ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 02/07/2022 10:09 RELATO DA REDAÇÃO
Michel vive uma juventude que brilha e irradia esperança
Reprodução/Foto-RN176 Michel Santos da Silva,Vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ da Sub. Minas Gerais, CRE Leste.
Uma jornada sem arrependimentos, e de muita boa sorte. Assim o carioca, criado em Minas Gerais, Michel Santos da Silva, 35 anos, resume seu sentimento ao dividir sua história com os leitores do Brasil Seikyo. Cada dia tem sido um pontinho marcado em sua lista de realizações, e perspectivas brindadas de renovada esperança. Estudo, trabalho e família estão sendo harmonizados em meio a uma atuação sem medir esforços. Atualmente, é vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens da Sub. Minas Gerais e responsável pela Região Metropolitana Norte de Minas. Lidera ainda a banda masculina Taiyo Ongakutai da CRE Leste. Sem medo de ser feliz.
Michel reconhece a boa sorte como o fato de nascer numa família budista, dentro da Soka Gakkai. A mãe, Lourdes Maria Santos da Silva, iniciou a prática no Rio de Janeiro, cerca de três anos antes. Na época, além de estar desempregada, familiares distantes, teve o apartamento invadido por assaltantes, não sobrando quase nada. Em meio a tudo isso, ela reencontra uma antiga amiga que estava transformando a vida por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Então, ela comprova a força da oração em poucos meses e decide se converter ao budismo. Logo depois, conhece Jorge Rafael, e o inspira a praticar. Eles se casam em uma cerimônia budista.
Reprodução/Foto-RN176 Michel com a esposa, Cristina e a filha Lívia – Fotos: Arquivo pessoal
Em 1993, com o falecimento do avô materno de Michel, a família se muda em apoio para Belo Horizonte, MG. Ele estava com 6 anos, e a irmã Michelle, com 5. “Seguimos na prática, desafiando a situação financeira desfavorável. Meus pais trabalhavam inicialmente como camelôs em eventos esportivos e morávamos em uma das comunidades mais perigosas da cidade”, relembra o jovem. Nessa mesma ocasião, o irmão mais novo da sua mãe, Vanderlei, veio morar com eles, convertendo-se ao budismo também.
Os pais desafiam o cenário de vida e investem nos estudos dos filhos. Matriculam Michel e a irmã em escolas públicas distantes de melhor nível, com impacto nos custos. “Sempre fui dedicado aos estudos, aproveitei todas as chances.”
A residência da família era oferecida na época para as reuniões de bloco, tendo os pais de Michel como responsáveis. Aos 12 anos, “essa era a parte complicada, já que eu não tinha interesse nenhum”, confessa Michel.
Reprodução/Foto-RN176 Imagens do casamento, junto com a sua família e a de sua esposa – Fotos: Arquivo pessoal
O apoio dos seus líderes chega na hora certa e, aos poucos, o jovem se convence e aceita participar de um dos encontros de grupo de formação do Taiyo Ongakutai de Belo Horizonte. “Foi marcante. Eram cerca de quatro membros, que tocavam apenas uma música, Hino de Minas Gerais. Achei meio desorganizado e musicalmente bem fraco. Mesmo com tudo isso, amei a atividade! Senti a alegria em cada um, o forte desejo de fundar o grupo na região e corresponder ao Mestre.”
Daquele dia em diante, não perdeu nenhum ensaio da banda. Encontra-se também na missão como jovem valor na organização de base. Aos poucos, vence a timidez, aprende a lidar com pessoas diferentes e fortalece, com a prática, a coragem e a determinação. “Aprendi na Gakkai que tudo era possível, que eu era capaz de realizar todos os meus sonhos, independentemente das minhas circunstâncias momentâneas.”
Michel comprova a força da oração e ação em diversos aspectos da sua vida. Forma-se em ciência da computação e em engenharia eletrônica, por duas renomadas instituições acadêmicas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), respectivamente.
Reprodução/Foto-RN176 Momento da formatura da Academia da DMJ da Sub. Minas com participação do núcleo do Taiyo Ongakutai – Fotos: Arquivo pessoal
Além disso, aplicando o que aprende na organização, empenha-se ao máximo no período de estágio, conquistando posto efetivo em uma grande multinacional da área de telecomunicações. “Fiz dois intercâmbios (de três meses cada), um na Inglaterra e outro no Canadá, o que para mim era um sonho”, celebra.
Impossível, jamais!
Em 2015, Michel era o responsável pelo Distrito Estrada Real quando é lançada a “luta dos 50”, a chance de se unir aos membros na grandiosa onda de inspirar os amigos para que se tornem felizes, apresentando-lhes o budismo (shakubuku). O distrito abrangia mais ou menos dez cidades, a mais próxima a cerca de duas horas e meia de carro de Belo Horizonte e a mais distante a cerca de seis, fronteira com o Rio de Janeiro. O resultado da união de forças com seus companheiros, os quais considera como se fossem da família, se revela em março do ano seguinte, na concretização de 51 famílias felizes e vitoriosas. “Foi incrível, principalmente a felicidade de cada membro, líder e recém-convertido. No mesmo ano, alcançamos mais de 120 shakubuku dentro da então Área Zona da Mata.”
Vencer renova a determinação para próximos sonhos. Em 2017, nova conquista para Michel, que segue para o Japão em grupo de aprimoramento da banda que o acolheu desde menino. “Foi uma oportunidade única, de treinamento, de representar meus companheiros e de viver ainda mais intensamente a relação de mestre e discípulo. Nosso grupo foi denominado ‘Sol do Amanhecer Soka do Brasil’.”
Reprodução/Foto-RN176 Com os companheiros do grupo de curso de aprimoramento do Taiyo Ongakutai, Japão, em 2017 – Fotos: Arquivo pessoal
No mesmo ano, assume como responsável pela RM Norte de Minas, localidade em que o bloco mais próximo fica a cerca de 160 quilômetros de distância de sua residência, e o mais distante, a 812 quilômetros (são mais de 34 cidades). “Confesso que, a princípio, senti insegurança. Mas logo me lembrei da mensagem que recebemos de Ikeda sensei na despedida do grupo no Japão, por meio da qual ele solicita que recitássemos daimoku do juramento seigan para expandir nossa própria condição de vida e que, mediante diálogo sincero e corajoso, expandíssemos com nossos próprios pés a rede Soka de solidariedade. Agora era minha vez.”
Dedicação nos fins de semana e buscando reverter os quadros de baixos resultados e carência de líderes, especialmente da Divisão dos Jovens (DJ), na localidade. Com base nos incentivos que recebeu diretamente de Ikeda sensei, decide vencer infalivelmente. “Sem dúvida, foi uma oportunidade maravilhosa que recebi. Eu me desenvolvi muito como ser humano ao lado de companheiros fantásticos. Aos poucos, esta organização passou a ter os melhores resultados e é um dos meus maiores orgulhos.”
Em 2019, vem o objetivo da academia da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Na Sub. Minas Gerais, o objetivo foi o de sensibilizar cem jovens rapazes para o grandioso movimento de paz promovido pela BSGI no Brasil inteiro. Para Michel, dois grandes desafios: realizar presencialmente a atividade nas localidades, sendo necessário viajar praticamente todo fim de semana, e justamente ser o ano do seu casamento. Nada foi empecilho. “Tenho a boa sorte de afirmar que encontrei uma verdadeira companheira de prática, Cristina Bueno. Ela é da terceira geração de budistas da família dela. Não apenas me incentivou em todos os momentos, como também cuidou praticamente dos preparativos sozinha com um sorriso no rosto. Meu casamento foi maravilhoso e, no fim do ano, pudemos bradar para Ikeda sensei que concretizamos 101 formandos.”
No início da pandemia da Covid-19, Michel continua o acúmulo de boa sorte na vida. Mesmo em um momento desfavorável mundialmente, conquistou a casa própria da família. A esposa engravida. “Não tive nenhum problema financeiro. Além disso, pude aproveitar cada dia da gravidez da minha companheira, já que passamos a trabalhar remotamente.”
Em 2021, nasce Lívia Bueno, a princesa tão aguardada, com bastante saúde. O desenvolvimento não pode parar, defende Michel, que decide voltar a estudar, desafiando as circunstâncias tanto financeiras quanto de cansaço. Atualmente, faz mestrado profissional no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), na área de computação aeronáutica.
Reprodução/Foto-RN176 Integrantes do curso de aprimoramento da RM Norte de Minas – Fotos: Arquivo pessoal
“Hoje, minha família está muito feliz. Meus pais, apesar de separados, têm uma convivência amigável e ambos praticam o budismo. Minha irmã mais nova formou-se em psicologia e mora em Toronto, CA, trabalhando em uma multinacional. Vanderlei é responsável pela comunidade junto com a esposa e, em 2020, tornou-se pai. Este ano, minha esposa e eu realizamos também o sonho de levar minha mãe e a mãe dela aos Estados Unidos.”
Apesar de todo o desafio de conciliar as atividades da Gakkai, a família e o estudo, Michel se sente muito feliz e determinado a dar o seu melhor em tudo. “Agradeço sinceramente a todos os que me apoiam nessa jornada de juventude que considero meu maior tesouro. Encontrei companheiros maravilhosos e um mestre da vida que, com suas orientações, me guiou para vitórias essenciais. Tenho uma esposa fantástica e agora uma filha para encaminhar na vida.”
Michel termina seu relato com um trecho do escrito As Barragens da Fé, do buda Nichiren Daishonin, que diz:
Apesar de a barragem entre os campos de arroz seja resistente, se uma formiga cava um orifício de um lado a outro, com o tempo, a água escoará e esvaziará o arrozal. Tire do barco de sua vida a água salgada da calúnia e da descrença, e solidifique as barragens de sua fé.1
Michel Santos da Silva, 35 anos. Engenheiro. Vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ da Sub. Minas Gerais, CRE Leste.
Nota:
- Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 654, 2019.
Fotos: Arquivo pessoal