Como funciona a bomba nuclear?

ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 18/07/2023 10h20                                                                                        Por Wagner Edwards e editado por Bruno Ignacio de Lima

Artifício faz uso de substâncias perigosas e instáveis, as quais liberam alto nível de energia térmica que elimina tudo ao redor.

 

Reprodução/Foto-RN176 Reprodução: RomoloTavani/Getty Images

A bomba atômica (também conhecida como “bomba nuclear”) é uma arma de destruição em massa, desenvolvida e utilizada pela primeira vez durante a  Segunda Guerra Mundial em 1945. O artifício carrega substâncias extremamente perigosas e atua liberando uma enorme quantidade de energia, o que origina uma explosão capaz de destruir o que estiver no caminho. A seguir, confira mais informações sobre o armamento e como ele funciona.

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Como funciona uma bomba atômica

Reprodução/Foto-RN176 Bomba atômica “Little Boy” que atingiu Hiroshima Crédito: Acervo público dos EUA

As primeiras bombas atômicas a serem produzidas e utilizadas foram, respectivamente, a Little Boy e Fat Man. Ambas foram desenvolvidas pelos Estados Unidos e ateadas a duas cidades japonesas (Hiroshima e Nagasaki) em meio a Segunda Guerra Mundial, a fim de contra-atacar a nação rival. Embora cada bomba carregasse substâncias diferentes, sendo Urânio e Plutônio, o princípio de funcionamento era similar: no centro do projétil, há uma substância altamente instável que, ao ser bombardeada por várias partículas (como Nêutrons), provoca o rompimento de um átomo, libera energia e esta energia destrói o que estiver pelo caminho.

O átomo é uma unidade infinitamente pequena, considerada a menor porção de um elemento químico. Desta forma, todos os elementos químicos possuem seu próprio átomo, o qual carrega as características que utilizamos para classificar este elemento e diferenciá-lo dos demais. Dentro de cada átomo há uma quantidade específica de energia, e alguns elementos químicos possuem bastante energia. Assim, quando se coloca vários elementos químicos com muita energia em um mesmo lugar e você provoca a divisão (fissão) de um átomo, ele libera energia.

Reprodução/Foto-RN176 A fissão nuclear é o bombardeamento do núcleo de um átomo com nêutros, liberando muita energia térmica (Imagem: Reprodução/ Brasil Escola)

As bombas nucleares são construídas de tal forma que, além de abrigar estas substâncias perigosas (como Urânio e Plutônio), permitem que a fissão atômica aconteça: um átomo é dividido e libera energia, a qual servirá para partir outros átomos e liberar ainda mais energia, e no fim, toda essa energia acumulada é liberada no ambiente e oferece um poder incrivelmente destrutivo.

Além de eliminar o que estiver pelo caminho, as substâncias da bomba acabam se espalhando pelo ambiente, o que provoca a ploriferação da radiação: partículas que se espalham pelo local e contaminam o que tocam, como água, terra, árvores, animais, e pessoas. Nos casos mais “leves”, é possível sobreviver, mas com sequelas que podem ser transmitidas para filhos biológicos, visto que a radiação pode alterar o corpo humano a nível celular e causar mutação genética. Nos mais graves, causa a morte.

Qual o raio de destruição de uma ogiva nuclear?

Reprodução/Foto-RN176 Praticamente não restou edifício ou casa em pé após a explosão da bomba (Créditos: Acervo público)

O poder de destruição de uma bomba nuclear varia de acordo com a quantidade de substância colocada no armamento. A ciência mede este poder de destruição em quiloton e megaton: unidades de medida relacionadas à explosão de dinamites (TNT). Enquanto o quiloton equivale ao poder de mil toneladas de dinamite, o megaton corresponde a 1 milhão de toneladas de TNT.

Contudo, mesmo com todas estas informações, é muito difícil ter uma certeza clara da extensão de estragos que a bomba causaria. Isso porque há uma centena de fatores que podem contribuir ou evitar o estrago, como o clima no dia em que a bomba é lançada, a hora da detonação, as características geográficas do alvo, se ela explode no ar ou no solo, etc.

Reprodução/Foto-RN176 Mapa ilustra sobre o rastro de destruição ocasionado pela explosão da bomba atômica Little Boy em Hiroshima (Créditos: Nukemap e BBC)

Entretanto, o canal de ciência AsapSCIENCE, disponível no YouTube, oferece a seguinte informação: considerando uma ogiva de 1 megaton lançada em um dia claro, quem estivesse em um raio de 21 km de distância poderia experimentar uma cegueira instantânea, causada pela intensidade da luz da bomba, enquanto aqueles a 85 km ficariam temporariamente cegos durante uma explosão em uma noite clara; já para os que estivessem mais próximos, poderiam sofrer com queimaduras de primeiro grau a 11 km de distância, ao passo em que aqueles localizados até 8 km do centro da explosão sofreriam com queimaduras de terceiro grau, com risco alto de mortalidade. Veja mais informações aqui.

Para efeitos de exemplificação, a Little Boy, lançada na cidade de Hiroshima, era composta por Urânio-235 e uma potência estimada em 16 quilotons: ela foi acionada a cerca 570 metros do chão e criou uma nuvem de fumaça em forma de cogumelo que alcançou 18 km de altura. A explosão do projétil provocou uma temperatura de aproximadamente 300 ºC, a qual englobou um raio de destruição de 2 km. Isso sem contar com a nuvem radioativa, que contaminou as pessoas por perto e também as adoeceu ou matou.