Avançar destemido

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  24/07/2021 07:20

RELATO

Decidido a contribuir para a felicidade das pessoas e para a sociedade, Ailton rompeu limites e faz da sua história um exemplo de determinação

Reprodução/Foto-RN176 Ailton Alves (Ailton em cobertura jornalística ), Membro da DMJ do Distrito Boa Vista, RE Roraima, CRE Oeste – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Nasci numa família que já praticava o Budismo de Nichiren Daishonin e, à medida que fui crescendo, comecei a refletir como me tornaria uma pessoa valorosa numa sociedade caótica, como Ikeda sensei, ao qual tenho eterna gratidão, sempre nos orienta. Assim, apesar de amar a aviação, passei a conhecer melhor a comunicação e a me apaixonar por esse universo, em especial, quando entendi o impacto social do jornalismo. Hoje, percebo que, sem a Soka Gakkai, certamente não teria tantas oportunidades de me desenvolver como profissional e como ser humano.

Cultivar a gratidão

Sou de uma família humilde, e passei a infância na periferia de Olinda, cidade da Região Metropolitana do Recife. Meus pais se separaram quando eu estava com 2 anos e, apesar dos desafios, cresci nos jardins da Gakkai, tendo total apoio da minha querida mãe, Agnelze.

Meu pai sempre foi presente. No entanto, a relação com ele era conturbada e, por isso, vivíamos discutindo. Além do mais, ele não concordava que eu participasse das atividades da organização. Sábia, minha mãe me dizia que a melhor forma de resolver aquela situação, que me causava sofrimento, seria pela mudança do meu coração e com a recitação do daimoku. No início, fui relutante. Porém, segui recitando daimoku e, aos poucos, começou a aflorar em meu coração um sentimento de gratidão pelo meu pai. Pois, mesmo sem ele ter consciência, o dinheiro da mesada que ganhava dele servia para que eu fizesse minha luta na Gakkai. Tempos depois, meu pai começou a se aproximar mais de mim e a me apoiar na prática. A primeira prova disso foi quando se ofereceu para me levar ao local da prova do Exame de Budismo que eu faria. Vitória!

Nesse período, eu estava com 14 anos e tive de ser forte para apoiar minha mãe, que passou por uma profunda depressão. As crises eram constantes e muitas vezes eu ia para os plantões do Gajokai [grupo de bastidores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ)] com lágrimas nos olhos. Além disso, estávamos com muitas dificuldades financeiras em casa. Diante desse desafio, meus irmãos, Rhayssa e Adilson Junior, e eu tivemos o apoio das integrantes da Divisão Feminina (DF) da localidade e conseguimos superar tudo. Hoje, minha mãe atua como vice-responsável pela DF de comunidade.

Novo caminho

Em 2015, entrei para a faculdade de jornalismo e comecei a procurar estágio nessa área. Embasado no daimoku, determinei que meu trabalho transformaria para melhor a vida das pessoas. No terceiro período do curso, iniciei um estágio como produtor numa emissora de televisão, no Recife. Procurei aplicar tudo o que havia aprendido na DMJ e no Gajokai e conquistei a confiança dos gestores da empresa. Com o salário do estágio, pude participar de diversos cursos de aprimoramento da BSGI, em São Paulo, e também em atividades da Subcoordenadoria Nordeste 1.

Tenho muito orgulho de ter feito parte do desenvolvimento da organização nessa região nos últimos anos, que culminou na parceria da rede de universidades federais do Nordeste com a Universidade Soka, e também no anúncio da concessão do título de doutor honoris causa para o presidente Ikeda pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e no Encontro Cultural dos Jovens do Nordeste. em 2019. Na ocasião, proferi a leitura da Declaração dos Jovens — momento que ficou gravado em meu coração, pois, a partir dali, comecei a projetar minha vida de forma mais ampla, sonhando alto e imaginando realizar coisas grandiosas, tal como fui incentivado pelos líderes.

No primeiro semestre do ano passado, estava desempregado e tive crises de ansiedade. Com o apoio dos amigos Soka, não deixei de participar de nenhuma atividade, tendo em mente o trecho de um escrito de Nichiren Daishonin, que diz: “Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja a proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, eles nutriram a dúvida e abandonaram a fé. Os tolos tendem a esquecer o que prometeram quando chega o momento crucial”.1

Na ocasião do aniversário da DMJ, determinei que sairia da minha zona de conforto. Um mês após a comemoração, fui chamado para um trabalho temporário, numa assessoria de comunicação. Algo que eu nunca tinha feito. No entanto, aproveitei todas as dicas para me desenvolver na carreira. E pouco tempo depois de ter encerrado meu contrato, recebi o convite de uma diretora de um grande grupo de comunicação para trabalhar como repórter de TV, no estado de Roraima. Seria uma mudança drástica. Mas a proposta me permitiria fazer aquilo que eu gostava. Decidi aceitar.

Recebi o apoio dos meus familiares e minhas preocupações se dissiparam quando eles me incentivaram ainda mais ao dizer que minha vitória seria também a de todos os companheiros da DMJ; e que eu deveria vencer sem medo. Quanta gratidão! Não havia espaço para dúvidas, a vitória era certa.

Reprodução/Foto-RN176 Ailton com sua família – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Assim, parti para Roraima e, ao chegar, fui acolhido pelos membros da organização. No trabalho, estou tendo a chance de me desenvolver e de ocupar espaços que jamais imaginei. E agradeço aos colegas de trabalho por estarem ao meu lado e por me impulsionarem a demonstrar meu potencial e me aprimorar como profissional. Minha decisão é contribuir cada dia mais para a sociedade local por meio do meu trabalho e dos meus esforços pelo kosen-rufu.

Ailton Alves, 23 anos. Jornalista. Membro da DMJ do Distrito Boa Vista, RE Roraima, CRE Oeste.

No topo: Ailton em cobertura jornalística

Nota:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 296, 2020.