Cada vez mais feliz

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 06/08/2020 19:00

RELATO

Reprodução/Foto-RN176 Neilce Mesquita Editora Brasil Seikyo – BSGI

Sem temer as mudanças, Teka faz da sua história um exemplo de determinação e de coragem

Até se tornar arquiteta reconhecida pelo seu trabalho, a manauara Teka Mesquita (como é conhecida pelos amigos) traçou uma trajetória de sonhos, dinamismo, vontade de vencer, de ser feliz. E foi nesse caminho de descobertas que encontrou o budismo Soka, atribuindo um novo significado à sua vida. “Tive o primeiro contato com o budismo de forma inusitada, no Rio de Janeiro, onde moro, assistindo a um lindo pôr do sol, num barco, por intermédio da Margot Colon, que se tornou uma amiga muito querida. Senti que estava se iniciando uma grande mudança.”

Brilho nos olhos

“Em 2002, recebi o Gohonzon, o que foi maravilhoso! E a prática do budismo me possibilita ativar a consciência e compreender que, neste exato instante, tenho a chance de transformar o que eu sou, onde estou e aonde quero chegar.”

Teka quis chegar longe e, mesmo em meio aos desafios, se manteve confiante: “Aprendi que não devemos abrir mão da nossa felicidade e dos nossos sonhos e que as dificuldades são oportunidades para a nossa revolução humana”, diz.

“Atuar como arquiteta e design de interiores é a concretização de um bonito objetivo. Crio as peças com a mesma paixão de quando comecei e é isso que faz com que as pessoas se sintam felizes, realizadas e com brilho nos olhos!”, complementa.

Essa história tem início em meados do ano 2000, quando ela dava os primeiros passos na carreira profissional. “Sempre amei viajar e conhecer novas culturas, admirando artes, decoração e design. Trabalhava com corretagem de seguros náuticos e em determinado período, comecei a decorar o interior dos barcos e depois algumas residências. Vieram mais trabalhos e passei a fazer parcerias, tornando-me sócia da arquiteta Andrea Breackman. Nessa época, estava na reta final da faculdade de arquitetura.”

A decisão de estudar não foi tarefa fácil e trouxe nova chance de aprendizado. “Entre idas e vindas, o curso acabou se prolongando por dez anos. Além disso, tranquei a faculdade por conta do trabalho de conclusão, que consiste no projeto de um centro cultural em Vargem Grande, RJ, o qual foi recusado por ser considerado de fundo religioso. Recitei daimoku com a convicção de que minha ideia seria útil para o desenvolvimento da localidade e para a felicidade das pessoas, e que em algum momento alguém acreditaria nela.”

Teka seguiu com os compromissos de trabalho, assinando obras maiores, o que era sempre desafiador devido a pressão e excelência exigidas. “Tanto que, em 2008, eu me presenteei com uma relaxante viagem de férias para a Indonésia. Em Bali, capital do país, iniciei os desenhos de oratórios budistas, a começar pelo meu. Inspirada pela beleza da cultura local, trouxe uma quantidade significativa de artigos de decoração para o Brasil, realizando uma mostra balinesa que rendeu 400% de lucro em pouco mais de três meses. Foi um sucesso!”

Vitória!

“No ano seguinte, engravidei e tive pré-eclâmpsia (complicação resultante de hipertensão arterial durante a gestação). No sétimo mês, fui para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, após três dias, a Vitória nasceu e foi para a incubadora. A alta médica veio vinte dias depois e nesse período recebemos o caloroso apoio dos amigos Soka, além de muitas visitas de médicos e de enfermeiros budistas — um benefício da prática”, conta Teka.

Ainda lactante, ela volta para a faculdade para concluir essa etapa; agora, com uma pequena companheira, que considera como seu melhor projeto de vida. “Assistia às aulas com a Vitória no colo, amamentando. Mas estava muito feliz, pois uma professora, acreditando no meu projeto, aceitou ser minha orientadora. Assim, em 2010, concluí a faculdade, com nota 9,9 no trabalho de conclusão de curso.”

Ela continua: “Naquele ano, abri uma empresa de revestimento de bambu, importando esse material de outros países. Com isso, passei a utilizá-los como componente dos oratórios e a ideia foi um sucesso! Tenho clientes no Brasil e no exterior, e no coração, a certeza de que esse reconhecimento é benefício do daimoku.

Eu me senti tão realizada que decidi compartilhar essa vitória com o presidente Ikeda, levando o projeto para o Japão, em 2016. Imprimi os desenhos em papel fotográfico e também levei a maquete do centro cultural. Embarquei para as terras do Mestre com amigos da localidade e, dias depois, recebi um e-mail comunicando que Ikeda sensei estava muito orgulhoso do meu trabalho. Refleti que, a partir de tamanha consideração, meu projeto não será esquecido e recito daimoku para que se torne realidade. Todos os meus objetivos se alinharam ainda mais ao ideal do kosen-rufu”, explica.

Com tal convicção, ela se dedica à liderança da Divisão Feminina da localidade, avançando com a rede de humanismo e de pes­soas vitoriosas que é a Soka Gakkai. “Sou discípula de Ikeda sensei com muito orgulho, e meu propósito é ser cada vez mais feliz e contribuir para a felicidade dos outros. Assim, sigo com coragem e esperança, impulsionando mudanças que possam impactar o ambiente e as pessoas com a alegria de viver e leveza”, finaliza.

Neilce Mesquita, 46 anos. Arquiteta. Resp. pela DF da Comunidade Barra Sul, CCFS, CGERJ.