ROTANEWS176 25/01/2025 09:30 Por João Pedro de Almeida
A certidão do engenheiro, vítima da Ditadura Militar, foi alterada para morte ‘não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro’
Reprodução/Foto-RN176 Após indicação de ‘Ainda Estou Aqui’ ao Oscar, certidão de óbito de Rubens Paiva é alterada. Entenda razão!© Reprodução, Globo / Secretaria de Estado da Cultura/ SP
Nesta quinta-feira (23), Fernanda Torres e o filme “Ainda Estou Aqui” ganharam novamente os holofotes internacionais. Após uma vitória inédita no Globo de Ouro, a atriz agora concorre ao Oscar, considerada a mais importante premiação de cinema do mundo. Fernanda está indicada na categoria de “Melhor Atriz”, um feito histórico. Ela se junta à sua mãe novamente como as únicas brasileiras a serem indicadas nesta importante categoria em toda a história da premiação.
Certidão de óbito de Rubens Paiva é alterada após anos de luta
No mesmo dia histórico para o cinema nacional, a certidão de óbito de Rubens Paiva, cuja história foi retratada no premiado “Ainda Estou Aqui”, foi alterada para “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro em decorrência da repressão política durante o regime ditatorial instaurado em 1964”.
Assunto relacionado ao filme:
RN176; – Emocionada, Fernanda Torres agradece indicações de ‘Ainda Estou Aqui’ ao Oscar
A nova versão do documento, emitida pelo Cartório da Sé, em São Paulo, agora reconhece oficialmente que Rubens Paiva foi morto em 1971 pela ditadura militar. A certidão anterior, de 1996, apenas registrava o desaparecimento da vítima, sem detalhar as circunstâncias de sua morte, o que foi modificado após uma longa batalha judicial encabeçada por sua esposa, Eunice Paiva.
O que aconteceu com Rubens Paiva?
O filme, lançado no final do ano passado, foi inspirado no livro de mesmo nome escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva, filho do engenheiro. O ex-parlamentar foi levado de sua casa, no Rio de Janeiro, por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa), no feriado de 20 de janeiro de 1971 (dia de São Sebastião), há 54 anos.
No quartel da Força Aérea Brasileira (FAB), ele foi submetido a torturas e, posteriormente, transferido para os porões do DOI-CODI, onde continuou a ser torturado até sua morte, ocorrida naquela mesma noite ou nos dias seguintes, conforme apurado pela Comissão Nacional da Verdade, em 2014. Eunice Paiva conseguiu obter o atestado de óbito apenas em fevereiro de 1996, após anos de busca por respostas e reconhecimento oficial da morte de seu marido.
FONTE: PUREPEOPLE.BR