Caminho para a Suécia

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 13/02/2021 04:16

REDAÇÃO/PELO MUNDO

Vivendo em outro país, Tina constrói, ao lado da filha, uma nova história de vitórias

Reprodução/Foto-RN176  Giselle; Tina; e o marido, Ulf – Foto – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Em 2015, Maria (apelidada Tina) viaja de São Paulo para Gotemburgo, segunda maior cidade da Suécia, um dos países nórdicos, levando sonhos e expectativas de iniciar nova vida nesse lugar. “Vim por conta do meu marido, Ulf, que é sueco. Somos casados há seis anos e meu objetivo é constituir família, trabalhar e proporcionar boas oportunidades de estudo para minha filha, Giselle”, conta.

Tina foi mãe aos 19 anos quando ainda vivia no Brasil, enfrentando os desafios da maternidade na juventude. “Estava separada do pai da minha filha. Sozinha e sem trabalho, morei com minha mãe, depois na casa de cada uma de minhas três irmãs e também com meus tios. Foi quando tive o primeiro contato com o budismo”, relembra.

O início da prática vem tempos depois, fazendo a jovem mãe evidenciar força, coragem e sabedoria para redirecionar a vida. “Comecei então a ver transformação na minha vida. Consegui trabalho na área estética e me especializei num método oriental de limpeza de pele, com massagem facial (do-in) e aluguei um quarto numa pensão. Mais tarde, consegui alugar um apartamento na rua do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, SP. Quanta gratidão a Ikeda sensei e aos amigos Soka!”, expressa.

Reprodução/Foto-RN176 Giselle na estação de barcos Lilla Bommen – Foto – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

“Enfrentamos dificuldades e, pouco a pouco, avançamos em nossos objetivos. Sempre fomos unidas. Com a mudança da minha mãe para a Suécia, ficamos longe uma da outra pela primeira vez. Na época, estava cursando faculdade de moda e fiquei em São Paulo. Mas não imaginávamos que essa distância duraria tanto tempo”, complementa Giselle.

Isso porque, ao tomar conhecimento sobre as leis suecas de imigração, Tina se dá conta das muitas etapas que tem pela frente. “Foi o primeiro desafio com o qual me deparei. As leis são rígidas e, como Giselle é maior de idade, o vínculo familiar é desconsiderado. A aplicação do visto foi negada por duas vezes. O segundo desafio foi receber o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES)”, conta a mãe.

Em paralelo, Tina se adapta ao novo país, tendo o apoio dos amigos Soka. “Como o centro cultural fica em Estocolmo, cerca de 500 quilômetros de Gotemburgo, os membros da localidade se reúnem aos domingos na residência da veterana Kazuko para recitar daimoku. Agora, seguimos orando cada um em sua casa. Junto comigo nesse desafio, estão também os amigos do Brasil Leila Otani, Jorgina Souza e Luis Kiyama – pessoas importantes para mim.

Sem desistir

Giselle se esforça no trabalho e nos estudos, mostrando-se determinada. “Fiquei morando sozinha e costumava viajar para a Suécia para passar as festas de fim de ano com minha mãe. Em 2018, terminei a faculdade e um curso técnico de teatro. Nessa época, já estávamos organizando os documentos para o visto, com o apoio do meu padrasto que nos ajudava com o idioma sueco. Minha mãe e eu começamos a nos desafiar na recitação do daimoku todos os dias para resolver essa questão, até que ela teve a iniciativa de procurar o consulado para contestar o visto negado, sob a orientação de uma advogada. Então, após cinco anos de tentativas, conseguimos o visto! Eu nem acreditei!”

Reprodução/Foto-RN176 Membros da SGI da localidade Foto – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Desde agosto do ano passado, a jovem vive com a mãe no país escandinavo, onde se integra à cultura e traça novas metas. “Eu me adaptei ao frio com tranquilidade e meu foco agora é seguir me aperfeiçoando no inglês, idioma falado aqui também. Apesar de meu visto ainda não ser permanente, o fato de estar na Europa me abriu possibilidades de trabalhar na minha área em outros países desse continente. Gosto de desenhos e de criar estampas, pintar. Quero crescer com isso e me desenvolver como excelente profissional”, enfatiza.

Em sintonia com a filha, Tina faz planos e comemora: “Estou muito feliz! Tenho um companheiro que me incentiva a recitar daimoku, minha filha por perto e até mesmo consegui excelente tratamento de saúde. Com a vida mais tranquila, aprendi novos ofícios, além de estudar. Quero ser fluente na língua sueca e na inglesa e quem sabe dar aulas, contribuindo para o desenvolvimento das pessoas e para o kosen-rufu. Sou muito grata aos amigos Soka que me incentivaram na prática budista nessa jornada. Com daimoku não há o que temer, pois não existe oração sem resposta”, conclui.