Um dos maiores esportistas da história, o ex-boxeador, que sofria com diversos problemas de saúde, faleceu em um hospital em Phoenix
ROTANEWS176 05/06/2016 10h40 Por JC
O dia 4 de junho de 2016 ficará marcado na história do esporte como a data do adeus a uma lenda. Na madrugada deste sábado (5), morreu aos 74 anos o ex-pugilista americano Muhammad Ali, um dos principais nomes da história do esporte.
Reprodução/Foto-RN176 Muhammad Ali, o maior pugilista dos peso pesado de todos os tempo
Sofrendo com diversos problemas de saúde, como o Mal de Parkinson, que o acometia desde o fim de sua carreira, o ex-campeão mundial dos pesos pesados estava internado desde os últimos dias em um hospital em Phoenix (EUA) por conta de complicações respiratórias. Um porta-voz da família confirmou ao site à rede americana NBC o falecimento de Ali.
– Após uma batalha de 32 anos contra o Mal de Parkinson, Muhammad Ali faleceu aos 74 anos. O três vezes campeão mundial dos pesados morreu nesta noite – disse Bob Gunnell.
Muhammad Ali foi campeão mundial entre os pesados de 1964 a 1967, 1974 a 1978, e 1978 a 1979. Em 61 lutas profissionais, o americano venceu 56 (37 nocautes) e perdeu apenas cinco (quatro decisões e um abandono).
História
Reprodução/Foto-RN176 Muhammad Ali na infância jogou todas suas cartadas no boxe para sair de uma vida bastante conturbada
Nascido no dia 17 de janeiro de 1942, em Louisville, no Kentucky, Cassius Clay, seu nome de batismo, começou no boxe aos 12 anos. Apenas seis anos depois, já disputava uma Olimpíada, em Roma (ITA), quando conquistou a medalha de ouro entre os meio-pesados.
Logo após a láurea, Clay tornou-se profissional e, pouco depois, em 1963, inspirado pela causa muçulmana, converteu-se à religião e passou a lutar contra o racismo nos Estados Unidos.
A mudança em seu nome, porém, aconteceu apenas em 1964, após conquistar o título mundial dos pesados sobre Sonny Liston. Depois disso, apresentou ao mundo sua nova alcunha: Muhammad Ali.
Além disso, começou a tornar-se conhecido por seu modo de se expressar, com frases de efeito e, muitas vezes, tidas como engraçada, como, “Voe como uma borboleta, pique como uma abelha”, e sua emblemática frase após conquistar o cinturão: “Eu sou o melhor! Eu sou o rei do mundo!”.
Por muito tempo, Ali foi, de fato, o “Rei do Mundo”. Campeão aos 22 anos, o boxeador defendeu seu título em seis duelos, até negar uma convocação do exército americano para servir na Guerra do Vietnã, em 1967.
Com isso, foi sentenciado a cinco anos de prisão e teve seu cinturão retirado. Liberado após uma apelação, Ali ficou impedido de lutar, até um novo recurso devolver seus direitos em 1971.
Porém, o “Rei” ainda teria de remar muito para reconquistar seus súditos. Após voltar aos ringues, caiu diante de Joe Frazier, campeão mundial, por decisão em uma luta de 15 rounds. Em 1974, anos depois da “Luta do Século”, quando Frazier já havia perdido o título, Ali deu o troco.
Isso o credenciou para encarar o então detentor do cinturão: George Foreman. No mesmo ano, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), os dois se enfrentaram no duelo conhecido como “Rumble in the jungle”. O Rei havia voltado e, com ele, o título mundial.
Reprodução/Foto-RN176 Uma de suas frase de Muhammad Ali, no decorrer de sua vida durante sua trajetória no esporte
Muhammad Ali permaneceu com o cinturão até 1978, quando foi derrotado pelo jovem Leon Spinks. Um ano depois, aos 37, se aposentou, retornando em 1980 para lutar pelo título de Larry Holmes e, posteriormente, enfrentando Trevor Berbick em 1981. Em ambos os duelos, o Rei caiu.
Um ano depois, Ali foi diagnosticado com Mal de Parkinson e, ali, começava a mais dura luta da vida do ex-pugilista.
Engajado em causas sociais, Muhammad passou a viajar pelo mundo, mas suas aparições públicas eram cada vez menores. Em um de seus mais memoráveis momentos, foi responsável pelo acendimento da pira olímpica dos Jogos de Atlanta (EUA), em 1996.
Nos últimos anos, Muhammad Ali ficou cada vez mais longe dos noticiários, mas, ainda assim, permanecia vivo na memória dos amantes do boxe e do esporte. Hoje, os mesmos fãs dão adeus a uma lenda e, porque não, ao “Rei do Mundo”.
Por JC