BSGI, pioneira da paz mundial

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 03/01/2020 06:13

ESPECIAL

Reprodução/Foto-RN176 Foto de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI

 Neste mês, comemoramos os sessenta anos da BSGI, cuja fundação foi marcada pelo desafio do discípulo para concretizar os ideais do mestre de expandir o humanismo Soka pelo mundo. A postura empreendida pelo presidente Ikeda naquele momento ecoa até os dias

REDAÇÃO

A obra Nova Revolução Humana narra a jornada do jovem Shin’ichi Yamamoto e sua batalha para cumprir o juramento feito ao seu mestre de divulgar os ideais do Budismo Nichiren para o mundo inteiro. Essa história não é mera ficção, mas a narrativa das ações de um personagem real, o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), que desbravou o planeta levando esperança às pessoas por meio dos ensinamentos de Nichiren Daishonin.

Nessa grande aventura da vida real, quem ganha é o povo, pois conquista a possibilidade de transcender sua realidade e despertar para uma condição de vida muitas vezes jamais imaginada. “Daisaku, ontem sonhei que fui ao México.” Essas foram as palavras inspiradoras do seu mestre, Josei Toda, registradas em sua memória. Abraçando em seu peito “o ímpeto de um leão no ataque”, Daisaku Ikeda partiu para a primeira viagem de propagação, cujo roteiro incluía o Brasil.

“Alguns meses antes…”

Após o falecimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, em 2 de abril de 1958, a imprensa japonesa especulava de forma negativa sobre o fim da organização. Porém, após dois anos de esforços intensos, enfim se deram a indicação e a nomeação de um novo líder central, o jovem Daisaku Ikeda, com apenas 32 anos. Ele foi empossado no dia 3 de maio de 1960 e, a partir desse momento, iniciou os preparativos para a propagação do Budismo Nichiren no exterior.

A viagem foi anunciada na Reunião Nacional de Líderes de junho daquele ano. No mês seguinte, em 15 de julho, criou o Setor de Assuntos do Exterior no Departamento de Organização. Em seguida, definiu a comitiva que o acompanharia nessa empreitada e, enfim, no dia 2 de outubro de 1960, o presidente Ikeda partiu para o mundo, tendo o Brasil como seu principal destino.

De forma simbólica, Ikeda sensei carregava no bolso interno do seu paletó uma foto de Josei Toda, marcando a eterna relação de mestre e discípulo que os dois compartilharam. As condições de saúde do presidente Ikeda não eram as melhores e se agravaram muito durante a viagem, porém a decisão de seguir adiante foi mais forte. Mesmo com a recomendação de não vir ao Brasil, às vésperas da viagem, ele se manteve firme e respondeu com veemência:

Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou. Vou sem falta, custe o que custar. Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura pode haver nisso?!1

Desbravadores

Às vésperas da vinda ao Brasil, a comitiva que acompanhou o presidente Ikeda ainda não possuía nenhuma informação do que encontrariam. Foram várias as cartas enviadas, mas soube-se posteriormente que apenas uma havia chegado às mãos de um dos membros brasileiros. Foi justamente essa carta que informou aos companheiros do Brasil sobre a chegada do Mestre.

No avião, a caminho das terras brasileiras, o presidente Ikeda continuava a empenhar suas energias para manter-se firme. E foi ali, naquelas condições, que revelou a um membro da comitiva seu desejo de fundar um distrito no Brasil:

Sim, o primeiro distrito a ser estabelecido fora do Japão. Sei que o número de famílias ainda é pequeno. Entretanto, a história, a cultura e o modo de ser dos sul-americanos são muito diferentes dos norte-americanos. É preciso considerar a América do Sul de forma distinta e separada. O Brasil será nosso alicerce nesta região. A fundação do distrito elevará também a consciência dos companheiros do Brasil e, acima de tudo, fortalecerá a união deles.2

Enfim, o grande dia

Chegou o dia em que os membros brasileiros dariam um novo passo em sua empreitada pelo kosen-rufu. No segundo dia de permanência do presidente Ikeda e comitiva, foi realizada no salão Chá Flora, no bairro da Liberdade, a reunião de palestra em conjunto com a 1ª Convenção da América do Sul. A atividade teve início às 13 horas, um encontro de mestre e discípulos repleto de intensa emoção e decisão. Após responder a uma série de perguntas, Ikeda sensei declarou: “Tenho o prazer de anunciar neste momento a fundação do Distrito Brasil”. Uma forte salva de palmas demonstrou a felicidade dos participantes.

Na ocasião, o presidente Ikeda manifestou seu sentimento naquele momento, palavras que servem até hoje como direcionamento para atua­ção de todos os membros da BSGI:

O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!3

Empoderamento das pessoas do mundo

Após essa viagem, muitas outras vieram, inclusive, para se encontrar com os membros brasileiros da Soka Gakkai. Um ponto importante de toda essa aventura é a relação de mestre e dis­cípulo estabelecida por Ikeda sensei com os integrantes da BSGI, marcada pelo respeito, pelo aprendizado e pelo carinho mútuo. O presidente Ikeda é um profundo admirador do país e consegue perceber diversas características de seu povo. Além disso, está sempre atento às notícias sobre os fatos que ocorrem com os brasileiros. Exemplo disso foram suas constantes considerações e seus incentivos para o enfrentamento do coronavírus.

Nesses sessenta anos da relação de mestre e discípulo, inúmeras foram as histórias vivenciadas e contadas por diversos companheiros que tiveram a oportunidade de se encontrar diretamente com Ikeda sensei, assim como aqueles que espiritualmente realizam essa convergência de corações. O fato é que o juramento seigan do discípulo foi concretizado e serve de motivação para as gerações sucessoras, conforme o presidente Ikeda afirma:

Hoje, membros da SGI espalhados por todos os cantos do mundo têm gravadas em seu coração as palavras: “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres”.4 Eles anseiam intensamente prosseguir a jornada de mestre e discípulo, existência após existência, neste mundo saha para cumprir a grande missão do kosen-rufu.5

Qual foi o roteiro de Ikeda sensei e de sua comitiva ao desembarcarem na cidade de São Paulo?

19/10

Chegada ao Brasil, pelo aeroporto de Brasília, DF.

Novo voo rumo ao Aeroporto de Congonhas, São Paulo, SP.

Hospedagem no Hotel Niterói, bairro da Liberdade, São Paulo.

Manhã — parte da comitiva foi conhecer a Fazenda Tozan, no município de Campinas, SP. A outra parte visitou alguns importantes pontos da cidade de São Paulo.

20h — participam de uma reunião comemorativa na casa de um membro de São Paulo. A casa estava lotada e, após o gongyo, Ikeda sensei dialogou com os membros por cerca de uma hora.

20/10

Manhã — a comitiva visitou o Instituto Butantã e a Cooperativa Agrícola de Cotia.

13h — participação na reunião de palestra especial, a 1ª Convenção da América do Sul. O local escolhido foi o salão Chá Flora, no bairro da Liberdade. Nessa atividade foi realizada a fundação do Distrito Brasil, marco da história da BSGI.

21/10

15h — partida da comitiva para os Estados Unidos, pelo Aeroporto de Viracopos, em Campinas.

O retorno ao Japão

Partida do Brasil: 21 out.

Chegada a Nova York: 22 out., pouco depois das 2 horas da madrugada

Partida de Nova York: 22 out.

Chegada a Los Angeles: 22 out.

Partida de Los Angeles rumo ao Japão: 24 out.

Leia mais

Nas próximas edições. Brasil Seikyo publicará outras matérias especiais comemorativas dos sessenta anos da primeira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Imperdível!

Notas:

  1. NRH, v. 1, p. 216.
  2. NRH, v. 1, p. 221.
  3. NRH, v. I, p. 243.
  4. LSOC, cap. 7, p. 178: CEND, v. I, p. 226.
  5. Brasil Seikyo, ed. 2.416, 21 abr. 2018.

Fontes:

Nova Revolução Humana, v. 1.

Brasil, Monarca do Mundo (livro comemorativo dos cinquenta anos da BSGI).

Terceira Civilização, ed. 546, fev. 2014.

Terceira Civilização, ed. 547, mar. 2014.