Câmera registra início do fogo que destruiu Museu da Língua Portuguesa

ROTANEWS176 E G1 05/01/2016 21h16

Incêndio aconteceu em 21 de dezembro em prédio no Centro de São Paulo. Suspeita é que curto-circuito ou estouro de lâmpada tenham iniciado chamas.

Uma câmera de segurança registrou o começo do incêndio no Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo, em 21 de dezembro. As imagens foram obtidas com exclusividade pelo Jornal Nacional. A câmera estava instalada no teto de uma sala do 1º andar, onde ficava a mostra “O tempo e eu”, sobre o historiador Câmara Cascudo.

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Reprodução/Foto-RN176  Museu já tomado pela chama e os  bombeiros já em  tentando apagar o fogo

Na data do incêndio, o museu estava fechado e era dia de manutenção. O vídeo mostra a movimentação de funcionários desde cedo. No início da tarde, dois deles passam com uma escada e checam a iluminação. Às 13h42, a equipe leva a escada para o corredor e para num ponto distante da câmera, mas é possível ver que um dos funcionários sobe na escada.

Neste ponto, estavam penduradas várias redes de dormir, um dos temas de estudo do historiador. Acima delas, havia refletores. As imagens das câmeras confirmam o que os funcionários do museu disseram à polícia: que o incêndio teria começado com a troca da iluminação. A suspeita é que uma fagulha, causada por um curto-circuito ou o estouro de uma lâmpada, tenha caído nas redes.

Pouco depois das 14h, os funcionários fazem testes com os refletores. Às 14h52, começa o incêndio no corredor. Vários pedaços em chamas vão caindo do teto. Tudo indica que são as redes pegando fogo. Um minuto depois, o incêndio já toma conta do corredor.

Em seguida, chega o bombeiro civil Ronaldo Ferreira da Cruz. Ele acabou morrendo tentando combater o fogo. O incêndio se espalha rapidamente e há muita fumaça. O calor afeta a câmera que fica com a imagem em preto e branco até parar de gravar.

Os peritos ainda estão analisando as imagens da câmera e ainda não há prazo para a entrega do laudo com as causas do incêndio. O governo de São Paulo não deu previsão para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa.

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Reprodução/Foto-RN176 Momento exato quando  começa o incêndio no museu da Língua Portuguesa, e fogo gomeça a cair do teto no  corredor do primeiro andar do Museu(Foto: Reprodução/TV Globo)

Estação liberada
A passagem de trens de carga pela Estação da Luz, no Centro de São Paulo, onde ficava o Museu da Língua Portuguesa, foi liberada pela Defesa Civil nesta segunda-feira (4).

A liberação da circulação dos trens de carga dependia de testes de vibração feitos por técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). No domingo (3), a Defesa Civil recebeu o relatório, que confirmou não haver risco de desabamento. Na quinta-feira (31), a estação foi reaberta aos usuários de trens e metrô depois da análise do IPT e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Apesar da liberação para os usuários de trens e metrô, a entrada principal e os acessos pela Rua Mauá e pela calçada do Museu da Língua Portuguesa estão fechados. Os passageiros podem acessar a estação pela Avenida Cásper Líbero e pela calçada da Pinacoteca, na Praça da Luz.

As integrações das linhas 4-Amarela e 1-Azul do Metrô e 7-Rubi e 11-Coral funcionam normalmente. São utilizadas três plataformas para embarque e desembarque devido às obras de reparo no prédio do museu.

Veja abaixo as alterações anunciadas pela CPTM:

– Linha 7-Rubi: os trens fazem o trajeto Brás-Francisco Morato, passando pela estação da Luz nas plataformas 1 e 2. Na estação Brás, a Linha 7 utiliza a plataforma 1, como reforço de oferta de lugares no trecho Brás – Luz.

– Linha 11-Coral: Expresso Leste: os trens fazem o trajeto Luz-Guaianases e Brás-Guaianases, alternadamente. Os trens que seguem até a Luz utilizam a plataforma 3 para embarque e desembarque.

– Linha 10-Turquesa: Para operar a Linha 7-Rubi até o Brás, os trens da Linha 10-Turquesa fazem embarque e desembarque pela plataforma 2.

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Reprodução/Foto-RN176 Depois que os bombeiros apagaram o fogo do Museu da Línga Portuguesa   (Foto: Reprodução/GloboNews)

Museu destruído
Inaugurado oficialmente no dia 20 de março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa abriu suas portas ao público no dia 21 de março daquele ano. Em seus três primeiros anos de funcionamento mais de 1,6 milhão de pessoas já visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele atuava como bombeiro do museu.

O museu estava fechado para o público no dia do incêndio. O Museu da Língua Portuguesa fica na Praça da Luz e tem três pavimentos e uma área de 4,3 mil m².