Coração italiano

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 12/06/2021 07:15                                                             REDAÇÃO/CIDADANIA GLOBAL

Eliete escolheu viver na Itália e fez desse país o palco para atuar em prol da felicidade das pessoas

Reprodução/Foto-RN176 Eliete atuando na recepção na sede da Soka Gakkai em Milão – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Eliete parte de São Paulo para Milão, Itália, em 1987, quando dá os primeiros passos na carreira internacional como modelo. Ela, que havia cursado biomedicina na faculdade, apostou na nova chance que se abria. A escolha certeira rendeu-lhe desenvolvimento profissional e uma paixão por esse país que já dura quase vinte anos. “Estava dividida em qual profissão seguir; então, quando recebi a proposta para trabalhar em Milão, nem acreditei! Logo de início, eu me identifiquei bastante com a cidade e voltei decidida a morar lá. Isso aconteceu alguns anos depois, e agora trabalho numa condição melhor. Consegui contratos em vários países da Europa e no Japão. Também trabalhei num programa de televisão muito conhecido na Itália”, conta.

Ela complementa: “Eu não sabia falar o idioma italiano muito bem assim, tinha sempre um dicionário comigo; anotava as palavras novas e treinava a pronúncia. Apesar das dificuldades, estava feliz por ter fixado residência em Milão. E sempre voltei ao Brasil nas férias”.

Numa dessas ocasiões, em 1990, Eliete tem o primeiro contato com o budismo, por intermédio de uma prima: “Fiquei muito empolgada com a possibilidade de transformar tudo por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, mas perdemos o contato.

Reencontrei o budismo somente em 2002, em Milão, quando participei de uma atividade da Soka Gakkai a convite de uma colega. Meses depois, uma amiga nossa em comum me convenceu a participar de outro encontro com a justificativa de que comeríamos uma pizza naquela noite (risos). Eu me senti tão acolhida que decidi recitar daimoku a partir daquele dia. Não demorou muito e conquistei meu primeiro objetivo, ao conseguir um espaço mais confortável para morar com a venda do meu apartamento”, relembra.

A prática budista traz para Eliete mais otimismo e confiança e, aos poucos, ela se integra à organização: “Ingressei na Soka Gakkai e passei a participar de muitas atividades — em especial, as que aconteciam em Trets, França, às quais se reuniam representantes de diferentes países da Europa, em cursos de aprimoramento. Pouco tempo depois, assumi a liderança de uma comunidade. Além disso, ajudava na limpeza da sede e na recepção dos membros. Sentia que os líderes confiavam em mim”, cita.

Reprodução/Foto-RN176 Com integrantes da Divisão Feminina da localidade – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Em paralelo, ela se desenvolve profissionalmente, passando a atuar em outras áreas além da moda: “Após trabalhar num showroom, dedicando-me a aprender ao máximo sobre vendas, decidi me tornar vendedora. Enviei um currículo para uma grande marca italiana de moda e fui aceita! Fiquei superfeliz! Conciliei o trabalho de modelo com a grife durante catorze anos, até ser demitida. Porém, não me desesperei. Não demorou muito e fui contratada por outro canal de televendas, em que continuo até hoje. Sabe, o bom de praticar o budismo é que você vence os obstáculos com elegância (risos)”.

Na organização não é diferente, e ela se destaca, incentivando as pessoas e avançando com disposição e confiança: “Ingressei no grupo da Divisão Feminina que cuida da limpeza das sedes. Uma vez por mês, faço a limpeza da sede de Milão. Durante a pandemia, são duas integrantes por vez, e dedico meu tempo com toda a gratidão de realizar um trabalho para os membros e para o kosen-rufu. Por outro lado, na localidade, atuei durante cinco anos numa comunidade que cresceu e deu origem a outras. Fiz parte da fundação da Comunidade Re Leone, Siddharta e, então, da Comunidade Ginza, da qual sou líder. Os membros são muito unidos e, uma vez por mês, temos um encontro equivalente à reunião de palestra. Escolhemos um tema e estudamos com base nos escritos de Nichiren Daishonin. Também há relatos, em que cada um pode expressar o que está sentindo. Assim, ninguém se sente sozinho e pode superar os desafios que está enfrentando”.

Reprodução/Foto-RN176 No canal de televendas em que trabalha. As fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Eliete, que recentemente passou por um procedimento cardíaco cirúrgico com sucesso, comemora: “Venci novamente!”. Então, continua: “Fazer parte desse movimento [pelo kosen-rufu] no país que escolhi para viver me dá muito orgulho. Meu desejo é seguir compartilhando essa filosofia budista, que me proporciona tanto, com o máximo de pessoas. Pois, foi por meio da prática do budismo que me tornei mais forte, atribuindo um significado maior aos meus objetivos. Isso é felicidade!”, conclui.

No topo: Eliete atuando na recepção na sede da Soka Gakkai em Milão