ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 23/06/2021 08h35 Por Lauro Lam
Cientistas chineses iniciaram os estudos das amostras retiradas da Lua no ano passado na missão que ficou conhecida como Chang’e 5, que trouxe para a Terra 1,731Kg de materiais retirados de Mons Rümker em Oceanus Procellarum (Mar das Tormentas). As análises estão sob responsabilidade da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, que se preparou nos últimos meses justamente para essa apuração científica.
O objetivo é melhorar o entendimento sobre a formação do universo, além da busca pela confirmação da hipótese sobre a ocorrência do vulcanismo na Lua.
Novidades das amostras da Lua
Apesar dos estudos ainda serem bem recentes, pesquisadores chineses já adiantaram que as amostras já revelaram novidades, principalmente pelo fato de serem mais jovens em comparação às obtidas pelo programa Apollo da NASA.
Vídeo oficial mostra missão Chang’e 5 com as amostras coletadas na Lua no ano passado. Imagens: New China TV
Assim, é bem provável que os chineses consigam ficar na frente dos Estados Unidos no entendimento mais abrangente sobre a Lua e sua história, com um olhar minucioso sobre a composição do satélite natural.
Concorrência científica
Já estão inscritos para integrarem os estudos 85 pesquisadores de 23 universidades e institutos, mas um processo seletivo está em curso para escolher os mais preparados para atuarem exclusivamente no projeto.
Inclusive, cientistas de outros países também estão participando da seleção, que deve divulgar uma lista oficial nos próximos dias.
Força aeroespacial chinesa
As análises das amostras da Lua visam fortalecer a potência aeroespacial da China, trazendo mais conhecimento científico ao país. Inclusive, existe a possibilidade dos estudos serem sigilosos para pesquisadores norte-americanos, pois existem restrições políticas entre o programa espacial chinês e a NASA.
A Chang’e 5 é uma das missões mais complexas da história aeroespacial chinesa. Para retirar as amostras da Lua, foram necessárias manobras bem arriscadas, com acoplagem autônoma de um módulo.
O sucesso obtido no ano passado já está motivando o surgimento da Chang’e 6, que pretende coletar amostras do polo sul da Lua até 2023, com o objetivo de complementar os estudos.