ROTANEWS176 08/09/2023 13:00 DIRETO DA REDAÇÃO MINHA LOCALIDADE
Brasil Seikyo dá continuidade à série na seção Minha Localidade, que conta sobre a dedicação dos membros da BSGI ao movimento pelo kosen-rufu nas cidades brasileiras com base na unicidade de mestre e discípulo.
Reprodução/Foto-RN176 Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Dr.Daisaku Ikeda. Ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press / BS
Brasília é a capital federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. Localizada no Planalto Central, foi concebida com os objetivos de ser uma cidade planejada e de “interiorizar” a capital, atraindo pessoas de todo o país. Por isso, ficou conhecida como a “capital da esperança”, reunindo indivíduos de diversas etnias, culturas e classes sociais, que foram para lá em busca de uma vida melhor.
Fundada em 21 de abril de 1960, é uma metrópole jovem, considerada a maior cidade do mundo construída no século 20. Sob um céu azul na maior parte do ano, estendem-se largas ruas e prédios brancos inseridos em um desenho inspirado na forma de um avião.
Passos constantes
O movimento pelo kosen-rufu em Brasília remonta os anos 1970, com os esforços dos primeiros praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin resultando na criação de um distrito com três comunidades.
Em 1974, o cancelamento de uma visita do presidente Ikeda ao Brasil trouxe grande tristeza aos membros da BSGI, que juraram transformar as circunstâncias e receber novamente o Mestre em terras brasileiras.
Um marco decisivo foi estabelecido quando a organização foi convidada a participar das comemorações dos 15 anos de fundação da cidade, em 1975. Deslocaram-se para a capital federal cerca de 137 ônibus com mais de mil membros provenientes de São Paulo para participar do evento realizado no Ginásio de Esportes, com apresentações como painel humano, ginástica e dança. O sucesso estrondoso do festival contribuiu para que a BSGI conquistasse a confiança na sociedade.
Enquanto isso, seus integrantes se empenhavam na recitação do daimoku para a concretização da visita de Ikeda sensei. Em Brasília, não foi diferente, e todos se reuniam às terças-feiras para orar com esse objetivo e também o da aquisição de uma sede própria para as atividades.
Em 1984, finalmente o sonho de receber Ikeda sensei no Brasil se tornou realidade, após dezoito longos anos de ausência. A visita à capital federal trouxe incontida alegria aos membros, que recepcionaram o Mestre e sua esposa, Kaneko, com carinho e entusiasmo.
Na agenda oficial, uma audiência com o presidente da República, João Figueiredo, com os ministros das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, bem como a doação de livros para a Universidade de Brasília.
Reprodução/Foto-RN176 Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Dr.Daisaku Ikeda. Ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press / BS
O ponto primordial da relação de mestre e discípulo para os membros do Distrito Federal foi o encontro com o presidente Ikeda no Parque Rogério Pithon Farias (atual Parque da Cidade). Na ocasião, o Mestre assistiu às apresentações musicais dos grupos horizontais e incentivou calorosamente os companheiros. Ele também manifestou o desejo de que fosse construído um centro cultural da BSGI na cidade, objetivo recebido efusivamente por todos.
Daí em diante, os companheiros brasilienses vieram se dedicando incansavelmente à propagação do Budismo Nichiren na sociedade, ao fortalecimento da organização e à comprovação da prática budista na sociedade, culminando com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em dezembro de 1996.
Reprodução/Foto-RN176 Inauguração do Centro Cultural de Brasília (dez. 1996)
Olhar para o futuro
A partir de então, a organização na região se desenvolveu amplamente, recebendo exposições, simpósios e conferências promovidos pela SGI e pela BSGI.
O presidente Ikeda e sua esposa receberam a cidadania honorária de Brasília em 3 de maio de 1998, entre outras homenagens concedidas ao longo dos anos em reconhecimento à sua inestimável contribuição para a paz, a educação e a cultura.
Hoje, a Subcoordenadoria Distrito Federal avança a passos largos e seus integrantes esforçam-se para vencer os desafios da época atual e criar sucessivas ondas de novos “valores humanos” que sucederão o movimento pelo kosen-rufu.
Representantes da BSGI do Distrito Federal compartilham suas comprovações
Caminho para a vitória
Meu nome é Vitor Brasil, tenho 40 anos e minha família recebeu o Gohonzon em 1985, em Brasília, quando eu tinha 2 anos.
Aos 8 anos, ingressei na banda masculina Taiyo Ongakutai, na qual tive a oportunidade de participar por 24 anos, recebendo um rigoroso e precioso treinamento. Na época em que entrei nesse grupo musical, tínhamos nos mudado para o Rio de Janeiro, e minha primeira apresentação foi durante o Festival Eco-Cultural, realizado em 1992, no Ginásio do Maracanãzinho.
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Ikeda sensei veio à cidade do Rio de Janeiro, e tive a honra de me apresentar para ele. Mesmo sendo apenas uma criança, desenvolvi nos ensaios o espírito de corresponder ao Mestre.
Em 1994, retornamos a Brasília, onde busquei imediatamente continuar participando das atividades do Ongakutai. Com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em 1996, passei lá grande parte do meu tempo na juventude, realizando ensaios, aulas de música, reuniões de shakubuku e muitos diálogos. Também me esforcei para me desenvolver na organização de base, criando paixão pelo estudo do budismo, principalmente pela leitura da Nova Revolução Humana.
Por meio dessa luta e de muito daimoku, fui vencendo meus desafios da juventude e conquistando resultados concretos. Cada grande vitória nas atividades da organização também vinha acompanhada de comprovações em minha vida pessoal.
Assim, após o festival dos jovens de Brasília, em 2001, alcancei o sonho de cursar uma universidade federal.
Conquistei meu primeiro emprego após uma grande batalha para a realização do festival comemorativo dos cem anos da imigração japonesa no Brasil, em 2008.
Também passei em um ótimo concurso público na minha área de atuação depois de superar vários desafios pessoais, em meio à luta para a Convenção do Cinquentenário da BSGI, em Manaus, em 2010.
Em 2007, criei em meu coração um forte desejo de ir ao encontro do Mestre no Japão. Refletindo sobre como criar a causa para essa vitória, percebi que precisava vencer no shakubuku (propagação do budismo), que até então não havia concretizado. Assim, lancei-me a esse desafio e logo minha namorada Cris (hoje minha esposa) e um colega de curso receberam o Gohonzon. Foi o começo da minha jornada em prol do shakubuku, e atualmente apresentei o budismo para 23 pessoas.
Conquistei meu sonho de participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão, em 2017, conhecido como “Kenshukai dos 200”, após obter a vitória do meu distrito na luta das 50 novas famílias. Em meio à dedicação para participar do curso, concretizei seis conversões. Foram intensos preparativos e, principalmente, muito daimoku, mas consegui selar meu juramento nas terras do Mestre.
Desde 2014, quando recitamos nosso gongyo do juramento no Japão, minha esposa e eu tentávamos engravidar. Mas não conseguíamos encontrar o motivo de isso não acontecer. Em meio a essa grandiosa batalha, encontramos um médico que finalmente nos deu o diagnóstico correto. Assim, após voltar do Japão, minha esposa realizou uma cirurgia, possibilitando que, em 2018, nascesse nossa princesa, Maria Flor, uma garotinha linda que encanta a todos.
Acredito que o caminho para a vitória reside na vida que desafia as dificuldades, dentro da Soka Gakkai e buscando a todo momento corresponder ao Mestre.
Reprodução/Foto-RN176 Vitor com a esposa, Cris, e a filha, Maria Flor
Vitor Brasil Paixão da Costa
Vice-responsável pelo Distrito Águas Claras, Sub. Distrito Federal. Servidor público
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Agora é a nossa vez!
Dois sentimentos movem minha luta diária. O primeiro é honrar a atuação dos veteranos, pois nossa organização foi construída pelas pessoas que, com o coração ligado ao de Ikeda sensei, desbravaram caminhos superando questões de idioma e dos desafios de vencer em terras brasileiras. As famílias Miura e Okamoto são algumas delas, e tenho a honra de ter crescido vendo nossos familiares e líderes da época expandirem a prática da fé em Brasília.
Em 1984, quando recebemos a visita de Ikeda sensei ao Brasil, eu estava grávida, na ocasião, e não pude participar nos grupos de recepção. Atuei nos bastidores dentro da comunidade, levando aos membros notícias que vinham constantemente do Mestre. Tirei foto no parque da cidade junto com ele, sendo essa uma recordação que jamais esquecerei. Naquele encontro, fiz meu juramento de jamais me afastar da Soka Gakkai, haja o que houver, e de sempre pôr em prática os ideais do Mestre.
Morei 21 anos no Japão, atuando firmemente também lá. Em 2018, retornei ao Brasil com minha família e, a partir de então, tenho me dedicado a cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Assim, o segundo sentimento que me motiva é apoiar a geração jovem, encorajando-a para que herde o sentimento de luta de Ikeda sensei.
Nós nos unimos ainda mais na pandemia, por meio dos incentivos e das visitas on-line, e depois disso passei a abrir minha chácara para receber e dialogar com os jovens, apoiando a Divisão Feminina de Jovens e também o fortalecimento do Zenshin. Temos de criar e de expandir laços de amizade com os jovens, por isso abraço, de coração, cada um deles.
Em julho último, em encontro promovido na RM, pude convidar componentes de um grupo de taiko na região, para apresentação cultural e, ao mesmo tempo, para eles terem contato com nossa organização. Meu neto, simpatizante, faz parte desse grupo cujos integrantes gostaram bastante e passaram a perguntar sobre o budismo.
Reprodução/Foto-RN176 Aiko, primeira à dir., de rosa, com as companheiras da DF e da DFJ
Aiko Miura
Responsável pela Divisão Feminina do Distrito Brazlândia
Agora, estamos programando pequenos encontros de diálogo com eles. No distrito, todos os líderes se unem, e o estudo de budismo tem sido a base para cada membro fortalecer sua prática da fé e ser feliz. Na região onde eu moro, os blocos são localizados na área urbana e boa parte das pessoas reside em chácaras. Mas sinto que isso nem se compara às dificuldades vividas pelos veteranos, e temos vencido a distância e os desafios de tempo e de trabalho com muita disposição.
Tem sido gratificante a parceria com os jovens, e nos encontramos sempre para estudar e dialogar. Na última semana, realizamos um encontro conjunto DF e DFJ, falando sobre como cultivar um coração que jamais é derrotado. Tenho a convicção de que cada encontro se torna uma preciosa oportunidade de mostrar a grandiosidade da Gakkai e de cada encorajamento do Mestre ser a razão da mudança para melhor na vida de cada um, principalmente, da futura geração. Então, Ikeda sensei pode ficar tranquilo. Agora é a nossa vez, a dos discípulos. Muito obrigada!
No topo: presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984).
Fotos: Seikyo Press / BS / Arquivo pessoal
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO – BSGI