ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 23/01/2021 15:00
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Origem”, volume 29
PARTE 55
A respeito dos bodisatvas da terra, Nichiren Daishonin afirma claramente em O Objeto de Devoção para Observar a Mente: “…seria possível que eles não aparecessem agora no início dos Últimos Dias da Lei?”.1 E sobre o aspecto concreto desse surgimento, ele descreve: “Saibam o seguinte: na época da prática do shakubuku, os quatro bodisatvas surgem como governantes sábios que refutam e convertem soberanos tolos…”.2
Reprodução/Foto-RN176 Desenho ilustrativo da direita para esquerda :Tsunesaburo Makiguchi educador pedagogista criador da teoria pedagógica “teoria da criação de valor” fundador pioneiro e presidente sendo o primeiro Mestre da Soka Gakkai Josei Toda educador, pacifista e o segundo presidente e Mestre da Soka Gakkai
Portanto, na época da prática do shakubuku pelos bodisatvas da terra nos Últimos Dias da Lei, os “governantes sábios”, isto é, leigos de clara sabedoria, haverão de surgir como líderes em meio à fúria da sociedade turbulenta. O significado de “refutar e converter soberanos tolos” encontra-se no ato de corrigir os erros das autoridades do poder que reinam na sociedade e tornam as pessoas infelizes. Nos dias atuais em que prevalece a soberania do povo, pode ser entendido como a atitude de se envolver na reforma e na construção de uma sociedade embasada no espírito de compaixão e na filosofia de respeito à dignidade da vida do budismo, estabelecendo a Lei correta no coração de todas as pessoas, incluindo os líderes de diversas áreas. Em outras palavras, corresponde à concretização do princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, isto é, rissho ankoku. As atividades do kosen-rufu, ou de propagação dos ensinamentos, completam-se com “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho ankoku). O objetivo do shakubuku é o de edificar uma sociedade feliz, libertando as pessoas de seus sofrimentos reais e transformando o interior de cada indivíduo.
Todavia, essa é uma árdua tarefa de extrema dificuldade, sem paralelos. Shin’ichi tinha a plena e profunda consciência da importante missão da Soka Gakkai em realizar a propagação do budismo nos Últimos Dias da Lei.
Quando o governo militarista japonês promovia a guerra tendo o xintoísmo do estado como pilar espiritual, o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, refutou o erro disso, rejeitou resolutamente o talismã xintoísta e foi preso. Mesmo nos interrogatórios, ele continuou elucidando a justiça e a retidão do Budismo Nichiren. Foi o verdadeiro ato de “refutar e converter soberanos tolos” pelo qual faleceu na prisão, encerrando sua vida como mártir. Por outro lado, o segundo presidente, Josei Toda, que viveu a batalha na prisão lutando junto contra o governo militarista, conduziu o grande movimento de shakubuku para 750 mil famílias. E assim deu o primeiro passo rumo a “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, criando o alicerce do kosen-rufu e promovendo o movimento de reforma social pelas mãos do povo.
Josei Toda utilizou a expressão “Buda Soka Gakkai” para se referir à organização. Indicava que a grandiosa e valiosa missão da Soka Gakkai de triunfar na batalha pelo “kosen-rufu (a ampla propagação) é, em si, “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho ankoku) surgindo na era impura dos Últimos Dias da Lei em meio à realidade da própria sociedade.
PARTE 56
Em pé, às margens do rio Ganges, Shin’ichi observava o céu. Já envolto pelas cortinas do anoitecer, o brilho da lua mostrava toda a sua intensidade. E uma rajada de vento soprava sobre a superfície das águas do rio. Nos olhos de Shin’ichi surgia a imagem do seu venerado mestre, Josei Toda, que desejou continuamente o kosen-rufu da Ásia. Seu rosto se sobrepunha à imagem da lua. Shin’ichi bradou em seu coração: “Sensei! Shin’ichi continuará a jornada. Haverei de abrir o grande caminho do kosen-rufu mundial, o meu palco, como designado pelo mestre! Observe a luta heroica de seu discípulo”.
A lua mostrava o sorriso.
Nessa noite no hotel, diante do retrato do falecido Josei Toda, e junto com sua esposa, Mineko, Shin’ichi jurou realizar a grande luta pelo novo avanço do kosen-rufu.
No dia seguinte, 12 de fevereiro, Shin’ichi e comitiva dirigiram-se ao sítio arqueológico do budismo em Nalanda. Era uma viagem de um pouco mais de duas horas de carro a partir de Patna e, quando chegaram ao majestoso sítio arqueológico, passava das 14 horas.
Em meio ao verde vivo do gramado, havia uma sucessão de ruínas históricas de construções de tijolos. Observavam-se longos corredores, escadarias e poços de água nos alojamentos onde moravam e estudavam os sacerdotes aprendizes.
Diz-se que o monastério foi construído na época do imperador Kumaragupta I da dinastia Gupta no século 5 a.E.C., e foi sucessivamente ampliado. E, ao longo de setecentos anos, continuou a prosperar até o século 12, passando pelos impérios Harsha e Pala, como centro de estudos budistas.
De acordo com a explicação do guia, a palavra “Nalan” de Nalanda indica o lótus que simboliza conhecimento e “da” significa conceder. Nesse local, vinham sacerdotes, não só da Índia, mas de diversas regiões da Ásia. Em sua época áurea, eram realizados estudos budistas, chegando a ter 10 mil sacerdotes alunos e mil professores. Pelos cálculos matemáticos, infere-se que as aulas eram realizadas em grupos pequenos, com um professor para cada dez alunos.
O ponto primordial da educação humanística está no ato de inspirar espiritualmente cada pessoa por meio do diálogo entre mestre e discípulos. Ao mesmo tempo, isso provocou a expansão dos princípios do budismo para o mundo.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Notas:
- CEND, v. I, p. 394.
- Ibidem.