Carta de Sado

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO  23/05/2020 13h25

Matéria da reunião de palestra de junho

CADERNO REUNIÃO DE PALESTRA

 

Trecho do Gosho

 

“Não há papel suficiente aqui na província de Sado e levaria muito tempo para eu escrever a cada um. Além do mais, se uma única pessoa ficar sem receber uma mensagem minha, isso poderá causar ressentimentos. Por essa razão, meu desejo é que as pessoas com espírito de procura se reúnam para ler juntas esta carta de encorajamento.” (CEND, v. I, p. 323)

 

Sobre o escrito

Essa carta foi redigida no vigésimo dia do terceiro mês de 1272, em Tsukahara, Ilha de Sado. Nichiren Daishonin a endereçou a Toki Jonin e a Shijo Kingo, solicitando também que todos os seguidores a lessem para se incentivar mutuamente.

Na Ilha de Sado, ele próprio estava com a vida ameaçada. Em decorrência da escassez de papel, ele registrou seus pensamentos e sentimentos numa única carta a ser compartilhada com todos os seus discípulos.

A passagem em destaque refere-se ao pós-escrito da Carta de Sado, em que expressa sua imensa compaixão transbordante de preocupação e sensibilidade em relação aos sentimentos de seus discípulos que enfrentavam também severas perseguições, choravam pela perda de pessoas amadas ou amargavam o fardo dos sofrimentos da vida.

 

Explanação

 

Coragem, esperança e convicção

 

Embora estivesse exilado em Sado, Nichiren Daishonin, com sua imensa benevolência, dedicava-se a incentivar cada um de seus discípulos por meio de cartas. Por serem repletas de reciprocidade, de mensagens que reconfortam o coração, num diálogo de vida a vida com seus discípulos, transcendem o tempo e têm o poder de emocionar quem as lê até hoje .

Seus discípulos, por sua vez, reuniam-se em pequenos grupos para ler ou ouvir o conteúdo dessas cartas incentivando-se mutuamente numa época de perseguições atrozes. Seus corações eram aquecidos com coragem, esperança e convicção transmitidos por meio dos escritos de seu mestre .

Os Últimos Dias da Lei, época em que vivemos, nos apresenta situações semelhantes. Porém, qual é a preocupação genuína que existe em nosso coração? Qual a nossa postura para levar coragem, esperança e convicção às pessoas que sofrem?

O presidente Ikeda enfatiza:

Ao entrarem em contato com essa condição de vida elevada e esse espírito de lutar pelo kosen-rufu dispostos a enfrentar qualquer perseguição, os discípulos devem ter se imbuído de coragem indomável. Posso imaginá-los, depois de ouvirem a carta, firmando juntos o juramento de se manterem firmes na fé, encorajando-se uns aos outros e dando partida com nova decisão. (Terceira Civilização, ed. 614, out. 2019, p. 48-65)

 

Novas descobertas. Novas ações

 

Durante sua juventude, o presidente Ikeda estudava os Goshos todas as manhãs com seu mestre Josei Toda. Para ele, esses momentos ficaram gravados em sua vida e foram fundamentais para a sua compreensão sobre o Budismo de Nichiren Daishonin.

Na explanação desse escrito, o presidente Ikeda pergunta qual o propósito de uma religião. A resposta: “É a conquista da sua felicidade junto com a dos outros, da felicidade de todas as pessoas comuns do povo e a conquista da paz mundial. A única forma de alcançar esse objetivo é cada um se tornar sábio e forte. Essa era a convicção inabalável do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi” (Terceira Civilização, ed. 614, out. 2019).

Ele também comenta que nos primórdios de nossa organização os membros sempre levavam consigo o Gosho nas atividades para simpatizantes [shakubuku], nas orientações individuais e em outros esforços dedicados para o kosen-rufu. Antes ou após o gongyo nas reuniões, eles também liam em voz alta trechos dos escritos de Nichiren Daishonin.

Gravar os escritos de Nichiren Daishonin no coração, ativar a condição invencível do estado de buda e avançar rumo à concretização do grande juramento pelo kosen-rufu ao mesmo tempo em que luta para transformar seu destino – esse é o caminho do estudo do budismo que conduz diretamente a uma vida de felicidade e vitória. (Ibidem, p. 54)

Temos a possibilidade de estudar os escritos e renovarmos a nossa disposição para a conquista da vitória absoluta. Sabemos que o princípio budista “fé, prática e estudo” é a diretriz fundamental que explica a forma correta para se praticar o Budismo de Nichiren Daishonin.

A “fé” consiste em acreditar nos ensinos de Daishonin. A “prática”, em praticar corretamente o Budismo de Nichiren Daishonin em exata conformidade com seus ensinamentos. O “estudo” refere-se a buscar o aprendizado dos ensinos budistas.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, sintetizou a finalidade do estudo do budismo nos seguintes itens: (1) Estuda-se o budismo para adquirir uma correta visão da vida, da sociedade e dos objetivos. (2) Estuda-se o budismo para nutrir a prática da fé e o empenho nas atividades. (3) Estuda-se o budismo para avançar e crescer dia após dia. (4) Estuda-se o budismo para cultivar a capacidade de orientação e para prestar incentivos a todos os companheiros (BS, ed. 1.843, 13 maio 2006, p. B5).

Vamos, juntos com Ikeda sensei, renovar a decisão de nos levantarmos sós e atuarmos brilhantemente em nossa família, organização e na sociedade!

 

O que aprendemos com este estudo?

 

  • Imensa compaixão de Daishonin em incentivar os discípulos mesmo com o risco da própria vida.
  • Importância da leitura do Gosho todos os dias, mesmo que seja uma única sentença ou frase. Esta postura de buscar a sabedoria do Buda permite-nos fazer nossa vida resplandecer intensamente.

 

Material de apoio

 

Leia mais:

 

CEND, v. I, p. 323.

Terceira Civilização, ed. 614, out. 2019.