ROTANEWS176 E POR ISTOÉ 21/07/20 11h13
Ana Paula Carvalho, psiquiatra e colunista da WH, explica como a autocompaixão pode ser benéfica para sua vida. Leia mais!
Hoje quero falar sobre a autocompaixão. Você já ouviu esse termo? Não tem a ver com autoindulgência, com se permitir atitudes que trarão arrependimento e culpa – como fumar um cigarro e depois se torturar num ciclo de pensamentos negativos.
A autocompaixão tem sido estudada pela psicologia moderna como um dos pilares da saúde emocional. Ela envolve seis atitudes que se relacionam entre si frente às situações de sofrimento, erros e/ou fracassos:
– Ser bondosa consigo;
– Evitar autocrítica severa;
– Conhecer os próprios pensamentos e sentimentos, em equilíbrio;
– Não negar ou se confundir com o sofrimento que está vivenciando;
– Não se isolar socialmente;
– Compreender que o sofrimento é parte das experiências de se estar vivo.
Diversas pesquisas mostraram que nós mulheres temos menor tolerância com erros do que os homens. E olha a importância da autocompaixão: quanto mais presente ela está, menor o índice de depressão e ansiedade, melhor o manejo de situações de estresse, maior satisfação com a vida e com o próprio corpo, maior a autoestima e a percepção de autoeficácia. E o que é autoeficácia? É a crença estável na capacidade de se alcançar objetivos, lidar com desafios e dificuldades.
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Acho que deu para ter uma noção da importância da autocompaixão, não é? E agora? Como faz para ter mais dela em sua vida? Vamos às dicas práticas.
– Compreender que todos somos falíveis, imperfeitos e não estaremos bem 100% do tempo;
– Pedir ajuda quando necessário e estar perto de pessoas que gostam de nós e nos acolhem, apontando nossas responsabilidades com carinho e compreensão;
– Não se isolar socialmente;
– Nos afastar de pessoas e relacionamentos que nos fazem mal: aqueles que sempre vêm com acusações, dizendo que o problema de algum conflito é somente seu, que você é “louca” ou está “exagerando”, e não se co-responsabilizam pelas situações difíceis, comuns a todas as relações;
– Entender que a vida tem altos e baixos, pois um sofrimento não define quem somos, e olhar para as outras esferas que estão indo bem. Tendemos a generalizar quando estamos passando por um período de dor;
– Não alimentar os pensamentos negativos. O comum é a ruminação de ideias catastróficas, num círculo vicioso que altera nossos hormônios de estresse e nos fazem sofrer ainda mais e tomar decisões equivocadas;
– Faça algo de que goste muito. Ir ao cinema, meditar, caminhar no parque, ficar com seu animal de estimação, viajar, ouvir a playlist que te faz dançar e melhora seu humor;
Invista no cuidado a você. Não está conseguindo melhorar? Procure um profissional de sua confiança. Sempre há saída.
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Termino com uma frase de Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo, se não dá certo é porque ainda não chegou ao fim.”
Um abraço e até a próxima,
Dra. Ana Paula Carvalho
*Ana Paula Carvalho é Médica Psiquiatra, Mestre em Psiquiatria pela Escola Paulista de Medicina, sendo a primeira psiquiatra brasileira com certificação internacional em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine (Board Certified Lifestyle Medicine Physician).