ROTANEWS176 E POR 22/01/2021 19:40 Por Jason Daley e Melanie Wong, da Outside USA
Fale com a maioria dos montanhistas, corredores de trilha ou mountain bikers, e eles dirão que fazer trilhas é o ‘café com leite’ dos esportes outdoor. Um pouco lento demais e sem adrenalina suficiente. Mas por essas 10 trilhas perigosas, é preciso caminhar atento para não morrer.
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Mas algumas das aventuras mais perigosas do mundo envolvem simplesmente colocar um pé na frente do outro. Locais extremos, animais selvagens, guerrilheiros, calor – apenas algumas das variáveis que podem transformar uma trilha pelas montanhas em um flerte com a morte. E enquanto muitas pessoas completam essas rotas ilesas, elas são perigosas o suficiente para que alguns erros possam deixá-lo gravemente ferido – ou morto.
Huayna Picchu, Peru
Reprodução/Foto-RN176 (MrHicks46 / Flickr)
A Trilha Inca para Machu Picchu pode ser uma caminhada difícil, e leva algumas vítimas a cada ano. Mas o verdadeiro perigo começa quando você segue a trilha pela cidade mítica subindo a Huayna Picchu, também conhecida como a “Caminhada da Morte”. A antiga escadaria Inca é esculpida em granito e sobe cerca de 300 metros em menos de um quilômetro. Além disso, a rota está cheia de pedras soltas, quebradas e escorregadias. Muitas pessoas enfrentam a rota totalmente despreparadas – estamos falando de chinelos e sem água.
Nuvens e neblina dificultam a jornada, e em algumas parte é preciso se agarrar a cabos de aço antigos. Subir é a parte fácil. Descer a encosta íngreme, muitas vezes paralisa os viajantes com medo. Mas vale a pena o desafio. A visão de Huayna Picchu em um dia ensolarado é a melhor visão panorâmica de Machu Picchu.
The Maze, Utah
Reprodução/Foto-RN176 (Indigoprime / Flickr)
A área mais remota do Parque Nacional de Canyonlands recebe cerca de 2.000 visitantes por ano, e não porque não vale a pena ser visitada. O labirinto de rochas vermelhas conhecido como The Maze é difícil de acessar, quase impossível de transitar de tão estreito. Além disso, sempre apresenta o perigo de quedas de rochas (lembre-se de James Franco em 127 horas) ou inundações repentinas.
Os guardas enfatizam os visitantes, insistindo em roteiros detalhados e boa comunicação, o que manteve as fatalidades na área a zero, embora tenha havido um duplo suicídio no verão de 2013. Mortes e acidentes no resto de Canyonlands, no entanto, são uma ocorrência regular e mostram quão mortal o The Maze seria – se alguém pudesse chegar lá.
Monte Hua Shan, China
Reprodução/Foto-RN176 (Ondrej Zvacek)
Peregrinos subiram aos templos nas cinco torres do Monte Hua Shan durante séculos. Quase todas as subidas são perigosas, com trechos quase verticais e poucas agarras. No entanto, a trilha até a South Mountain é uma história diferente. Chamada de a trilha mais perigosa do mundo, consiste em plataformas de madeira aparafusadas na encosta da montanha.
Trekkers precisam se prender a uma corrente de ferro, paralela às tábuas, que pairam a milhares de metros acima do solo. Até chegar à trilha é difícil e inclui subir uma escada vertical de vergalhão. Em um ponto, as tábuas desaparecem completamente e os caminhantes devem usar pequenos buracos esculpidos na rocha. Não há estatísticas oficiais de óbitos, mas acredita-se que 100 pessoas morrem por ano em Hua Shan. Multiplique isso ao longo de séculos e pode ser a trilha mais mortífera do mundo.
Kokoda Track, Papua Nova Guiné
Reprodução/Foto-RN176 (Luke Brindley / Wikimedia)
O Kokoda Track viu muitas mortes. Em 1942, foi palco de intensos combates entre japoneses e australianos. A rota estava quase adormecida até a década passada, quando aventureiros descobriram o caminho de 100 km que ligava os arredores de Port Moresby à vila de Kokoda.
Em 2009, 13 pessoas morreram em um acidente de avião a caminho da trilha, e mais quatro pessoas morreram na travessia, que leva até 11 dias para ser concluída. Quem se arrisca, enfrenta o risco de malária, o calor extremo, noites frias e as chuvas diárias da tarde. A rota em si tem barro na altura do tornozelo, raízes escorregadias e partes que se transformam em cachoeiras.
Desde de 2009, os governos da Austrália e Papua Nova Guiné gastaram milhões de dólares trazendo facilidades mais modernas para a trilha. Você ainda tem que tomar cuidado com todos os perigos listados acima, mas a rota selvagem está mudando rapidamente.
Travessia de Drakensberg, África do Sul
Reprodução/Foto-RN176 (PhilippN)
Antes de 1985, 55 pessoas perderam suas vidas Travessia de Drakensberg. Depois disso, as autoridades se cansaram de contar, mas mortes são relatadas quase todos os anos na jornada de 64 km pelo Royal Natal National Park, que atravessa alguns dos mais belos terrenos montanhosos do mundo.
A parte mais assustadora pode ser o começo. Duas pontes de cordas frágeis levam os montanhistas até a cordilheira, onde rastros de animais, trilhas de pastoreio e enormes rochas compõe a trilha. Mas as recompensas valem a pena, incluindo uma parada no Anfiteatro, um penhasco rochoso que é três vezes maior em área que El Capitan, localizado no parque de Yosemite.
Kalalau, Havaí
Reprodução/Foto-RN176 (Jeff Kubina / Flickr)
A trilha de Kalalau ao longo da costa de Na Pali é a melhor parte do Havaí – selva isolada, encostas vulcânicas íngremes e uma praia intocada no final. Mas a caminhada de ida e volta de 35 km pelo paraíso pode azedar rapidamente. As três principais travessias da trilha podem inundar rapidamente durante a chuva, e a queda de rochas, especialmente em torno de cachoeiras, é sempre uma preocupação. O trecho Crawler’s Ledge, que é três quartos do trajeto, pode se transformar em uma caminhada perigosa ao longo de sua borda íngreme durante a chuva.
A trilha levou várias vidas e causou inúmeros acidentes, mas o caminho estreito não é o maior perigo. Mais de 100 pessoas encontraram o seu fim enquanto nadavam nas praias remotas da trilha.
El Caminito del Rey, Espanha
Reprodução/Foto-RN176 (Gabirulo/Flickr)
No desfiladeiro El Chorro, na província espanhola de Málaga, o Caminito del Rey fica a 30 metros de altura em penhascos escarpados. O caminho de concreto e aço de dois quilômetros foi construído há mais de 100 anos para servir os trabalhadores em uma usina hidrelétrica local, mas com o tempo tornou-se um destino para os aventureiros, especialmente quando os trechos do caminho desmoronaram. Oficialmente fechado ao público, algumas pessoas ainda se arriscam na rota.
Vulcão Pacaya, Guatemala
Reprodução/Foto-RN176 (Bruno Girin/Flickr)
Vulcões ativos normalmente não são atrações turísticas, mas o Pacaya da Guatemala, localizado perto da capital, é diferente. Pacaya tornou-se ativo novamente em 1965. Desde então, as erupções mataram muitas pessoas. Uma erupção de 2010 matou três pessoas e outra erupção, três anos depois, despejou lava para um lado da montanha. Aldeias próximas foram evacuadas.
A subida pode ser perigosa mesmo quando o vulcão não está em erupção. O governo fechou o pico de 2.438 metros para o público após as mortes, mas algumas pessoas teimosas ainda acessam o vulcão por meio de fazendas próximas.
Via Ferrata, Itália e Áustria
Reprodução/Foto-RN176 ( Aleksandr Zykov / Flickr)
Os europeus no século XV outrora escalaram a Via Ferrata (em italiano com “via de ferro”) com escadas, e a rota foi usada mais tarde durante a Primeira Guerra Mundial por tropas especializadas. Hoje, as rotas através das Dolomitas, uma cadeia montanhosa dos Alpes orientais no norte da Itália, são muito mais acessíveis graças aos novos cabos de aço, cordas, passarelas de madeira e pontes suspensas.
As rotas e os cabos são bem mantidos, mas sua segurança depende do encaixe de um mosquetão especializado (chamado de conjunto via ferrata) nas âncoras dos suportes dos cabos. Mortes aconteceram em rotas de todos os níveis de dificuldade sob uma variedade de circunstâncias. Em 2009, uma mulher britânica morreu em um trajeto intermediário depois de escorregar na neve e cair 180 metros. Outra morte na Áustria aconteceu por causa de uma falha de equipamento.
Cascade Saddle, Nova Zelândia
Reprodução/Foto-RN176 (EliDuke / Flickr)
Muitas das paisagens impressionantes da Nova Zelândia estão no Parque Nacional de Monte Aspirin, na Ilha do Sul do país. Lá você pode querer fazer a rota para a Cascade Saddle. Uma trilha de 17 km que passa através da floresta de faia e prados alpinos. No entanto, nos últimos anos pelo menos 12 pessoas perderam a vida no caminho, principalmente de quedas enquanto desciam quando a rocha estava molhada e escorregadia. Um alemão morreu em julho de 2013, levando o legista local a exigir que as autoridades fechassem o trajeto ou o tornassem mais seguro.