ROTANEWS176 E POR AFP 11/11/18 09:42
Reprodução/Foto-RN176 Foto de 18 de janeiro de 1919 mostra encontro em Paris entre o britânico Lloyd George (E), o italiano Vittorio Orlando (2º a partir da E), o francês Georges Clémenceau (2º D) e o americano Woodrow Wilson – AFP/Arquivos
De Woodrow Wilson a Mustafa Kemal Atatürk, passando por Lenin e Clemenceau, alguns líderes políticos foram decisivos depois da I Guerra Mundial.
– Woodrow Wilson (1856-1924) –
Presidente (democrata) dos Estados Unidos desde 1912, Wilson fez campanha para reeleição em 1916 a favor da neutralidade americana, apesar do financiamento de Washington aos aliados.
A decisão da Alemanha de declarar a chamada guerra submarina, atacando inclusive navios de países neutros, levou Wilson a entrar na guerra em abril de 1917.
Em 1919 participou pessoalmente nas negociações de paz, se pronunciou a favor do direito dos povos a decidir seu futuro e impôs a criação da Sociedade das Nações (SDN) como parte do Tratado de Versalhes. O Senado americano se recusou a ratificar o Tratado de Versalhes e os Estados Unidos ficaram de fora da SDN.
– Georges Clemenceau (1841-1929)
Este político francês, republicano radical, anticlerical e anticolonialista foi um ministro do Interior de linha dura. Em 1914 se negou a integrar o governo de unidade nacional ou da união sagrada de René Viviani. Em 1917 o presidente Raymond Poincaré o nomeou presidente do Conselho (primeiro-ministro).
O “Tigre”, que tinha 76 anos, estimulou o esforço de guerra e ganhou popularidade ao visitar as trincheiras. Sua frase preferida era “Alemanha pagará”. Foi inflexível na imposição de condições leoninas a Berlim durante as negociações do Tratado de Versalhes ante os aliados americanos e britânicos, mais abertos a concessões.
– David Lloyd George (1863-1945) –
Em agosto de 1914, este liberal britânico era ministro da Fazenda e pacifista, mas acabou defendendo a guerra e se tornou um propagandista.
Foi ministro de Guerra e em 1916 primeiro-ministro. Considerado em seu país o homem que venceu a guerra, representou o Reino Unido na Conferência de Paz de Paris de 1919 e no Tratado de Versalhes.
– Lenin (1870-1924)-
Lenin (Vladimir Ilyich Ulyanov), militante revolucionário, viveu quase sempre no exterior até 1917 e participou ativamente na estruturação do movimento operário.
Foi contrário à “guerra imperialista” que explodiu quando estava na Áustria. Voltou à Rússia em fevereiro de 1917 com a cumplicidade dos alemães, que acreditavam que sua presença enfraqueceria o inimigo, Rússia.
Lenin foi o principal líder da insurreição que desembocou na “Revolução de Outubro”. Era partidário de uma paz imediata com a Alemanha. Mas Leon Trotski, comissário do povo para Relações Exteriores, discordava.
Em 15 de dezembro, Lenin assinou em Brest-Litovsk (Bielorrússia) um armistício com os alemães que acabou com os combates. Em 3 de março de 1918 assinou um tratado pelo qual a Rússia perdia grande parte de seus territórios ocidentais para a Alemanha (Polônia, Países Bálticos, Finlândia…) e mais de 30% de sua população.
Lenin presidiu a União Soviética até sua morte, mas a saúde precária fez com que perdesse poder a partir de 1922 para Josef Stalin.
– Mustafa Kemal “Atatürk” (1881-1938) –
Este coronel e depois general otomano teve um papel importante na vitória contra os Aliados na campanha de Galípoli, ou batalha dos Dardanelos, em 1915.
Na época virou a principal figura do movimento nacional turco, contrário ao Tratado de Sèvres assinado em agosto de 1920 entre os Aliados e o sulão Mehmet VI e que ratificava o desmantelamento do império otomano e da Turquia.
Sob seu comando, o exército turco reconquistou a Armênia, o Curdistão e a Cilícia, retomados dos Aliados, expulsou os gregos que haviam ocupado Anatólia e retomou o controle de todo o país.
Chegou ao poder em 1920 e é considerado o pai da Turquia moderna.