ROTANEWS176 E POR SPORTLIFE 16/03/2021 11h35 Por Eduardo Nunes
Praticar atividades físicas faz muito bem para saúde, mas isso todo mundo conhece. Agora, você sabia que elas turbinam a mente?
Reprodução/Foto-RN176 Atividade física também ajuda a deixar a mente em forma Foto: Shutterstock / Sport Life
Todos sabem que a prática regular de atividades físicas é boa para a saúde. No entanto, as vantagens não param por aí: elas também ajudam a mente.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, Reino Unido, fizeram um estudo e apontaram um impacto tremendo da corrida na agilidade mental. Bastam alguns poucos dias correndo para que milhares de novas células nervosas comecem a surgir em uma região do cérebro ligada à formação da memória e à lembrança de fatos.
“Geralmente, pensamos que ter uma boa memória é ser capaz de recordar-se de algo por um bom tempo sem que essa lembrança falhe ou vá desaparecendo. Mas, tão importante quanto isso, é sermos capazes de manter as lembranças em compartimentos distintos, para que elas não se confundam. Um exemplo da importância dessa habilidade é o quanto é difícil lembrarmos onde paramos o carro ontem e na semana passada. Como são fatos parecidos, ficamos confusos”, conta Timothy Bussey, autor do estudo feito em ratos. Os resultados do pesquisador mostraram que os animais que correm diariamente conseguem distinguir melhor dois fatos passados que os sedentários.
O trabalho de Bussey é mais um em uma lista cada vez maior de evidências que apontam para os benefícios que a atividade física, especialmente a aeróbia, traz ao cérebro. Anteriormente, já havia sido demonstrado que exercícios moderados – 30 minutos na esteira para adultos e 20 minutos para crianças – já são suficientes para aumentar entre 5% e 10% a capacidade da mente aprender, lembrar e organizar as informações, planejar e solucionar problemas. É o que os cientistas chamam de cognição.
“Exercício aeróbio é bom para a atenção e aumenta a rapidez com que processamos a informação”, afirma ele. Isso significa, então, que deveríamos nos exercitar por toda a vida? “Com certeza sim. A atividade física está relacionada à maior saúde cognitiva e ao melhor funcionamento do cérebro ao longo de nossa vida. Fomos desenhados para nos mexermos. Isso está nos nossos genes”, explica o cientista.
Dieta
O que colocamos em nosso prato tem reflexo na mente. Cerca de 60% da composição desse órgão é gordura, o que nos faz imaginar o quanto esse nutriente é importante para que o cérebro se mantenha em forma. Isso não quer dizer, no entanto, que qualquer gordura seja boa para a mente. Ao contrário. Da mesma forma que alguns lipídios fazem um mal danado ao corpo, não fazem nada bem à mente também. E os maiores exemplos são as gorduras trans e as saturadas, hoje as grandes vilãs da saúde.
Os ácidos graxos ômega-3, em especial um tipo chamado DHA, não apenas alimentam e lubrificam a mente, como ajudam a afastar as chances de demência, uma condição relativamente comum em pessoas da terceira idade. O DHA, encontrado em grande quantidade no salmão, é o mais abundante ômega-3 presente na membrana dos neurônios.
Estudos já revelaram que crianças que comem mais alimentos ricos em ômega-3, entre eles o salmão, a sardinha, nozes e kiwi, se dão melhor na escola. Por outro lado, deficiência dessas gorduras está ligada a uma série de problemas, como deficit de atenção, dislexia e até transtorno bipolar.
Internet
Fazer uma pesquisa na internet pode ativar os centros-chave da mente que controlam a tomada de decisões e o raciocínio. Em outras palavras, buscar algo na rede estimula e aumenta a função desse órgão, principalmente para quem está na meia-idade.
Meditação
Estudos já mostraram que certas regiões do cérebro de quem medita são maiores que de quem não medita. Quem pratica meditação tem um hipocampo e algumas áreas conhecidas por regular as emoções aumentadas. “Sabe-se que pessoas que meditam regularmente têm a capacidade de cultivar emoções positivas. E as diferenças que encontramos entre a mente de quem pratica e quem não pratica nos dá uma pista de por que elas têm essa maravilhosa habilidade”, conta Eileen Luders, autora de uma pesquisa.