Indicar onde estão seus pontos de prazer e ajudar a determinar o ritmo da movimentação do parceiro são atitudes essenciais; vejo os dez maiores erros dos homens no sexo oral
ROTANEWS176 E IG 29/04/2015 05:00 Por Raquel Paulino – especial
O sexo oral é uma parte importantíssima das preliminares para eles e para elas, seja fazendo ou recebendo. Mas muitas mulheres sofrem com um probleminha na hora do vamos ver: homens que não sabem como dar prazer a elas quando encaram a vagina.
“Já aconteceu de um ex-namorado me morder, foi horrível. E de outro fazer tudo tão mole que me peguei pensando no trabalho enquanto ele estava lá embaixo”, conta a analista de sistemas Vanessa Góes. Ela diz que, embora ache isso frustrante, não se importa muito, “porque com a maioria das minhas amigas acontece a mesma coisa”.
PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO; A FALTA DELA TAMBÉM
Além dessas situações constrangedoras, é comum os homens não se acertarem com a velocidade do ato. “Muitos têm uma ereção no meio do sexo oral e, com medo de perdê-la, partem imediatamente para a penetração. O problema é que o ritmo das mulheres é mais lento e, quando isso acontece, elas normalmente não chegaram ao clímax ainda. Acaba não sendo nada prazeroso, é um balde d’água fria”, explica a sexóloga Walkíria Fernandes.
Reprodução/Foto-RN176 Ficar parado no mesmo ponto, como quem faz o sexo oral na mulher por obrigação . Foto: Thinkstock/Getty Images
A sensual coach Geise Cavaliere observa a situação também pelo outro lado, o da falta de empenho. “Alguns homens sofrem de tranquilidade em excesso. São tão desleixados que o momento certo da mulher chega, passa e eles nem veem”, lamenta. E continua: “Qualquer que seja a modalidade, sexo exige energia. Se o parceiro não consegue ter libido no sexo oral, o caso pode ser até clínico”.
Mas tudo pode melhorar. Conhecendo o próprio corpo, sabendo falar com jeitinho e até mesmo negociando um pouco, não é tão difícil assim receber o melhor sexo oral da vida.
MASTURBAÇÃO É FUNDAMENTAL
Por mais entrosamento que um casal tenha, não há meio de o homem sempre adivinhar onde sua parceira sente prazer. “Mesmo que ele seja muito experiente, cada mulher é uma mulher, cada uma tem seus pontos. Se ele não acerta na intuição, cabe a ela, sim, indicar o caminho”, afirma Walkíria.
O primeiro passo, portanto, é de responsabilidade feminina: conhecer o próprio corpo. “A mulher tem que se tocar e entender o que ativa sua excitação para poder verbalizar isso”, orienta a sexóloga. Trocando em miúdos, é preciso se masturbar. Solte a imaginação e explore seus seios e seus genitais com os dedos ou com um vibrador. Pense naquele ator gostosão e, se for necessário, assista a um filme erótico para ajudar no clima.
DICAS NA CAMA, CONVERSAS FORA DELAS
Então ele está lá, aparentemente se esforçando, mas não chega ao ponto. Esta é a hora de dar dicas para direcionar a ação masculina. “Em vez de soltar um ‘não!’ ou de dar bronca, a mulher precisa ser gentil, até para não esfriar o clima. Vale dar as coordenadas mesmo, ‘um pouquinho mais para a direita’, ‘mais para cima’, ‘aí, fica aí’”, ensina Walkíria.
Isso é o máximo que se faz na cama. Conversas sérias sobre como melhorar o sexo oral devem acontecer fora dela. “Se há intimidade para uma DR sexual, o melhor é planejar um lugar privado para tê-la. Preparar um ambiente cheiroso, sensual, investir em beijos e carícias. O tom pode ser formal, de brincadeira ou até puxando o assunto por uma cena de filme, por exemplo”, sugere Geise, que alerta: “Mas lembre-se: quem chamou para conversar precisa estar preparada para ouvir”.
Reprodução/Foto-RN176 A mulher deve negociar quando o parceiro diz que não gosta de sexo oral Thinkstock/Getty Images
ELE DIZ QUE NÃO GOSTA? ABRA AS NEGOCIAÇÕES
Segundo Walkíria, é muito raro um homem não gostar de fazer sexo oral, mas pode acontecer. “O grande motivo de alguns dizerem que não curtem é cultural, porque foram ensinados que vagina é lugar de colocar o pênis, não a boca. Eles chegam a sentir repulsa pelo cheiro natural da mulher”, esclarece a sexóloga.
Nesses casos, a mulher pode começar a tentar uma aproximação atiçando os sentidos do parceiro. “Leve para a intimidade géis comestíveis cheirosos e os passe nos arredores da vagina. Tem sabores para todos os gostos, como morango, chocolate, champanhe. Aproveite o que o mercado erótico oferece”, recomenda Geise, que desaconselha o uso de produtos culinários. “Leite condensado, Nutella e afins podem agradar, mas também podem causar alergias”, justifica. Talvez ele se anime.
Se não funcionar muito bem, conversar e negociar pode ser uma boa ideia – só que sem forçar a barra. “Para alguns casais é a melhor saída, mas é preciso haver mais estímulos do que uma simples troca de ‘eu faço em você se você fizer em mim’. Se um dos dois fizer sexo oral no outro burocraticamente, apenas por obrigação, quem estiver recebendo nem sentirá prazer direito”, afirma Walkíria.
“Como charminho, a troca é sedutora, até estreita a intimidade entre o casal. Mas os dois têm que sair vencedores, e a troca não pode se tornar um vício a ser praticado a cada interação sexual”, finaliza Geise.