Câncer de ovário: conheça os sintomas e como reduzir o risco

ROTANEWS176 30/05/2024 18h03                                                                                                                            Por:Tatiana Pronin

Este câncer ginecológico é um dos mais perigosos, já que pode ser diagnosticado tarde.

 

Reprodução/Foto-RN176 Maio é o mês de conscientização sobre o câncer de ovário Foto: iStock / Jairo Bouer

Apesar de não ser o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, o câncer de ovário é considerado um dos mais perigosos, já que mais de 70% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, quando o sucesso do tratamento pode ser limitado.

Segundo o Instituto ACCO (Associação de Combate ao Câncer de Ovário), é fundamental conscientizar as mulheres sobre a prevenção e o diagnóstico da doença. Em 2022, foram registrados mais de 7.300 casos de câncer de ovário, e mais de 4.000 mortes decorrentes desse tipo de neoplasia. A faixa etária com mais diagnósticos é entre 55 e 64 anos.

Sintomas podem confundir

Os sintomas iniciais, quando presentes, costumam ser inespecíficos e podem incluir:

– Inchaço abdominal persistente

– Sensação de saciedade precoce

– Perda de peso sem explicação

– Mudanças na frequência urinária ou nos hábitos intestinais

Muitas vezes, os sintomas são confundidos com problemas gastrointestinais ou outras condições, o que pode retardar o diagnóstico correto.

“Quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de ovário pode ser tratado com sucesso por meio de cirurgia, e as chances de sobrevida aumentam significativamente. Por isso, é vital que as mulheres fiquem atentas aos sinais e busquem atendimento médico se tiverem qualquer sintoma incomum”, explica Fernando de Lima, presidente da ACCO. O instituto realizou uma campanha intensiva de alerta sobre a doença no mês de maio, dedicado à conscientização sobre esse câncer.

A confusão inicial causada pelos sintomas também foi a experiência de Juliana Carelli, que criou o blog “Super Juliana contra o câncer de ovário”, e compartilha sua jornada desafiadora desde o diagnóstico, aos 29 anos, até a remissão, há 13 anos.

“Os primeiros sinais foram dores abdominais intensas e uma sensação de desconforto que foram inicialmente mal diagnosticados como intoxicação alimentar e prisão de ventre,” relembra.

A falta de exames de rastreamento eficazes são considerados um desafio importante para combater a doença. Enquanto o câncer de mama pode ser identificado na mamografia e o câncer de colo de útero, pelo exame de Papanicolau, ainda não existe uma ferramenta amplamente disponível e eficaz para se diagnosticar precocemente o câncer de ovário.

O que ajuda a reduzir o risco

Embora não haja uma maneira 100% garantida de prevenir o câncer de ovário, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco, segundo a ACCO:

  1. Conhecimento da história familiar

Mulheres com histórico familiar de câncer de ovário ou câncer de mama têm um risco aumentado. Consultar um geneticista pode ajudar a determinar a presença de mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, o que pode influenciar a estratégia de prevenção.

  1. Exames regulares

Embora não exista um exame de rastreamento eficaz para o câncer de ovário, consultas ginecológicas regulares podem ajudar a detectar qualquer anormalidade nos ovários ou região pélvica.

  1. Uso de contraceptivos orais

Estudos indicam que o uso prolongado de contraceptivos orais pode reduzir o risco de câncer de ovário. No entanto, essa é uma decisão que deve ser tomada com orientação médica, levando em consideração os riscos e benefícios individuais.

  1. Estilo de vida saudável

Manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, pode ajudar a reduzir o risco de várias doenças, incluindo o câncer.

 Avanços recentes

Atualmente, a comunidade médica está investindo em pesquisa e desenvolvimento de biomarcadores e tecnologias de imagem avançadas, como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, para a detecção precoce da doença.

Os avanços no tratamento também têm sido significativos, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. “Cirurgias mais precisas e a introdução de terapias alvo e inibidores de PARP são exemplos de inovações que têm prolongado a sobrevida e reduzido a recorrência,” destaca Luísa Marcella Martins, especialista em ginecologia oncológica. Trata-se de medicamentos que agem em mecanismos específicos da doença, preservando células sadias.

FONTE: TERRA