Candidíase poderá ser tratada com LED

ROTANEWS176 E IG  09/12/2016 11:40                                                                                                             Aline Viana

Estudo realizada pelo Unesp revela menor reincidência da candidíase com aplicação da técnica

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Reprodução/Foto-RN176  A candidíase, mais conhecida como “sapinho”, é uma infecção causada pelo fungo Candida Albicans, que afeta os tecidos moles da boca. Foto: iStock

A candidíase, mais conhecida como “sapinho”, é uma infecção causada pelo fungo Candida Albicans, que afeta os tecidos moles da boca. Alterações sistêmicas no sistema imunológico podem predispor o organismo a contrair a candidíase. Um estudo da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) aponta que o uso de LED é mais eficiente para tratar a doença do que os tratamentos convencionais a base de antibióticos.

“A candidíase bucal apresenta alta incidência em pacientes diabéticos, nos que fazem uso de imunossupressores, antibióticos de amplo espectro, terapias antineoplásticas e nos que possuem imunossupressão relacionada à síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS). Além disso, a utilização de próteses dentais removíveis tem sido associada à manifestação de uma forma de Candidíase que pode afetar o palato de aproximadamente 65% dos pacientes usuários de próteses conhecida como Estomatite Protética”, explica Ana Cláudia Pavarina (CRO-SP: 45881) , professora da disciplina de Prótese Parcial Removível da Faculdade de Odontologia de Araraquara-Unesp e do Curso de Pós-Graduação em Reabilitação Oral da universidade.

“Até o momento foram tratados 40 pacientes e observamos que a terapia fotodinâmica antimicrobiana resultou em maiores reduções da microbiota total dos pacientes em relação ao tratamento tradicional”, aponta a especialista.

Como é realizada a pesquisa

Estudo desenvolvido pela Unesp e publicado na revista PloS One (“Treatment of Oral Candidiasis Using Photodithazine® – Mediated Photodynamic Therapy In Vivo”), demonstrou a aplicação de Photodithazine (PDZ), um fotossensibilizador de segunda geração composto por um sal de glucosamina de clorina solúvel em água, associado à aplicação de uma luz vermelha emitida por LED, para o tratamento de camundongos infectados com o  Candida Albicans.

“Após a infecção estar instalada os animais foram tratados com Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana ou com antifúngico Nistatina durante cinco dias consecutivos, com uma aplicação por dia. No que se refere à redução do número de fungos os resultados foram estatisticamente semelhantes, entretanto, os animais submetidos à terapia fotodinâmica antimicrobiana apresentaram remissão completa das lesões orais, enquanto que os animais tratados com Nistatina apresentaram remissão parcial de lesões orais”, conta Ana Cláudia.

A pesquisa avançou e atualmente estão sendo avaliados os efeitos da terapia fotodinâmica antimicrobiana no tratamento de 60 pacientes idosos com estomatite protética (candidíase relacionada ao uso de próteses dentárias) em comparação ao tratamento convencional.

“Os pacientes estão sendo distribuídos em dois grupos compostos por 30 pacientes cada. O primeiro grupo está sendo tratada com a Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana, onde a substancia fotosensibilizadora é aplicada na prótese total superior e no palato dos pacientes e, os mesmos iluminados com luz LED. Esse procedimento é realizado três vezes por semana, durante 15 dias (seis aplicações). O segundo grupo está sendo tratado com antifúngico tópico à base de nistatina. Esse medicamento é aplicado quatro vezes ao dia durante 15 dias “, explica a professora.

Benefícios do LED

Pacientes com candidíase oral costumam ter reincidência do problema sempre que o sistema imunológico fica debilitado. Passar por novo tratamento com remédios, elimina a maioria dos microorganismos, mas torna mais resistentes aqueles que sobreviveram, tornando mais difícil o tratamento no futuro. Segundo Ana Cláudia, a vantagem da terapia fotodinâmica antimicrobiana é que ela não desenvolve resistência nos microorganismos.