Cientistas descobrem segredo dos vulcões que pode revolucionar tudo o que sabemos

ROTANEWS176 15/10/2024 09h23                                                                                                                               Por Rodrigo Mozell

 Qual outra ligação existe entre a lava terrestre e o manto?

 

Reprodução/Foto-RN176 Mistério dos vulcões chegou ao fim? (Imagem: Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

E mais um segredo que os geólogos descobriram sobre os vulcões pode mudar tudo o que se sabe sobre essas incríveis formações geológicas. Desta vez, eles teriam descoberto que toda a lava que existe na Terra teria vindo de um único magma ancestral, que se encontra preservado no manto terrestre.

Pode-se dizer que o manto é bem misturado e mais ou menos igual em toda a sua extensão, ao invés de ser uma “sopa” de composições rochosas. O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Colúmbia (EUA), foi publicada na Nature Geoscience.

Vulcões: relação entre manto e magma ancestral

  • Isso significa que as estruturas localizadas nas profundezas do manto terrestre não seriam sinais de diferentes tipos rochosos, mas, sim, diferenças de temperatura em minerais de mesmo tipo;
  • A pesquisa observou centros de atividade de lava, que surgem como plumas ascendentes e que chegam à superfície pelos vulcões;
  • Sabe-se que Islândia, Havaí (EUA) e Samoa são locais com bastante atividade vulcânica. Cada um deles tem sua própria “variedade” de lava e elementos específicos;
  • Até então, os cientistas entendiam que o manto tinham vários reservatórios distintos, sendo que cada com seu tipo de rocha específico e que não se misturavam.

Reprodução/Foto-RN176 Lava terrestre teria vindo de um só magma ancestral (Imagem: Krafla Magma Testbed/Shutterstock)

Só que, com o que foi observado e descoberto, viu-se que o manto mistura as rochas de forma eficaz, com o magma sendo homogêneo e uniforme quando se forma, mas se tornando distinto quando emerge.

Vale lembrar: é impossível ver o manto inferior diretamente. Contudo, cada centro de atividade vulcânica tem sua própria assinatura química, e isso nos traz informações sobre sua história. Para isso, bastam três elementos: níquel, nióbio e crômio.

Cada um desses elementos se comporta de forma distinta conforme a lava surge no vulcão. Por exemplo, o níquel e o cromo se incorporam em cristais, mas em ritmo distinto, e porções líquidas não têm muitas concentrações deles. O nióbio, por sua vez, é o contrário: ele tende a ficar líquido.

Por meio de análises de suas proporções, pode-se saber qual lava foi mais modificada desde que foi originada e qual se aproxima mais do magma ancestral do manto.

Reprodução/Foto-RN176 Lavas de diferentes lugares têm diferentes composições (Imagem: Shutterstock AI/Shutterstock)

Essas tendências elementais apareceram em vários centros de atividade e mostram que cada lava se difere não por virem de locais distintos, mas, sim, porque passaram por mudanças enquanto chegavam à superfície por conta das rochas do manto superior e da crosta.

Mas, como dissemos, o manto profundo segue um mistério, já que é inacessível. Os cientistas debatem há anos o que as estruturas esquisitas encontradas próximas ao núcleo. Enquanto uns pensam que sejam rochas espaciais antigas, outros creem que são pedaços da crosta antiga da Terra levados pela subducção das placas tectônicas.

FONTE: OLHAR DIGITAL