ROTANEWS176 E POR AFP 21/04/20 16h45
Reprodução/Foto-RN176 Numa estação ferroviária de Seul, uma mulher assiste na televisão um noticiário com imagens de Kim Jong Un, em 21 de abril de 2020 – AFP
A Coreia do Sul minimizou as notícias de que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, teria se submetido a uma cirurgia recentemente, enquanto alguns observadores se perguntam o porquê de sua ausência em um importante evento nacional na semana passada.
Em 15 de abril, Pyongyang comemorou o aniversário de nascimento do fundador do regime, Kim Il Sung, avô de Kim, mas apesar de ser a data mais importante no calendário político anual, Kim não aparece em nenhuma das fotografias divulgadas pela imprensa oficial.
O Daily NK, um meio de comunicação digital administrado principalmente por desertores norte-coreanos, afirma que Kim teria sido operado em abril por conta de problemas cardiovasculares e estaria se recuperando em uma mansão na província de Phyongan do Norte.
“Fumo em excesso, obesidade e sedentarismo levaram ao tratamento cardiovascular urgente de Kim”, reporta o site, citando uma fonte norte-coreana não identificada.
A informação não foi confirmada, mas provocou uma enxurrada de especulações.
Citando um alto funcionário dos Estados Unidos, a CNN reportou que Washington está “estudando relatórios” segundo os quais Kim Jong Un estaria “em estado grave após a cirurgia”, sem dizer se esses “relatórios” são na verdade o artigo do Daily NK.
“Não temos nada a confirmar e nenhum movimento específico foi detectado na Coreia do Norte”, segundo um comunicado da presidência sul-coreana.
Algumas autoridades da Coreia do Sul questionam a credibilidade das informações do Daily NK.
A agência de imprensa sul-coreana Yonhap considerou, citando declarações de um alto funcionário do país que não quis revelar sua identidade, que as informações que indicam que Kim estaria gravemente doente “não são verdadeiras”.
A última aparição pública de Kim registrada em fotos oficiais foi em 11 de abril, quando ele presidiu uma reunião do gabinete político do partido, durante o qual havia pedido medidas mais rigorosas para combater o novo coronavírus.
Pyongyang, que fechou suas fronteiras e aplicou restrições populacionais, alega que não registrou nenhum caso da COVID-19.
Não é a primeira vez que a ausência de Kim gera todo tipo de especulação. Em 2014, ele não foi visto por seis semanas e posteriormente reapareceu com uma bengala.
Os serviços de inteligência sul-coreanos citados pela agência Yonhap disseram na época que ele tinha sido operado para remover um cisto do tornozelo.
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que lida com questões inter-coreanas, e o Ministério da Defesa se recusaram a comentar.
A China, apoio diplomático e principal fornecedor de mercadorias para a Coreia do Norte, também não quis se aprofundar na questão.