ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/01/2023 11:30 APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA Por Dr. Daisaku Ikeda
Momentos inesquecíveis: volume 8
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
Juventude é manter um espírito flexível
No dia 14 de maio de 1963, numa reunião de membros idosos em Tóquio, Shin’ichi Yamamoto encorajou os participantes “seniores na vida” com profunda gratidão pelas sinceras contribuições prestadas por eles ao kosen-rufu.
No final, disse (Shin’ichi) com profundo sentimento:
— Existem pessoas aparentemente jovens, mas já velhas de espírito. E também pessoas idosas com o espírito vigoroso como o de um jovem. O fator principal da juventude está em manter um espírito flexível que almeja sempre um novo crescimento. Podemos dizer que a felicidade de uma pessoa é decidida pela maneira como viveu seus últimos anos de vida. Por mais que seu passado tenha sido glorioso e feliz, não há coisa mais miserável que viver os últimos dias com amargura, ódio e lamentações. Além disso, a felicidade não é decidida pela fortuna, nem pela fama ou posição social. Independentemente da idade, o importante é manter uma clara razão de viver com senso de missão. (…) Os senhores são veteranos na experiência de vida e na prática budista, e ao viverem com entusiasmo e esperança é uma comprovação da veracidade do budismo. Sempre orarei pela sua boa saúde e longevidade. (…)
Logo que desceu do palco, dirigiu-se até a entrada principal do auditório para encontrar-se com os participantes. Seu desejo era incentivar o maior número possível de pessoas, principalmente as mais idosas, pois poderia não haver uma próxima oportunidade
— Como vai a senhora? Vovó, qual a sua idade? — perguntou a uma senhora que se aproximou sorrindo.
— Já estou com 83 anos.
— Mas a senhora parece muito jovem. Por favor, cuide bem de sua saúde e viva sempre com essa radiância.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
Os participantes agrupavam-se ao redor dele e queriam apertar a sua mão. Alguns estavam com lágrimas nos olhos, surpresos de estarem ao seu lado. A palavra é como uma luz. Um breve cumprimento pode enviar a luz da esperança ao coração das pessoas. E Shin’ichi não poupava palavras para incentivar os participantes.
(“Expansão”, p. 29-30)
O que fazemos no momento crucial determina a vitória ou a derrota
Em 6 de julho de 1963, Shin’ichi chegou ao local para o curso de aprimoramento do Suiko (grupo de treinamento dentro da Divisão Masculina de Jovens). Ele deu aos líderes dos jovens que vieram cumprimentá-lo a seguinte orientação sobre o espírito de se dedicar abnegadamente à propagação da Lei Mística.
— Logo que saiu da prisão, o presidente Josei Toda perguntou em detalhes à sua esposa como os líderes reagiram quando ele foi detido e o que andaram falando. Na ocasião em que enfrentou uma grave crise nos negócios, ele (presidente Toda) ficou observando a reação de seus discípulos. Dessa forma, avaliava o caráter de cada um. Por isso, os momentos cruciais são a ocasião decisiva para se atingir a vitória (…)
— Na época em que os negócios do presidente Josei Toda caíram no abismo, em crise, eu estava muito doente. Sofria de tuberculose, estava sempre febril e cuspia sangue. O pagamento do salário atrasava e os funcionários foram em busca de outros empregos. Apesar dos favores que todos receberam de Toda sensei, muitos o criticaram pelas costas. Apesar disso, trabalhei por todos que iam abandonando a empresa. Eu estava decidido a consagrar minha vida lutando ao lado de meu mestre e tombar em prol do kosen-rufu enquanto ele estivesse vivo. Caso contrário, não poderia deixar o exemplo de discípulo para a posteridade nem ser um espelho como seguidor de Daishonin na atualidade. Embora não tenha revelado meu sentimento, o presidente Toda sabia de tudo o que se passava em minha mente. Numa ocasião, ele me disse: “Você está pretendendo morrer. Você está querendo dar sua vida para mim. Isso eu não aceito. Você deve viver. Deve sobreviver a todo custo! Vou dar minha vida para você!” Foi o brado do mestre preocupado com seu discípulo e com o kosen-rufu. Morrer como mártir ou viver por esse ideal tinha o mesmo sentido. Tanto um como o outro significava consagrar a vida para a propagação da grandiosa Lei Mística. Estou dizendo isso porque haverei de delegar o kosen-rufu para os integrantes do Grupo Suiko, que são os líderes selecionados da Divisão Masculina de Jovens.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
Foi uma orientação muito rigorosa. Eles sentiram na pele a forte expectativa de Shin’ichi na liderança dos jovens.
(“Espada Preciosa”, p. 74)
Sempre nos espelhando no espírito do mestre como nosso modelo
No verão de 1963, altos líderes da Soka Gakkai se preparavam para uma viagem de orientação para incentivar os membros na América do Sul. Antes da partida deles, Shin’ichi lhes falou sobre a atitude e o senso de responsabilidade que os líderes deveriam manter durante essa jornada.
Na tarde do dia 11 de agosto, o vice-diretor-geral Seiichiro Haruki e o responsável pelo Distrito Geral da América do Sul, Hiroshi Yamagiwa, partiram do Aeroporto Internacional de Haneda para uma viagem de orientação pelos seguintes países: Argentina, Paraguai, Brasil, Peru e Bolívia. O retorno para Tóquio estava previsto para o dia 29 de agosto. (…)
Poucos dias antes da partida para a Argentina, Haruki e Yamagiwa foram conversar com Shin’ichi. (…)
— Soube que vocês farão uma escala no México…
— Sim, será a nossa primeira visita.
— O presidente Josei Toda me disse pouco antes de sua morte que havia viajado para o México em seu sonho. Ele me contou com tanta satisfação que até agora não esqueço sua alegria. Ele me disse também que todos o aguardavam ansiosamente e estavam à espera do Budismo Nichiren. Pude sentir nas palavras dele quanto ele queria viajar pelo mundo a fim de propagar o budismo. Portanto, gostariam que vocês fossem para a América do Sul com a forte consciência de estarem viajando no lugar do presidente Josei Toda. Em todos os lugares onde estive, sempre pensei da seguinte forma: “Se fosse o presidente Josei Toda, o que ele faria? De que forma ele atuaria?” Além disso, procuro sempre analisar se minha atuação realmente está de acordo com o pensamento do presidente Josei Toda. Por isso, pude atuar com seriedade e firme determinação. Acredito que nessa disposição existe o caminho de mestre e discípulo.
— Se possível, gostaria de fazer parte dos três grupos para incentivar os companheiros que atuam em vários países. Como não disponho de tempo, vocês estão indo em meu lugar.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
Quero que vocês empenhem o máximo de seus esforços nos incentivos aos companheiros de cada país. Caso contrário, eles ficarão decepcionados.
(“Correnteza Pura”, p. 144-145)
Ponte eterna da amizade e da confiança
Em 1964, os membros da Soka Gakkai na Coreia do Sul estavam sendo alvo de discriminação e de ataques em virtude da história de sofrimento causado pela ocupação japonesa na península coreana durante a primeira metade do século 20. Também havia muitos equívocos em relação à Soka Gakkai. Os membros dedicaram-se diligentemente para demonstrar provas reais na sociedade, em prol da justiça ao lado de Shin’ichi, e para superar a perseguição que estavam enfrentando.
Shin’ichi Yamamoto continuava a recitar daimoku e a orar diariamente pela felicidade e pelo sucesso da atuação dos companheiros coreanos. Quando alguns deles viajavam para o Japão, procurava atendê-los da melhor forma possível, incentivando-os calorosamente em cada encontro, e canalizou seus esforços na construção de uma ponte de amizade e de confiança entre a Coreia do Sul e o Japão desenvolvendo atividades de intercâmbio cultural e educacional. O primeiro resultado de suas propostas foi (…) em 1990. Como fundador do museu, ele viajou pela primeira vez para a Coreia do Sul a fim de participar da inauguração da exposição.
A segunda visita ocorreu em maio de 1998 a convite da Universidade Kyung Hee da Coreia do Sul que na ocasião homenageou-o com o título de doutor honoris causa em Filosofia. Esse título foi outorgado em reconhecimento aos seus incansáveis esforços para a concretização da paz mundial e pela criação de relações amigáveis entre a Coreia do Sul e o Japão.
E no dia 18 de maio de 1998, Shin’ichi visitou pela primeira vez a sede da Instituição Budista da Coreia do Sul em Seul. Ele abraçou cada um dos membros que o aguardavam ansiosamente. Era a realização de um grande sonho, a concretização de suas orações. (…)
Ele disse a todos:
— Enquanto tiver vocês como meus companheiros, qualquer situação poderá ser transformada em vitória. Vocês são a própria comprovação de minhas palavras. Vocês venceram com toda a dignidade!
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
(“Torrente”, p. 230-231)
Eles estavam profundamente emocionados e lágrimas de alegria não paravam de cair pelo rosto radiante dos membros coreanos.
— A “renascença do budismo” no século 21 já se iniciou na Coreia do Sul. Estou muito feliz. Todos os companheiros do mundo inteiro estão louvando o exemplo de luta e de perseverança demonstrado pelos senhores. Por favor, criem doravante uma vida cheia de alegria, de felicidade e de vitórias.
Dessa forma, renovando a decisão para o futuro, os associados assinalaram uma nova partida na jornada do kosen-rufu.
(Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 15 de maio de 2019.)
Ilustrações: Kenichiro Uchida