ROTANEWS176 E POR CNN 07/02/2022 18:30 Por Vinicius Tadeu
Presidente americano e chanceler alemão reforçaram que todas as atitudes serão tomadas em conjunto e que a Otan “permanece unida”
Reprodução/Foto-RN176 Joe Biden presidente dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, nesta segunda-feira (7) na Casa Branca. O principal assunto do encontro foi a crise entre a Rússia e o Ocidente, à medida que as tensões e o acúmulo de tropas aumentam nas fronteiras ucranianas.
Após a conversa, Biden afirmou que a Alemanha e os EUA estão em sintonia para enfrentar a agressão russa em meio à crise na Ucrânia. O presidente americano vem reafirmando que uma invasão russa é iminente, e ordenou o envio de quase 3 mil soldados para a Europa Oriental para proteger o flanco leste da Otan da possibilidade de um ataque da Rússia.
“A Alemanha é um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos”, disse Biden, acrescentando que eles estão “trabalhando em sintonia” para deter ainda mais a agressão russa na Europa.
Em entrevista coletiva ao final do encontro, o presidente americano afirmou que “Olaf Scholz tem confiança total dos EUA. A Alemanha é completamente e totalmente confiável. Não tenho nenhuma dúvida sobre a Alemanha”.
“Alemanha e EUA são parceiros e estamos trabalhando juntos para termos uma solução diplomática”, disse o presidente.
Biden ainda fez questão de reforçar a unidade da Otan em responder às tensões nas fronteiras ucranianas: “Se a Rússia fizer a escolha de invadir a Ucrânia nós estaremos juntos e prontos, e toda a Otan está pronta”.
De acordo com o presidente americano, “se a Rússia invadir a Ucrânia, não haverá o gasoduto Nord Stream 2”. A construção transporta gás natural russo sob o Mar Báltico para a Alemanha, evitando a Ucrânia. A Alemanha é fortemente dependente da energia russa, e há receio por parte do Ocidente de que o gasoduto de 1.200 quilômetros e US$ 11 bilhões seja usado como arma de retaliação pela Rússia.
Já Olaf Scholz reconheceu que se trata de uma “situação muito difícil”, mas reforçou que “estaremos unidos e agiremos juntos, tomaremos os mesmos passos e a Rússia deve entender isso”. O chanceler reforçou que a Alemanha “tem dado ajuda significativa à Ucrânia”.
“A Rússia tem que entender que a Otan permanece unida. Se houver agressão militar contra a Ucrânia haverá sanções causando altos custos para a Rússia”, pontuou Scholz.
De acordo com um porta-voz do governo alemão, o chanceler deve se encontrar na próxima terça-feira (8) com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em Berlim para discutir a crise na Ucrânia.
Definição de uma liderança na Europa
Antes da reunião com Biden, a postura de Olaf Scholz sobre o conflito vinha sendo fortemente criticada, já que a Alemanha não havia se posicionado de maneira enfática sobre o assunto. Ao invés de enviar tropar ou armamentos para o Leste Europeu, o chanceler optou por doar um hospital de campanha para Kiev, treinamento médico e 5 mil agentes para os atendimentos.
O novo chanceler é o sucessor de Angela Merkel, que em 2014 desempenhou um papel crucial como intermediária entre o presidente russo, Vladimir Putin, e aliados do Ocidente. À época, Merkel encorajou outros líderes a intensificarem suas sanções para punir Moscou por anexar a Crimeia.
Desta vez, quem vem se esforçando para desempenhar o papel de principal mediador europeu para resolver a crise nas fronteiras a Ucrânia é o presidente da França, Emmanuel Macron. O francês se reuniu com Putin também nesta segunda e disse que busca uma “resposta útil, que certamente nos permita evitar a guerra e construir confiança, estabilidade e visibilidade”.
As tensões nas fronteiras ucranianas pautaram a reunião desta segunda-feira no Salão Oval. De acordo com o serviço de inteligência dos EUA, Putin já reuniu 70% do pessoal militar e armas nas fronteiras da Ucrânia que ele precisaria para uma invasão em grande escala do país.
A expectativa é de que após a reunião e as declarações de Biden e Scholz, as ações da Otan sobre uma possível invasão russa sejam tomadas com mais unidade e esforço conjunto.
*Com informações de Jeff Mason e Katharine Jackson, da Reuters