ROTANEWS176 22/09/2023 16:00 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Construindo a boa sorte com ação vigorosa, o jovem Lucas encara a timidez e triunfa em tudo.
Reprodução/Foto-RN176 Lucas Tabata Motizuki, na BSGI, é responsável pela Divisão Masculina de Jovens do Distrito Jardim Brasília, RM Arthur Alvim, CCLP
Crescer no ambiente Soka me faz potencializar minha capacidade, descobrir novas habilidades e converter medos em renovada disposição de ser feliz. É meu exercício diário. Eu me chamo Lucas Tabata Motizuki, sou de São Paulo, tenho 20 anos. Pertenço à quinta geração de praticantes da minha família, e sempre ouvi de todos os familiares que nascer em um lar budista representa muita boa sorte, mas principalmente comprovar a razão dessa boa sorte, em nossas ações na construção de uma vida digna.
Reprodução/Foto-RN176 Lucas está com o pai, Makoto, a mãe, Débora, e o irmão Gustavo
Foto: Arquivo pessoal
Desde menino, portanto, fui estimulado à convivência Soka, exercitando-me nas atividades de base e, em especial, na banda masculina Taiyo Ongakutai, a partir dos 9 anos até hoje. Um período no qual a força da amizade e o treinamento de vida me conduzem a uma existência de valor. Essa é minha convicção.
A timidez é um desafio que sempre busquei transpor. Só quem passa por isso sabe. E na juventude é algo que limita em muito nossas relações sociais, trabalho, enfim. Daí o orgulho que sinto em fazer parte da Soka Gakkai, cuja força de incentivo gera um ambiente no qual podemos ser nós mesmos, e avançar, no tempo de cada um.
Vou contar um episódio marcante. Em dezembro de 2019, fui nomeado responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de comunidade. Na primeira reunião, faria as palavras de agradecimento. Algo simples para alguns, mas não para mim. Ao ser anunciado, levantei-me, respirei fundo e simplesmente não consegui me expressar. Paralisei. Lembro-me de minhas mãos suadas e trêmulas. No entanto, os olhares de carinho dos meus companheiros me abraçaram. Decidi que venceria essa condição.
Reprodução/Foto-RN176 Motizuki na interação com os jovens de sua localidade –
Foto: Arquivo pessoal
Vitórias e eterna gratidão
Decidi cursar uma faculdade e que conseguiria uma bolsa, objetivo conquistado com muito estudo, determinação e daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo). Iniciei em 2020 minha graduação em estatística, com isenção de mensalidade. Atualmente, estou no último semestre e já projeto realizar pós-graduação na sequência.
Quanto ao trabalho, buscava meu primeiro emprego, com a meta de ser um estágio em uma empresa onde eu pudesse me desenvolver ao máximo. Fiz algumas entrevistas e, na maioria das vezes, era reprovado pela dificuldade de me expressar. Em fevereiro de 2021, tinha em vista uma entrevista em uma multinacional francesa, mas, no mesmo período, testei positivo para Covid-19. Maldades surgem sempre. Pensei em desistir, porém, logo me veio à mente as palavras do Mestre: “Desistir no meio da corrida ou retroceder é o mesmo que ser derrotado. Não importando quanto seja doloroso, perseverem sempre e avancem”.1
Com esse sentimento, finalizei a entrevista. Depois de algumas semanas, recebi a notícia de que a vaga era minha. Que alegria! Após um ano de trabalho na empresa, meu coração pedia avanço, e voltei a realizar entrevistas de emprego, agora seguro de minhas potencialidades. Fui aprovado em todas e optei por trabalhar na área de inteligência de negócios de um banco, na qual me desenvolvi profissionalmente como nunca.
Reprodução/Foto-RN176 Na Academia Índigo Juventude Soka do Brasil –
Foto: Arquivo pessoal
Em dezembro de 2022, fui nomeado responsável pela DMJ de distrito e, em minha primeira reunião, relatei sobre aquele dia crucial em 2019 e sobre a minha evolução a partir daquele momento para vencer a timidez. Seja no ambiente de trabalho, apoiando os estudantes do Taiyo Ongakutai em um ensaio técnico, seja atuando dentro da organização de base, estou sempre me desafiando a dialogar com todos e a expor minhas ideias.
No ano passado também, descobrimos que minha avó paterna, Laurinda Motizuki, estava com câncer. Foram seis meses muito desafiadores, e ela pôde morar os últimos quatro meses em minha casa. Momentos preciosos. Diariamente, eu saía para trabalhar e ela, mesmo acamada, me desejava um bom shigoto (“trabalho”, em japonês), com um sorriso que inspirava meu dia. Ela foi uma guerreira que lutou por toda a vida, ultrapassando a tudo com base na prática da fé e pôde solidificar a família Motizuki com muita harmonia. Eterna gratidão!
O futuro é de esperança
Uma semana após o falecimento da minha avó, tive a oportunidade de participar da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, nome dado pelo próprio Ikeda sensei. Foi uma atividade extraordinária, na qual renovei meu juramento de avançar e vencer. Dentre os pontos e as decisões, resolvi me empenhar na leitura dos volumes da Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda. Algo bem difícil para uma pessoa que durante a vida tinha lido apenas dois livros. Determinado, finalizei doze volumes até o momento, com o objetivo de concluir a leitura da coletânea até o fim do ano que vem. Sempre recorro aos incentivos do Mestre, que fala direto com nosso coração.
Reprodução/Foto-RN176 Com os integrantes da banda Taiyo Ongakutai –
Foto: Arquivo pessoal
Em março deste ano, tive a chance de atuar na comissão de preparativos da 2ª Academia Índigo, uma experiência sensacional. Em uma das reuniões da comissão, fui incentivado a conquistar uma vitória até o dia da atividade, então decidi que obteria uma vaga efetiva em minha área. A vitória foi dupla, pois conquistei vagas em duas empresas, optando no final por aquela voltada para a implementação de tecnologias educacionais. Estou muito feliz!
Em três anos, quantas conquistas somei sendo um jovem de 20 anos, e tudo porque estou construindo a boa sorte com base na prática da fé e com o desejo de corresponder ao Mestre. Tudo parecia impossível. No entanto, com muita determinação e sem deixar a maldade interna me fazer desistir, sigo avante. Tal como o lema eterno do Ongakutai, “Ao som da minha luta, eu busco a paz”. Muito obrigado!
Lucas Tabata Motizuki, 20 anos. Analista de dados. Na BSGI, é responsável pela Divisão Masculina de Jovens do Distrito Jardim Brasília, RM Arthur Alvim, CCLP.
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 1.756, 24 jul 2004, p. A4.
Fotos: Arquivo pessoal
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO