BO indica que estupro ocorreu quando supervisor tinha que monitorar Parque

UOL E ROTANEWS176 01/08/2016 17h02                                                                                                             Eduardo Ohata

 

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Reprodução/Foto-RN176 Genival Ferreira Mendes, segurança acusado de estupro de vulnerável no Parque Olímpicoimagem: Reprodução

 O Boletim de Ocorrência registrado na 16ª Delegacia Policial do Rio de Janeiro indica que Genival Ferreira Mendes, supervisor preso acusado de estupro de uma bombeira civil enquanto ela dormia no velódromo do Parque Olímpico na manhã do último domingo (31), deveria estar monitorando a segurança no momento do ato.

Segundo a ocorrência registrada, “o soldado da força nacional e testemunha do caso, Francisco Victor Calvet, achou estranho Genival ter deixado seu posto e ido para o quarto de descanso, já que ele mesmo salientara que os turnos são de 12 horas ininterruptos, e ele ainda não o havia cumprido integralmente”.

A versão foi confirmada pela vítima, que denunciou a tentativa de estupro ao soldado, que deu voz de prisão ao supervisor de segurança.

“Eu era bombeira de um outro supervisor chamado Luís e ele [Genival] pediu para trocar o turno das bombeiras naquela noite. Há ao lado da sala de vídeo monitoramento do velódromo do Parque Olímpico um quarto de descanso, e ele disse que eu poderia ir para lá, pois deveria estar cansada. Pensei que ele fosse ficar na sala, verificando o que acontecia no parque por meio dos monitores. Dormi e acordei com ele em cima de mim, com as mãos no meu peito, na vagina”, conta, emocionada, L.T.R.R., cuja identidade o UOL Esporte prefere preservar.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), comentou o caso na manhã desta segunda-feira (1º). Ele classificou-se o caso como “pontual”.

“Problemas pontuais como esse, de denúncias de eventuais crimes que tenham ocorrido na Vila [no caso, Velódromo], serão investigados pela polícia e, se ocorreram, aquele que cometeu crime sofrerá as penalidades da lei, não tenha dúvida”, afirmou Picciani.
Segundo documento da Polícia, o quarto de descanso não é equipado com câmeras. Lá, era permitido que descansassem pessoas de sexos diferentes. Uma fonte policial informou à reportagem que Genival retornaria nesta segunda-feira (1º) a São Paulo, onde mora em Itaquera. Ele não veria mais a bombeira, que estaria de folga.

“Desesperada, pedi [a Genival] para ir ao banheiro, e ele disse que eu poderia ir, mas avisou para eu voltar rápido. Saí procurando alguém que pudesse me ajudar, mas acho que ele tinha mandado os soldados da Força Nacional fazerem ronda. Felizmente por causa do som do rádio encontrei um soldado que estava sozinho descansando, e contei o que havia acontecido”, diz L.T.R.R.