ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 22/08/2020 07:45
RELATO
Sem poupar esforços, Alexandre constrói uma jornada de superação motivadora
Reporodução/Foto-RN176 Foto Editora Brasil Seikyo – BSGI
Em 2019, Ano da Vitória Soka, decidi ingressar no curso para a carreira de oficiais da Marinha e isso exigiu de mim bastante planejamento e dedicação aos estudos. Numa batalha contra o tempo, tive de conciliar trabalho, afazeres de casa, família, atividades da BSGI. Apesar de tantas tarefas, sinto que foi um maravilhoso desafio em minha vida, que me deu a chance de me aprimorar e de realizar os objetivos.
Sólida base
O sonho da minha mãe, Darli, era que eu fosse militar. Ela, que trouxe o budismo Soka para nossa família em 1976, por meio da prática, auxiliou-me a vencer as limitações da fala na infância e me apoiou quando decidi, aos 18 anos, ingressar num curso preparatório de sargento da Aeronáutica. Mesmo com as dificuldades financeiras, os desafios nos estudos e até mesmo uma tuberculose que me acometeu, meus pais, além de me incentivar, custearam o curso. Com isso, fui aprovado no concurso da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Abracei aquela oportunidade como única, e jurei que não os decepcionaria.
Quando me formei como Sargento na EEAR, consegui ingressar numa organização militar que ficava a dez minutos da minha residência, no Rio de Janeiro, onde morava. Assim, cursei faculdade de direito e então decidi prestar concurso para oficial da Marinha do Quadro Técnico, na área de direito. Por três anos, fiz várias tentativas em concursos sem sucesso e, por isso, passei a ser motivo de piada entre os colegas, e novamente fui reprovado na etapa final.
Mesmo frustrado, apoiei-me nas palavras de Nichiren Daishonin e segui de cabeça erguida. Tal como ele recomenda: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça”.1
Recitava horas e mais horas de daimoku, querendo encontrar uma resposta para meu sofrimento e, pouco tempo depois, recebi uma ligação de um oficial perguntando-me se ainda tinha interesse em ingressar na Marinha, pois haviam aumentado o número de vagas. Assim, comprovei mais uma vez que não há oração sem resposta.
Nova vitória
Há sete anos, eu me mudei para Brasília, DF. Na época, vim transferido para trabalhar na Presidência da República, uma oportunidade para poucos militares. Com a minha conduta, consegui transformar o ambiente de trabalho pesado e de desconfiança num local de harmonia, companheirismo e lealdade. Isso por conta do direcionamento que temos na Soka Gakkai de prezar a dignidade humana.
Na organização, atuando na liderança do bloco, da comunidade e do Distrito Águas Claras, eu me esforçava tanto para incentivar os membros como na propagação do budismo. Assim, ciente de que as ações em prol do kosen-rufu contribuem para o desenvolvimento da localidade, ensinei essa filosofia para quatro pessoas que decidiram ingressar na BSGI.
Em paralelo, continuei a me empenhar no meu aprimoramento, sendo aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, dezessete anos depois de concluir a faculdade.
No trabalho, fui promovido a capitão de corveta (equivalente ao posto de major do Exército e da Aeronáutica) — comprovação de tantos anos de empenho. E atuando três anos na Assessoria Jurídica do Estado-Maior da Armada, no ano passado decidi que era hora de avançar ainda mais.
Sem desistir
Ingressei no curso superior de oficiais da Marinha, iniciando uma nova etapa de árduos esforços como das outras vezes. Era comum acordar às 4h30 da madrugada para estudar. Eu fazia isso também no intervalo do almoço, assim que chegava do trabalho, nos fins de semana e nos feriados. Além disso, fiz várias provas, trabalhos, uma monografia. Nesse constante desafio, não dei trégua para a preguiça ou o desânimo, pois sabia que, para vencer, deveria seguir em frente. Nesse sentido, o apoio da família e dos amigos Soka foi essencial. Não posso negar que ficava com o coração apertado quando não podia participar das atividades, mas todos demostravam compreender minha luta. Quanta gratidão!
O presidente Ikeda incentiva com relação ao trabalho: “Como membro da Soka Gakkai, você deve se dedicar com mais afinco! Também deve estudar e se aprimorar constantemente para ser mais eficiente e produtivo possível”.2
Confiante, avancei em todas as fases do curso, concluindo mais essa etapa da vida com total sucesso. Continuo a atuar junto com o Mestre, defendendo os ideais humanísticos Soka e com a convicção de que a fé na Lei Mística e a recitação do Nam-myoho-renge-kyo nos capacitam a alcançar até mesmo o impossível. É como sensei assegura: “A fé e a oração nos habilitam a evidenciar forte energia vital e sabedoria necessárias para sermos bem-sucedidos em qualquer empreendimento”.3
Notas:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 713.
- Brasil Seikyo, ed. 2.495, 14 dez. 2019, p. 3.
- Ibidem.
Alexandre Menezes, 48 anos. Militar da Marinha. Resp. pela Comunidade Águas Claras e pelo Distrito Águas Claras; RM DF Centro Sul, CRE Oeste, CGRE.