Broto da esperança

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  13/03/2021 03:17

HIROMASA IKEDA

VICE-PRESIDENTE DA SGI

 

Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 21

 

O capítulo “SGI”, do volume 21, da Nova Revolução Humana, oferece uma descrição detalhada sobre a formação da Soka Gakkai Internacional (SGI) e o espírito que embasa sua fundação. A organização foi instituída em 26 de janeiro de 1975, durante a Primeira Conferência para a Paz Mundial, realizada em Guam.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI

Inicialmente, a única afiliada da Soka Gakkai prevista para ser estabelecida naquele dia era a Liga Internacional de Budistas (LIB), uma organização mundial em prol da paz destinada a prover assistência e apoio mútuo a membros que residiam fora do Japão, auxiliando-os a se manter em estreita comunicação, e coordenar atividades em sintonia com o progresso contínuo do movimento da Soka Gakkai ao redor do mundo. Seu foco eram aspectos operacionais da expansão internacional.

Durante os preparativos para a criação da LIB, porém, tornou-se evidente para líderes e representantes nacionais que seria necessária, também, outra organização — que mais tarde se transformou na SGI — capaz de oferecer aos membros uma orientação sólida na fé. Eles sentiam que os aspectos operacionais de suas respectivas organizações poderiam ser geridos por meio da troca de informação entre si, ao passo que para promover de fato o kosen-rufu mundial seria decididamente essencial haver um mestre com quem pudessem aprender sobre a fé e sobre o espírito da Soka Gakkai. E desejavam intensamente que Shin’ichi Yamamoto atuasse como líder central dessa entidade internacional.

Após cuidadosa reflexão, Shin’ichi finalmente decide aceitar a solicitação deles.

O compromisso conjunto de mestre e discípulo — cujo exemplo verificamos na ardorosa dedicação de Shin’ichi à criação de pessoas realmente conscientes e capacitadas a trabalhar em prol da paz e da felicidade da humanidade, combinada com o desejo ardente dos membros do mundo todo de buscar seu mestre no budismo — ocasionou o nascimento da Soka Gakkai Internacional. (p. 29)

Hoje o mundo está sendo açoitado por tempestades de adversidades e, agora, mais que nunca, é hora de cada um de nós ratificar mais uma vez o espírito fundamental da SGI e empreender esforços ainda maiores para fortalecer o laço de mestre e discípulo dentro da nossa vida.

O capítulo “SGI” retrata nossa organização como uma “rede que une pessoas de todo o mundo por meio dos laços comuns de ‘diferentes em corpo, unos em mente’. Ela resplandece como luminoso farol para a paz mundial” (p. 81). Mantendo-nos fiéis a essas palavras, empreendamos esforços ainda maiores para estreitar nossos laços de união com os companheiros do mundo inteiro e prossigamos com nosso avanço.

Acontecimentos envolvendo a publicação do volume 21

A partir de 1º de fevereiro, poucos dias após a SGI ter sido fundada, um importante jornal japonês começou a publicar em série uma coletânea de ensaios autobiográficos do presidente Ikeda intitulada Watakushi no Rirekisho [Minhas Recordações], que foi lançada em forma de livro na primavera daquele ano. Esses artigos, que expressavam o ardente apelo do presidente Ikeda em defesa da paz com base em sua experiência de vida, foram bem recebidos pelos leitores. Revelavam como sua jornada de vida fora dedicada à edificação da paz duradoura no mundo, encorajando pessoas de todos os lugares a se empenhar por sua revolução humana.

No capítulo “SGI”, Shin’ichi solicita aos participantes da Primeira Conferência para a Paz Mundial procedentes de 51 países e territórios que se unam a ele para selar o seguinte juramento: “O sol do Budismo Nichiren começou a despontar no horizonte. Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo todo. Farei o mesmo” (p. 38).

Desde essa reunião, que representou o ponto de partida da SGI, o presidente Ikeda continuou tomando a iniciativa de estreitar laços de amizade com pessoas de todos os estilos de vida e estratos sociais do mundo inteiro.

Depois disso, o movimento global pelo kosen-rufu ampliou-se em ritmo acelerado. Em 2008, ano em que o volume 21 começou a ser publicado no Seikyo Shimbun, a organização abarcava 190 países e territórios, estabelecendo um importante marco em seu desenvolvimento. Esse também foi o ano em que o presidente Ikeda comemorou seu 80º aniversário. Num ensaio publicado em 1998, no qual ele define o que deseja alcançar nas décadas seguintes, o presidente Ikeda escreve: “Aos 80 anos: a conclusão das bases para o kosen-rufu mundial”. Isso converteu-se, de fato, em realidade.

A partir de setembro de 2007, as reuniões nacionais de líderes da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai ganharam um novo significado: passaram a ser realizadas com o espírito de ensejar o segundo ato do kosen-rufu. Esse fato estava intimamente ligado à fundação do Ikeda Kayo Kai, grupo de treinamento da Divisão Feminina de Jovens da SGI, no dia 16 de março de 2008. O volume 21, que estava sendo veiculado no Seikyo Shimbun na época, apresenta valiosas diretrizes para aqueles que promovem o kosen-rufu nesse segundo ato — ou seja, a importância de permanecer fiel ao caminho da unicidade de mestre e discípulo por toda a vida. Nesse volume, verificamos passagens como: “Nossa união baseia-se, de um lado, no laço inquebrantável de mestre e discípulo que se dedicam ao kosen-rufu” (p. 79), e “Devemos manter um espírito de procura ativo e extrair aprendizados por meio de um mestre” (p. 194).

No volume 10, da Revolução Humana, há uma passagem que explica que, somente quando o discípulo compreende a intenção do mestre e a assimila como parte do seu próprio ser, de modo que pulse na vida do discípulo e se manifeste espontaneamente em suas ações, se pode afirmar que o laço de mestre e discípulo se apurou a ponto de eles se tornarem realmente um só. A relação entre mestre e discípulo é definida inteiramente pela atitude do discípulo; as realizações do mestre pelo kosen-rufu mundial só evidenciam seu brilho quando os discípulos são proativos e tomam a iniciativa pessoal de promover o avanço do movimento.

Diálogo para construir a rede humana do bem

“No exercício do diálogo, coragem e convicção são imprescindíveis. O primeiro passo consiste em decidir que manterá o diálogo, e, então, é necessário reservar tempo para isso” (p. 110). Apesar de sua agenda atribulada, esse espírito enunciado no capítulo “Diplomacia do Povo” capacitou Shin’ichi a se encontrar e a realizar diálogos expressivos com tantos líderes e pensadores de relevo mundial, como o vice-primeiro-ministro chinês Deng Xiaoping; o príncipe cambojano Norodom Sihanouk; o Dr. Aurelio Peccei, cofundador do Clube de Roma; Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar para o espaço; o primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin; e o ex-primeiro-ministro japonês Eisaku Sato.

A qualidade de um diálogo não depende de sua duração, mas da amplitude da intenção e determinação que inserimos nele. Por isso, a coragem e a convicção são tão essenciais.

O que se destaca nesse capítulo são os sinceros esforços de Shin’ichi para fazer o que estiver ao seu alcance para incentivar a pessoa que se encontra diante dele. Num episódio emocionante, ele decide se tornar fiador dos cinco primeiros alunos chineses a estudar na Universidade Soka, prometendo realizar tudo o que puder para assegurar que nenhum deles tenha uma experiência decepcionante. Vendo Shin’ichi acolher os alunos chineses como preciosos membros de sua própria família, o corpo docente e os demais estudantes também se comprometem a tratá-los com o mesmo carinho e preocupação.

Um trecho do capítulo “Ressonância” expressa: “A Soka Gakkai promove um movimento que almeja abrir esses corações que se fecharam e iluminá-los com a luz da esperança e da coragem por meio do fortalecimento do diálogo, consolidando, assim, uma rede humana do bem” (p. 200).

Construir essa rede humana do bem constitui o propósito dos nossos esforços para dialogar.

O mesmo capítulo também contém a seguinte passagem: “A Soka Gakkai dedica-se à concretização do kosen-rufu, um objetivo que, de certa perspectiva, poderia ser descrito como o processo de construção de uma sociedade alicerçada no encorajamento mútuo” (p. 200).

Enquanto nos empenhamos para criar um novo normal em meio à pandemia da Covid-19 que continua persistindo — e, sobretudo, por não podermos nos encontrar com os outros pessoalmente — talvez consideremos extremamente difícil estender a mão para os demais e incentivá-los da maneira como fazíamos antes. No entanto, em vez de focar em um meio ou em uma estratégia específica para superar a barreira de não poder nos encontrar diretamente, dediquemo-nos a fortalecer nossa determinação pessoal de edificar uma sociedade alicerçada no encorajamento mútuo, independentemente das circunstâncias.

Os membros da Divisão dos Jovens estão fazendo bom uso das plataformas on-line para realizar reuniões e prover incentivos mútuos. Muitos dos nossos companheiros da organização, entre eles integrantes da Divisão Sênior, também estão desafiando a si mesmos para criar novos hábitos, novas formas de incentivar, mediante cartas e telefonemas. Em um ensaio recente, o presidente Ikeda enalteceu tais esforços, dizendo: “Não há limite para o valor que podemos criar”.

No capítulo “Ressonância”, encontramos estas palavras:

Como podemos inspirar e incentivar os membros que estão sobrecarregados de sofrimentos e preocupações? Como podemos mudar a perspectiva deles da escuridão para a luz, do desespero para a esperança, da derrota para a vitória? Um autêntico líder do kosen-rufu é aquele que consegue fazer isso. (p. 229)

Tenhamos de fato a convicção de que nossos esforços para oferecer incentivos podem realmente transformar a condição de vida das pessoas, tirando-as do sofrimento e proporcionando-lhes esperança!

Principais trechos

Por mais adversas que possam ser as circunstâncias no presente, se continuarmos semeando assiduamente o kosen-rufu, um dia essas sementes florescerão sem falta — ou melhor, nossa decisão deve ser a de garantir que isso aconteça. Devemos orar fervorosamente e aguardar com paciência o momento certo, além de nos esforçar para que esse dia chegue. (“SGI”, p. 46)

Avançar juntos em união harmoniosa representa, em si, o triunfo de cada um sobre o egoísmo, pois não se pode construir união entre aqueles que são egocêntricos e pouco colaborativos. (“SGI”, p. 80)

A árvore da amizade não crescerá tornando-se alta e robusta se a plantinha for negligenciada depois de um único encontro. Assim como os brotos precisam de água, fertilizante e cuidado paciente para crescer, a amizade é cultivada por meio de constante sinceridade e persistência. (“Diplomacia do Povo”, p. 125)

Para nós, a base da oração é sempre o kosen-rufu. E o daimoku que se origina da determinação de contribuir para o kosen-rufu produz benefícios imensuráveis e ilimitados. (“Ressonância”, p. 226)

Pessoas dotadas de autêntico humanismo expressam gratidão aos outros de maneira direta e pura. Não pode haver humanismo sem gratidão ou sem expressão de sentimento. (“Coroa de Joias”, p. 285)

Resumo do conteúdo

SGI

No dia 26 de janeiro de 1975, representantes de 51 países e territórios reúnem-se em Guam para fundar a Soka Gakkai Internacional. Shin’ichi Yamamoto é aclamado presidente.

Diplomacia do Povo

No Japão, Shin’ichi se encontra com o ex-primeiro-ministro Eisaku Sato. Em sua terceira viagem à China, mantém diálogos com o vice-primeiro-ministro Deng Xiaoping e com o príncipe do Camboja, Norodom Sihanouk.

Ressonância

Depois de participar de uma reunião comemorativa do 15º aniversário de sua posse como presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi visita a Europa, onde mantém diálogo com Aurelio Peccei, André Malraux e René Huyghe.

Coroa de Joias

Durante a sua segunda visita à União Soviética, Shin’ichi recebe o título de doutor honorário da Universidade Estatal de Moscou e profere uma palestra comemorativa. Ele se encontra novamente com o primeiro-ministro Aleksey N. Kosygin.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de 22 de julho de 2020.