ROTANEWS176 E POR ASTRONOTÍCIAS 19/06/2019 18:00 Por Thiago Signorini Gonçalves
Usando o novo telescópio espacial TESS, astrônomos atingem a impressionante marca de 4000 planetas confirmados fora do nosso Sistema Solar.
Reprodução/Foto-RN176 Impressão artística de planetas potencialmente habitáveis – NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC-Caltech)
Devo admitir, sempre fico impressionado quando penso na quantidade de planetas que conhecemos fora do sistema solar. Na semana passada, a NASA anunciou que chegamos à incrível marca de 4000 planetas confirmados. Quatro mil! Quando comecei meu doutorado, conhecíamos cerca de 30, apenas.
Desde então, o estudo de planetas extrassolares aumentou exponencialmente, graças a uma busca sistemática realizada por astrônomos de todo o mundo.
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Os primeiros planetas extrassolares
O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1992. Era um caso muito particular, pois orbitava uma estrela de nêutrons, ou seja, uma estrela que já havia morrido.
Quando tratamos de estrelas “normais”, a primeira descoberta foi em 1995. 51 Pegasi b (assim chamado por orbitar a estrela 51 Pegasi) foi detectado graças ao movimento de sua estrela hospedeira.
É importante lembrar que observar o planeta diretamente é um grande desafio. Planetas não emitem luz própria, apenas refletem a luz da estrela que está logo ao lado e é muito mais brilhante.
É como tentar ver um vaga-lume voando ao redor de um holofote.
Dessa forma, astrônomos buscam maneiras indiretas de descobrir planetas. Foi o que fizeram em 1995: estudaram o movimento da estrela. Assim como a gravidade da estrela gera a órbita do planeta ao seu redor, o planeta “puxa” levemente a estrela para si, causando movimentos sutis.
O método foi um grande sucesso, mas exigia uma grande quantidade de observações para a descoberta de cada planeta. Apenas em 2010, 15 anos mais tarde, chegamos à marca de 100 planetas confirmados.
Leia também: Astrônomos inventam nova maneira de observar planetas
A revolução do telescópio espacial Kepler
O jogo mudou com o lançamento do telescópio Kepler. Observando do espaço, a estratégia era diferente: ao invés de detectar o movimento de estrelas, o telescópio é capaz de notar a pequena diminuição no brilho da estrela quando o planeta passa na sua frente.
Usando essa estratégia, e monitorando uma grande quantidade de estrelas durante vários anos, o Kepler se mostrou uma verdadeira máquina de detectar planetas. Foram 715 novos exoplanetas em 2014, e mais 1300 em 2016. Uma enxurrada.
O TESS, considerado o sucessor do Kepler, parece seguir o mesmo caminho. Com o anúncio de 31 novos exoplanetas, batemos a marca de 4000 mundos orbitando outras estrelas.
O próximo passo, claro, é encontrar um planeta que abrigue vida. Será que isso também será confirmado no futuro próximo?
Para terminar, não esqueçam: agora vocês podem nomear o planeta brasileiro