Áudio aponta oferta de R$ 3 milhões por morte de delator do PCC Da Redação

ROTANEWS176 10/11/2024 13h36

Empresário ligado a esquemas da facção criminosa vinha prestando depoimentos a promotores desde maio. Ele foi fuzilado ao desembarcar no aeroporto internacional de Guarulhos

Reprodução/Foto-RN175 Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado numa emboscada no aeroporto de Guarulhos – FOTO: POLÍCIA CIVIL/REPORDUÇÃO

Um áudio em posse do Ministério Público Estadual mostra que o PCC estava disposto a pagar R$ 3 milhões a quem assassinasse Antônio Vinícius Lopes Gritzbach.

Delator de esquemas da facção criminosa, o empresário de 38 anos foi fuzilado numa emboscada após desembarcar no aeroporto internacional de Guarulhos na tarde de sexta-feira (8).

10-foi a quantidade de tiros que atingiram Gritzbach na emboscada no aeroporto internacional de Guarulhos

Gritzbach foi surpreendido por dois homens que usavam capuz. Os atiradores desceram de um Gol preto e fuzilaram o empresário quando ele se dirigia ao carro onde estavam integrantes da sua família e sua escolta particular (o delator havia dispensado seguranças oferecidos pelo Ministério Público Estadual), conforme registrou o Nexo.

Segundo reportou a rede CNN Brasil, as ameaças a Gritzbach começaram após o assassinato de dois membros influentes  do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, vulgo “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, vulgo “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. A facção criminosa atribuía as mortes ao empresário que, acuado, passou a delatar esquemas criminosos a partir de maio de 2024.

O áudio em que aparece a oferta de R$ 3 milhões pela morte de Gritzbach foi gravado por ele mesmo. Trata-se de uma conversa entre um policial, que estava ao seu lado, e um advogado suspeito de atuar para o PCC, chamado Ahmed Hassan, o “Mude”. É o advogado que fala no valor da recompensa, conforme explicou o jornal O Estado de S. Paulo.

Gritzbach mantinha uma série de negócios com o PCC. Em 2023, ele chegou a ser denunciado à Justiça por lavagem de dinheiro e financiamento de organização criminosa. O empresário era acusado de usar recursos da facção criminosa para comprar imóveis na Riviera de São Lourenço, no litoral norte paulista, conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo.

As investigações do assassinato de Gritzbach estão sendo feitas pela Polícia Civil de São Paulo, acompanhadas pelo Ministério Público Estadual. A Polícia Federal também abriu inquérito para apurar o crime, já que ele ocorreu num terminal aeroportuário, área de sua jurisdição, conforme registrou o portal UOL.

FONTE: NEXO JORNAL DIGITAL