COMPORTAMENTO
ROTANEWS176 E POR DELAS 11/10/2018 12:10 Por Gabriela Brito
Leitora revelou já ter passado por uma histerectomia e a menopausa, o que gerou alguns sintomas desagradáveis, prejudicando suas relações sexuais
Ter uma relação sexual prazerosa depende de diferentes fatores, como segurança na hora do sexo, tranquilidade, intimidade e, principalmente, a lubrificação vaginal no caso das mulheres. Quanto mais molhada a mulher estiver, mais fácil será a penetração. Porém, caso a região não esteja tão bem lubrificada , o ato sexual pode gerar até mesmo machucados e muita dor.
Reprodução/Rota-RN176 Menopausa é um dos motivos pelos quais as mulheres sofrem problemas com a lubrificação vaginal na hora do sexo
Uma leitora do Delas revelou que já passou da menopausa e não tem mais desejo, além de se sentir ressecada, o que gera desconforto na relação. O problema da falta de lubrificação vaginal e desejo acomete muitas mulheres, mas nesse caso específico pode estar relacionado à menopausa. Mas não só isso, já que a leitora também contou que não tem útero há anos.
De acordo com a ginecologista e sexóloga Erica Mantelli, a histerectomia, que é a cirurgia de retirada do útero , pode ser indicada em diferentes casos, como por conta de miomas muito grandes, câncer, infecções graves, depois de hemorragia severa pós-parto ou alguns casos de adenomiose e endometriose, por exemplo.
“A histerectomia pode ser total ou parcial. A total é a retirada do corpo uterino e também o colo do útero. A parcial é a retirada do corpo do útero e a mulher permanece com o colo do útero. Além disso, dependendo do motivo da cirurgia, pode ser realizada ou não a retirada das tubas e dos ovários. Em mulheres jovens, antes da menopausa, é indicado preservar os ovários, para que as mesmas continuem apresentando a produção hormonal.”
Nos casos em que a mulher retira totalmente o útero, colo e os ovários, a especialista explica que a mulher passa a sofrer, além da menopausa cirúrgica – ausência de menstruação porque agora está sem o útero –, as consequências da retirada precoce do seu ovário e com isso apresentar também outros incômodos por falta de hormônios.
Falta de lubrificação vaginal não é único problema
Reprodução/Rota-RN176 Falta de lubrificação vaginal não causa problemas apenas no sexo, e a mulher pode ter dificuldade em alguns exames
Os sintomas gerados pela retirada do útero são diversos, podendo causar um impacto bastante significativo na vida da mulher.
“Além de que também pode comprometer a qualidade da saúde óssea, por conta da diminuição da progesterona que ocorre com a cirurgia da retirada do útero associada com a dos ovários. Esses sintomas são mais intensos quando há, além da retirada do útero, extração dos ovários”, explica Erica.
Confira quais são as consequências mais comuns da histerectomia:
- Ressecamento do canal vaginal e diminuição da lubrificação;
- Atrofia na região genital;
- Surgimento de fogacho, que são calores repentinos;
- Alterações no sono, humor e libido, que é o desejo sexual.
“Se a mulher apresentar falta de lubrificação vaginal pode atrapalhar não apenas na hora da relação sexual, mas também exames ginecológicos , quando tem que fazer um ultrassom transvaginal, por exemplo, e na avaliação médica pelo ginecologista, na hora de colocar o espéculo, que é aquele aparelho que abre o canal vaginal para poder visualizar as paredes vaginais e o colo do útero, algo que pode gerar um desconforto.”
Por conta disso, é importante que o ginecologista tenha plena atenção nas queixas da paciente para poder fazer uma prevenção e indicar o melhor tratamento para cada caso, alerta a especialista.
Como tratar o ressecamento vaginal?
Reprodução/Rota-RN176 Não só os lubrificantes podem ajudar no caso de falta de lubrificação vaginal, já que existem tratamentos pra isso
No e-mail que a nossa leitora enviou, ela questiona qual é um bom lubrificante para evitar os problemas da falta de lubrificação vaginal. Para a hora da relação sexual em si, explica Erica, um médico pode indicar qual é o mais adequado para cada paciente. Mas ela alerta que o alívio gerado é apenas momentâneo. “O ideal é fazer um tratamento para combater esse ressecamento vaginal e possíveis dores na hora da relação e do exame ginecológico.”
Para o tratamento do ressecamento vaginal é indicado:
- Uso de medicação tópica, ou seja, no canal vaginal, que pode ser a base de hormônio ou não;
- Hidratantes vaginais específicos para região genital para hidratar as células vaginais;
- Uso de hormônios na região genital ou transdérmico, dependendo de cada caso;
- Fisioterapia pélvica indicada pelo ginecologista;
- Laser vaginal, que melhora a produção de colágeno, a circulação de sangue na região e atua tanto na parte de musculatura quanto de mucosa, deixando a região livre de dor e desconforto, principalmente na hora da relação.
Lembrando que independentemente do tratamento é essencial ouvir sempre a opinião de um especialista de confiança. Além de a pessoa evitar riscos de fazer algo que não seria indicado, muitas vezes o próprio tratamento gera medos e inseguranças, então ter alguém em quem confiar é o ideal. No caso da nossa leitora, por exemplo, ela chegou a usar um hormônio para tratar os sintomas que tem sentido, mas parou porque ouviu dizer que dá câncer.
A ginecologista explica que, sim, existem alguns hormônios que podem aumentar as chances de um câncer, mas para quem já tem o fator de risco e um histórico presente de câncer, por exemplo. “Por isso, é sempre importante o médico avaliar, e, antes de iniciar uma terapia hormonal, a mulher deve realizar um check-up e verificar a possibilidade de doenças oncológicas responsivas ao hormônio e também afastar o risco de trombose.”
Reprodução/Rota-RN176 Conversar abertamente com o parceiro sobre o problema na lubrificação vaginal também pode ajudar o casal no sexo
A especialista explica ainda que existem critérios de uso ou não da terapia hormonal, mas que hoje em dia os hormônios são diferentes do que os utilizados no passado, quando os riscos eram maiores.
“Hoje são usados hormônios que possuem a molécula bioquimicamente igual ao que é produzido pelo organismo, por isso é um tratamento mais seguro, com menos efeitos colaterais e com mais benefícios que riscos.
“Porém, sempre é importante ser indicado por um ginecologista atualizado e que use essa linha de hormônio mais adequado e com menos efeitos colaterais. Tudo é questão de avaliar risco e benefícios, tem paciente que tem indicação de usar e tem outros que não devem utilizar.”
Além disso, Erica também indica suplementação individualizada para tratar sintomas como a falta de lubrificação vaginal. Outra possibilidade é o uso de medicamentos fitoterápicos e naturais, que em dose adequada conseguem também aliviar muitos desconfortos.
“É importante conversar com o médico, além do que é fundamental manter o foco na alimentação com uma orientação nutricional adequada , otimizando o nível de nutrientes e melhorando também a saúde da mulher”, completa.
Tem alguma dúvida sobre sexo, sexualidade ou posições sexuais? Faça como a leitora que nos mandou o questionamento sobre lubrificação vaginal e entre em contato conosco pelo email sexo@igcorp.com.br . Nós traremos uma especialista para respondê-la com sigilo total!