fé, a Gakkai e os companheiros.
Hoje, como sênior de 51 anos, sou educador, empresário da educação, da cultura e da preservação do meio ambiente, além de ter me tornado poeta, escritor, membro e presidente da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, da qual Ikeda sensei se tornou sócio correspondente em dezembro de 2010.
Ainda tenho muito a fazer, mas mantenho a chama forte e viva do juramento ao Mestre, que jamais será apagada, construindo sempre o amanhã junto com sensei!
Reprodução/Foto-RN176 Sidney de Oliveira Silva. Vice-responsável pela Sub. Grande Rio. Empresário e professor
No topo: Convenção Comemorativa do 32o Aniversário pelo Movimento do Kosen-rufu no Rio de Janeiro com a presença do presidente Ikeda (13 fev. 1993)
Ilustração: Kenichiro Uchida
Fotos: Seikyo Press / BS / Colaboração local
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013, p. B5.
- IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27-28, 2019.
- Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.407, 17 fev. 2018, p. C2-C3.
- Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 8-9.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO