IG/ESTAR E ROTANEWS176 25/04/2017 00:00
Saiber mais sobre a frequência cardíaca ajudará a determinar os limites do corpo durante o exercício físico e até mesmo em momentos do cotidiano
Calcular a Frequência Cardíaca Máxima (FCM) é fácil, rápido e imprescindível para saber os limites do seu corpo antes de começar a se exercitar. Para encontrar a sua, subtraia sua idade de 220. Por exemplo: uma pessoa de 35 anos deve fazer o cálculo 220 – 35 = 185. Assim, a FCM de uma pessoa de 35 anos é 185 bpm (batimentos por minuto).
Reprodução/Foto-RN176 É fácil, rápido e imprescindível que você saiba sua frequência cardíaca normal antes de fazer exercícios – Thinkstock/Getty Images
Outra fórmula bastante usada é a de Tanaka (freqüência cardíaca máxima = 208 – 0,7 x idade), segundo o personal trainer Luiz Carlos Py Flôres. “A partir do valor encontrado, é possível analisar a faixa de trabalho que devemos manter, de acordo com a prescrição de um profissional para o objetivo traçado. Por exemplo: para um trabalho aeróbico com queima de gorduras, a recomendação é manter a freqüência cardíaca entre 55 e 75% da freqüência cardíaca máxima (conhecida como “zone fat burn”)”, diz o profissional.
Exemplo de cálculos
Para calcular as frequências determinadas nos diversos níveis de exercícios indicados nas planilhas, basta usar uma regra de três simples. Voltando ao exemplo do começo da reportagem, 185 é igual a 100% da FCM.
Usando ainda o mesmo exemplo, veja como sua frequência deve se comportar em cada nível de esforço:
Caminhada Rápida: média de 55% a 60% da FCM. Ou seja, 102 a 111 bpm
Trote: média de 65% a 70% da FCM. Ou seja, 120 a 129 bpm
Corrida leve: média de 75% a 80% da FCM. Ou seja, 139 a 148 bpm
Corrida moderada: média de 85% a 90% da FCM. Ou seja, 157 a 166 bpm
Corrida intensa: acima de 95% da FCM. Ou seja, 175 bpm
Como medir os batimentos cardíacos?
Luiz Carlos indica o uso de frequencímetro para medir seus batimentos cardíacos . “Os monitores são bastante úteis especialmente durante as atividades aeróbicas. Para ter ideia, alguns medem até quanto tempo o aluno se manteve na faixa prescrita ou a quantidade de calorias gastas”, afirma.
Reprodução/Foto-RN176 Você pode medir os batimentos cardíacos no pescoço ou no punho – Arquivo
Mas se você não tiver o aparelho, é simples medir seus batimentos. Veja onde localizá-los e como calcular o bpm.
No punho
Coloque os dedos indicador e médio esticados sobre a parte interna do punho, logo abaixo da base do polegar. Pressione firmemente com os dedos esticados até sentir a pulsação.
No pescoço
Posicione os dedos indicador e médio na parte macia e oca da lateral do pescoço. Pressione firmemente até sentir a pulsação.
Ao encontrar o pulso
Conte os batimentos por 10 segundos e multiplique por 6. O resultado é o número de batimentos por minuto.
O que é frequência cardíaca?
Mas afinal, o que é a frequência cardíaca? Para o cardiologista do Hospital Sírio Libanês João Vicente da Silveira, esse é o valor referencial que determina quantas vezes o coração bate por minuto, ou seja, quantas vezes o coração contrai em 60 segundos.
Qual é a frequência cardíaca normal?
Silveira explica que em adultos normais varia de 50 a 100 batimentos por minuto e em crianças a frequência é mais elevada, chegando até 140 bpm.
Quando é preciso monitorar a frequência?
Reprodução/Foto-RN176 Confira sua frequência cardíaca normal quando estiver em repouso – Shutterstock/Viajar pelo Mundo
O Dr. Marcelo Sobral afirma que em casos de prática esportiva, é importante o monitoramento para evitar que a frequência aumente demais e a pessoa sofra com mal súbito. “Ou se o paciente tiver algum tipo de arritmia que necessite de monitoramento”.
O Dr. João Vicente da Silveira complementa, explicando que na prática de exercícios aeróbicos o acompanhamento dos batimentos cardíacos é essencial, pois eles indicam se a intensidade da atividade é adequada para manter um nível seguro para o organismo. “Com esse controle, pode-se demonstrar problemas do ritmo cardíaco como são chamadas as arritmias cardíacas e detectar a necessidade de usar medicamentos para tratar um problema mais serio do ritmo cardíaco”, explica Silveira.
Por que devemos ter cuidado com os batimentos cardíacos?
Quem nunca ficou preocupado ao perceber o coração acelerado depois de tomar um susto, ou se movimentar repentinamente? A mão logo vai em direção ao peito, em tentativa de ver como estão os batimentos. Por estar diretamente relacionada à quantidade de sangue que o órgão manda para o corpo precisamos ficar atentos quando isso acontece.
Ter os batimentos cardíacos mais rápidos depois de uma atividade física é normal, mas isso não pode acontecer quando se estiver em repouso.
Em entrevista com o cirurgião cardíaco Marcelo Sobral, ele explica que a quantidade de sangue que precisamos que circule no corpo chama-se debito cardíaco, que é a multiplicação da frequência cardíaca pela quantidade de sangue que sai do coração. Em uma situação em que a pessoa esteja sem se movimentar, por exemplo, deve-se considerar a referencia normal, que é de 50 a 100 bpm. “Se a frequência cardíaca estiver baixa, o corpo irá receber uma quantidade de sangue menor do que deveria”, pondera Sobral.
O contrário também é preocupante. Se os batimentos estiverem menores do que 60 bpm também é aconselhável ajuda médica.
Mulheres tem frequência cardíaca mais alta
O cirurgião explica também que as mulheres tendem a ter a frequência um pouco mais alta que os homens. No entanto, em um estudo feito pelo Departamento de Medicina do Hospital Beth Israel em Boston, Massachusetts, foi constatado que, em repouso, se a frequência estiver acima de 76 bpm para mulheres, isso pode significar que elas terão uma maior probabilidade de sofrer de doenças cardíacas futuras.
“A cada aumento de 10 batimentos na frequência cardíaca de repouso, o risco de doença cardíaca aumenta”, revelou o estudo.
Para tentar reduzir a frequência, a pesquisa sugere a perda de peso, evitar a ingestão de gordura e aderir ao exercício físico. “Mulheres que se exercitam diminuem o risco de problemas cardíacos futuros”, afirma o estudo.
Taquicardia
Quando alterações elétricas ocorrem no corpo, elas modificam o ritmo do coração. E são conhecida também como arritmias cardíacas. Ao ter uma frequência maior do que 100 bpm, essa arritmia pode ser chamada de taquicardia.
Geralmente, isso acontece em resposta a alguma reação do corpo por conta de uma situação passageira, como por exemplo, em momentos de ansiedade, estresse, perda de sangue ou na realização de exercício físico muito intenso. Alguns alimentos também despertam essa reação, como o chocolate e o café.
Mas, nos casos mais sérios, a taquicardia pode ser um sintoma para alguma doença, como o hipertireoidismo, a pneumonia, tromboembolismo pulmonar, doença cardíaca valvar, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia e até alguns tumores.
“Quem sofrem com algum distúrbio na parte elétrica, como o distúrbio da super excitação, em que qualquer estimulo gera uma frequência alterada e pode subir muito e causar uma arritmia grave”, afirma o Dr. Marcelo Sobral.
Além da sensação do coração acelerado, tonturas, desmaios, falta de ar e fadiga podem acontecer. Por isso, é indicado a procura de ajuda médica nesses casos. O especialista irá analisar o histórico somado ao quadro do paciente para poder dar o diagnóstico, que geralmente é confirmado com um exame chamado eletrocardiograma. O tratamento vai depender de como o médico avaliou a causa do taquicardia.
Como normalizar?
Para tentar diminuir o ritmo do coração acelerado, há algumas medidas que podem ajudar a normalizar os batimentos cardíacos. Siga as instruções abaixo.
Reprodução/Foto-RN176 Respire lentamente, inalando o ar pelo nariz e soltando pela boca. Foto: shutterstock/Reprodução
Bradicardia
Já, quando os batimentos estão mais fracos, ou seja, lentos e até sem ritmo, geralmente menores do que 60 bpm, o coração fica incapaz de bombear o sangue rico em oxigênio suficiente para o seu corpo durante atividades normais ou exercícios
“A consequência de uma frequência cardíaca baixa é que a pessoa pode sofrer de mal súbito, pode desmaiar ou o coração até parar. E se estiver muito alta a pessoa pode desenvolver uma arritmia, e alguns casos isso pode ser fatal”, alerta Sobral.
A bradicardia pode causar os mesmos sintomas da taquicardia: tontura, falta de ar, cansaço extremo e até desmaios. Geralmente, essa alteração pode acontecer por conta de defeitos cardíacos hereditários, algumas doenças ou medicamentos para o coração, bloqueio cardíaco ou até mesmo o processo natural de envelhecimento. Pessoas com mais de 65 anos podem ter esse tipo de ritmo cardíaco. É importante a consulta com um médico para um diagnóstico mais apropriado.
“Doenças no coração, principalmente as que afetam o eixo elétrico, em pessoas idosas ou pessoas que sofram com doenças cardíacas congênitas a frequência cardíaca pode ser bem baixa, por isso é preciso atenção”, explicou o médico.