Com coragem, promover uma grandiosa vitória

ROTANEWS176 10/02/2024 09:05                                                                                                                                CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUNANA                                                                                                                    Por Ho Goku

Capítulo “Brado da Vitória”, volume 30

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de pessoas para ilustrar a matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida

PARTE 1

Um extenso e ilimitado céu azul da esperança se estende no coração de um jovem, e nesse coração arde um incandescente sol da paixão. Nele se encontra a fonte de onde jorra a coragem e emana a criatividade infinita.

Os jovens são os protagonistas da nova era. Quais são suas aspirações? Com que seriedade eles estão se dedicando aos estudos, atuando com determinação e lapidando a si mesmos? — todo o futuro depende disso.

Após retornar das viagens à União Soviética, à Europa e à América do Norte, Shin’ichi estava fortemente decidido que era o momento certo para destinar todas as forças na criação e no desenvolvimento dos jovens.

Na noite do dia 10 de julho de 1981, foi realizada com grande entusiasmo a Convenção da Divisão dos Jovens Comemorativa dos 30 Anos de Fundação da Divisão Masculina de Jovens e da Divisão Feminina de Jovens, no Centro Cultural de Kansai, em Osaka, terra de contínuas vitórias.

Depositando sua mais sincera expectativa e esperança pelo revigorado avanço e atuação desses jovens líderes da geração subsequente, Shin’ichi enviou um longo telegrama de felicitação:

O caminho está sendo aberto, instante a instante.

O palco de vocês, jovens,

aproxima-se instante a instante.

Dedicando toda a minha força

e energia,

sem me importar

em perder a vida

por isso,

quero fazer com que subam

no glorioso palco do kosen-rufu.

Ninguém deve recuar,

ninguém deve se permitir

ser intimidado,

ninguém deve se subestimar.

A nossa Divisão dos Jovens da Soka Gakkai

chegou aos seus 30 anos.

E “levantar-se aos 30 anos”

são palavras do “antigo sábio”.

“Ó, jovens, levantem-se” —

esse era o brado de sua alma.

Rumo ao ano de 2001,

que nesses vinte anos,

os quais podemos

dizer que são

o verdadeiro palco,

de grande agitação e

turbulências —

esta época maravilhosa —

vocês possam construí-la juntos comigo, com bravura e brio.

Para que as pessoas os louvem para sempre, admirados

e encantados com tal feito.

Enfrentar e superar cada uma das questões que surgem diante dos olhos, eis o caminho da fulgurante vitória do novo século.

PARTE 2

O telegrama de felicitações de Shin’ichi Yamamoto encerrava-se da seguinte maneira:

Tanto os jovens dos

Estados Unidos

como os jovens da Alemanha,

bem como os jovens da Itália,

e também os jovens da França,

da Inglaterra,

do Sudeste Asiático,

todos se levantaram em prol da verdadeira paz.

Concluo minha mensagem,

orando e aguardando pela maravilhosa união,

pelo extraordinário desenvolvimento

e pela esplêndida história de sucessivas vitórias

dos meus verdadeiros companheiros da

Divisão dos Jovens do Japão.

Shin’ichi desejava que, em prol do princípio de que “kosen-rufu é a própria paz mundial”, os jovens Soka sobre a face da terra se unissem lado a lado e expandissem o princípio filosófico do renascimento humano da dignidade da vida como vanguardistas desse movimento.

Correspondendo a esse chamado, como juramento dos jovens, estava hasteada na parte de trás do salão uma faixa horizontal com os dizeres: “Começou a nova história do kosen-rufu —Vamos promover com coragem o avanço da vitória rumo ao ano de 2001!”.

E no Brasil, situado do outro lado do planeta, foi realizada no dia 11, a partir das 16 horas (horário local), na cidade de Foz do Iguaçu, a cerca de 20 quilômetros da grande queda d’água do Iguaçu, a 1a Convenção da Divisão Masculina de Jovens da América do Sul, que reuniu um total de mil membros do Brasil, Paraguai, Chile, Uruguai, Argentina e Bolívia.

Houve companheiros que participaram viajando por oitenta horas de ônibus fretado vindos de Belém, a maior cidade portuária da região amazônica.

Shin’ichi enviou palavras de felicitações também para essa atividade:

“De qualquer forma, o palco do século 21 será de vocês. Oro e aguardo do fundo do coração para que, atravessando todos os tipos de dificuldades, vocês recitem daimoku em voz alta, destaquem-se nos respectivos locais de trabalho, valorizem sua existência, zelem pela vida diária e se aprimorem no estudo do budismo, passo a passo, e mais outro passo, registrando na história da América do Sul seu grande desenvolvimento e sua árdua luta”.

Os jovens da América do Sul também se levantaram com vigorosa disposição ao chamado de Shin’ichi. Descortinava-se a era dos jovens.

PARTE 3

Houve um comunicado de falecimento repentino. À 0h53 do dia 18 de julho, o presidente Kiyoshi Jujo faleceu devido a um infarto do miocárdio, em sua residência, no bairro de Shinanomachi. Ele tinha 58 anos.

No dia anterior, Kiyoshi Jujo havia participado, junto com Shin’ichi Yamamoto, da convenção da Área Kita Tama, realizada no campo do Colégio Soka, na cidade de Kodaira, Tóquio. Na sequência, ele foi ao festival Eikosai, tradicional evento do ensino fundamental 2 e do ensino médio do Colégio Soka.

À noite, Shin’ichi convidou os líderes centrais como Kiyoshi Jujo e Eisuke Akizuki para ir à sua casa e juntos recitaram gongyo. Ao encerrar o daimoku e Shin’ichi transmitir a todos que os jovens do mundo estavam demonstrando um notável desenvolvimento, Jujo disse feliz e sorrindo: “O século 21 é muito promissor”. A conversa se animou.

Após sair da casa de Shin’ichi por volta das 22 horas, Jujo ainda dialogou com alguns líderes centrais antes de retornar à sua residência. Recitou daimoku em sua casa, tomou banho e foi repousar, mas disse que não estava se sentindo bem. Em seguida, como se estivesse dormindo, faleceu serenamente.

A nomeação de Jujo para presidente ocorreu em meio ao levantar das furiosas ondas da problemática do clero. Ele precisou conduzir o leme da Soka Gakkai obstinadamente, numa situação em que Shin’ichi havia se tornado presidente honorário e não podia nem sequer comparecer às reuniões ou proferir orientações. E ainda, as preocupações em relação às providências a serem tomadas contra as artimanhas de Tomomasa Yamawaki, o qual tentou manipular a Soka Gakkai a bel-prazer e foi preso em janeiro daquele ano por suspeita de extorsão, o consumira psicológica e fisicamente de modo contínuo. Embora tivesse uma saúde muito boa, o desgaste desses últimos dois anos havia fustigado penosamente seu corpo.

Para Shin’ichi, Jujo foi um companheiro que veio lutando junto com ele desde que eram jovens. Em março de 1954, quando Shin’ichi foi nomeado secretário da Divisão dos Jovens, ele foi membro da secretaria. Jujo era cerca de cinco anos mais velho que Shin’ichi, mas seguiu respeitando-o como veterano da prática da fé e, juntos, se levantaram à frente de todas as batalhas. E para Shin’ichi, ele era um “companheiro de luta” de confiança com quem veio compartilhando dificuldades e alegrias da batalha pelo kosen-rufu.

Quando Shin’ichi foi nomeado terceiro presidente, Jujo o escolheu como seu mestre, e veio se esforçando para ser um modelo de discípulo. Ele tinha profunda consciência de que é na relação de mestre e discípulo que estava a chave para promover o grande desenvolvimento do kosen-rufu e tornar eterna a Soka Gakkai.

PARTE 4

É provável que o falecimento de Kiyoshi Jujo aos 58 anos tenha sido prematuro. De fato, pode ter sido cedo. Contudo, com certeza ele devotou sua existência ao kosen-rufu, cumpriu totalmente sua missão e cerrou as cortinas de sua batalha em prol da Lei Mística neste mundo. Formado pela Academia Naval Japonesa, Jujo cantou muito a canção Douki no Sakura [Cerejeira dos Companheiros]. Foi um fim de vida bastante consoante com seu modo de ser, como as flores de cerejeiras se esvoaçam ao vento depois de máximo esplendor.

Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Após um breve momento, retornaremos ao domínio do sonho dos nove mundos, de nascimento e morte”.1 É um trecho que diz que nós, que abraçamos o ensinamento correto, depois que morrermos, após curto espaço, nasceremos novamente neste mundo e seguiremos atuando pelo kosen-rufu.

Shin’ichi, que foi na manhã do dia 18 à residência dos Jujo fazer uma visita de condolências, incentivou a viúva, Hiroko:

— Foi uma existência magnífica, concluída como bravo general do kosen-rufu. Não há dúvida de que Nichiren Daishonin o está louvando, e que o venerado mestre, Josei Todatambém o receberá de braços abertos. Peço que supere a tristeza, herde o espírito do seu falecido marido, e viva ao máximo pelo kosen-rufu também por ele. Essa postura será, sem dúvida, a mais suprema realização em memória dele. Peço-lhe que crie todos os seus filhos como dignos “valores humanos” do kosen-rufu. A felicidade da família do seu ente querido é o mais sublime caminho para saldar as dívidas de gratidão com ele.

Na tarde do dia 18, com o falecimento de Kiyoshi Jujo, foi realizada uma reunião extraordinária da diretoria. Nessa ocasião, o vice-presidente Eisuke Akizuki foi indicado para assumir como quinto presidente da Soka Gakkai, e a sua nomeação foi aprovada por unanimidade.

Akizuki tinha 51 anos e havia se convertido ao budismo em 1951. Ele contribuiu para a fundação da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) nos primórdios da Soka Gakkai, atuou como coordenador da Divisão Masculina de Jovens, coordenador da Divisão dos Jovens (DJ), e também trabalhou com edição do jornal Seikyo Shimbun, no qual exerceu o cargo de gerente da Divisão de Redação e de editor-chefe. Assumiu ainda funções centrais da organização como secretário-geral e vice-presidente.

Shin’ichi salientou que, sendo o sereno e compenetrado Akizuki, se podia esperar que ele evidenciasse ainda mais a sua força como eixo central da Soka Gakkai a qual tinha alcançado um grande desenvolvimento, e impulsionaria um sólido avanço adequado à nova era. Ele próprio também jurou fortemente em seu coração que zelaria ainda mais por todos e os apoiaria com todas as suas forças, muito mais que até então.

Nota:

  1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 860

Ilustração: Kenichiro Uchida

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO