Como você está?

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 10/03/2023 14:18                                                                  ESPECIAL DA REDAÇÃO DO JBS   

A nobreza do coração em incentivar o próximo e em despertar o potencial ao concretizar o shakubuku.

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenhos de bustos de pessoas de ilustração da matéria

A pergunta do título pode ser (para alguns) um tanto difícil de ser respondida. Já para outros, nem tanto. O importante, no final, é estarmos dispostos a revolucionar e redirecionar nossa vida para um dos objetivos fundamentais como praticantes budistas: a revolução humana.

Praticamos o Budismo Nichiren, ensinamento que nos habilita a manifestar a esperança, a coragem, a decisão e, acima de tudo, a vencer em qualquer ponto da nossa vida. O presidente Ikeda, em seus incentivos, faz despertar esses pontos para que possamos triunfar.

Em um ensaio, Ikeda sensei conta como venceu seus sofrimentos:

No percurso de uma longa vida, há épocas agradáveis como o sol da primavera. Há também épocas em que temos de lutar contra a rigorosidade e o frio do inverno. Lutar contra as dificuldades — talvez isso seja a noite de inverno em nossa vida. Eu passei por esses problemas quando jovem. Também sempre desejei receber tudo isso na juventude em vez de na velhice. Hoje, agradeço de todo o coração por ter vivido todos esses sofrimentos. Por essa razão, agora posso preocupar-me com as dificuldades dos meus semelhantes. Jamais devemos recuar diante das dificuldades. É nessas horas que devemos suportar a rigorosidade a qualquer custo e exercitarmos a nós próprios. Qualquer que seja a situação ou seu passado, a estrela que visa construir seu futuro está dentro de vocês. Venham tempestades! Avancem ondas furiosas! Não faz mal, basta vocês estarem decididos a irradiar o brilho de sua prática da fé. Neste mundo, com certeza, existem pessoas com maiores sofrimentos que os nossos. Quero dizer a essas pessoas do fundo do coração: “Não desanime! Tenham uma forte e saudável prática da fé!” Isso não se restringe apenas às doenças. Qualquer que seja o sofrimento, sempre há chances para resolvê-lo. O importante é avançar com esperança, sempre.1

Vencer com esperança

Uma das características da nossa organização é o calor humano. Esse incentivo com um sorriso no rosto, uma palavra incentivadora, consegue mudar o rumo da vida de quem está sofrendo, por exemplo. Propagamos o budismo da esperança, isto é, promover uma filosofia humanística, cujo intuito é construir um mundo de paz e harmonia entre as pessoas. O propósito das atividades da SGI é o incentivo por meio do diálogo.

Ao falar sobre a postura de Nichiren Daishonin, Ikeda sensei afirma:

Uma pessoa poderia expor um ótimo ensinamento enquanto permanece em um lugar confortável e seguro, mas isso não é budismo. Um buda vive entre as pessoas, aflige-se e sofre junto com elas, e compartilha seus risos e suas esperanças. Essa era a postura de Daishonin.2

Tudo começa com uma nova atitude. Em nossas reuniões, por exemplo, temos o momento oportuno para relatar nossos desafios e vitórias, ouvir incentivos e recitar daimoku juntos para ultrapassar determinada questão que nos impede de crescer. As atividades da organização e a apresentação do Budismo Nichiren para todos fazem com que propaguemos, de fato, o kosen-rufu.

Quando prezamos uma pessoa, criamos um ambiente favorável para a vitória. Mas que ambiente é este? É o ambiente da Soka Gakkai regado de calor humano, assim como sensei frisa: “Nossa vida diária é cheia de oportunidades para desenvolvermos a nós próprios e aos que estão ao nosso redor. Cada uma das interações com os outros — o diálogo, o intercâmbio e a participação — é uma chance inestimável para a criação de valor”.4

Sou feliz e farei outra pessoa feliz

O termo shakubuku significa “submeter à refutação”. Shaku vem da palavra hashaku, que se refere a “refutar” (os ensinamentos heréticos ou as visões errôneas sobre a vida), e buku deriva da palavra kuppuku (puku pronuncia-se também buku) e quer dizer “submeter” (ao verdadeiro ensinamento ou à verdade sobre a vida). Shakubuku é, portanto, um ato de benevolência; é o ato de refutar o mal e de submeter a pessoa ao bem.

O presidente Ikeda nos direciona sobre a importância de propagarmos o budismo:

É um grande erro supor que shakubuku significa forçar alguém a assumir a fé. Fazer shakubuku é essencialmente falar a verdade. Uma vez que o Sutra do Lótus fala a verdade, é chamado “Sutra do Shakubuku”. Agora, nos Últimos Dias da Lei, todos os nossos esforços para falar às pessoas sobre o Nam-myoho-renge-kyo — a essência do Sutra do Lótus — e propagá-lo, constituem-se no shakubuku. Ao limpar a casa, por exemplo, tanto faz se uma pessoa a limpa vigorosamente ou num ritmo mais calmo, contanto que o objetivo principal de limpar seja concretizado. Shakubuku não significa sair para uma luta. Shakubuku tem de ser um ato de completa benevolência”.5

A partir da nossa sincera ação, mesmo que uma única ação, caminhamos rumo à felicidade absoluta e à transformação total em todos os campos da nossa vida. Experimentemos, cada vez mais, a alegria da prática da fé. Sejamos o sol que ilumina tudo e a todos e que possamos sempre responder à pergunta “Como você está?” da forma mais pura e convicta: “Eu estou ótimo!”.

Trechos de incentivos3 do presidente Ikeda para auxiliar na concretização do shakubuku

A base fundamental da propagação budista é a oração. Gostaria de confirmar alguns pontos importantes da prática do shakubuku, que é o ato de falar sobre o budismo com os amigos a fim de plantar as sementes da felicidade.

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Mesmo quem já realizou vários shakubuku ao longo de muitos anos, necessita de coragem para dialogar sobre o budismo e criar novas amizades. Ainda que o ouvinte não compreenda o budismo imediatamente, devemos transmitir com convicção a filosofia da esperança. A voz que promove o shakubuku equivale à voz que executa o supremo trabalho do buda!

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O melhor caminho para tocar o coração das pessoas é desejar sinceramente a felicidade delas. Falar diretamente e com o cora­ção aberto possui uma grande força para produzir resultados.

Incentivos de Ikeda sensei para aquecer (ainda mais) nosso coração

Sozinho, o ser humano é fraco, pois seu coração é volúvel. É uma tendência da natureza humana esquecer decisões e juramentos com o tempo. É exatamente por isso que os companheiros e a Gakkai são tão importantes. Todos devem se unir, ter consideração um pelo outro e seguir incentivando-se decidindo no coração: “Não vou deixar ninguém de fora” e “Não ficarei de fora”.6

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O esforço para considerar o sofrimento da outra pessoa como se fosse o nosso e o daimoku para que juntos superemos esse sofrimento criam um laço de vida a vida. Por meio desse laço, uma pessoa toca o coração de outra.7

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Em primeiro lugar, comece com uma oração sincera. A seguir, continue com uma ação concreta para que essas orações se tornem realidade. Se assim fizer, sua prática budista será um brilhante exemplo de “a fé se manifesta na vida diária” e “a fé conduz diretamente à felicidade”.8

Notas:

  1. Brasil Seikyo, ed. 1.559, 10 jun. 2000, p. C1.
  2. Terceira Civilização, ed. 541, set. 2013, p. 16.
  3. Idem, ed. 2.180, 18 maio 2013, p. A4.
  4. Brasil Seikyo, ed. 1.374, 13 jul. 1996, p. 3.
  5. Idem, ed. 1.412, 3 maio 1997.
  6. Idem, ed. 2.271, 11 abr. 2015, p. B4.
  7. Idem, ed. 1.391, 13 nov. 1996, p. 3.
  8. Idem, ed. 1.561, 24 jun. 2000, p. A3.

Ilustração: GETTY IMAGES