ROTANEWS176 14/12/2024 12:35 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Com ações voltadas a transformar o ambiente do seu bairro, a carioca Shaynne empreende uma juventude de valor.
Reprodução/Foto-RN176 Shaynne posa descontraída – Arquivo pessoal/ reprodução
Quando perguntam o que me deixa mais feliz, digo que é saber da potência que somos em fazer a diferença, onde estivermos. Eu sou a Shaynne da Silva Pereira, tenho 21 anos. Moro no Rio de Janeiro, no bairro de Inhaúma, com seus dois contrapontos. De um lado, destaca-se por sua grande importância histórica nas épocas do Brasil Colônia e Brasil Império. Do outro, é apontado negativamente pelo aumento da criminalidade.
Em outra situação, minha infância e juventude teriam sido tolhidas de sonhos, mas cresci na Soka Gakkai, organização que abraçou minha família, por intermédio da minha avó Maria Rosa Pereira. Faço parte da terceira geração familiar de membros budistas, mudando a rota do nosso destino. Compartilho um pouco da minha jornada, com gratidão.
Reprodução/Foto-RN176 Shayne desfilando com as companheiras da banda Asas da Paz Kotekitai, no Rio de Janeiro – Arquivo pessoal/ reprodução
Ambiente inspirador
Desde criança, meus pais me incentivaram a participar de reuniões, visitas e grupos horizontais. Graças a isso, integro a banda Asas da Paz Kotekitai, na qual toco saxofone. Observadora, admirava cada detalhe dos diálogos, num ambiente de muita felicidade. Com o tempo, passei a ler mais, a estudar essa filosofia transformadora do Budismo Nichiren, e a conhecer a força da Soka Gakkai no mundo por meio dos incentivos do presidente Ikeda. Como tema central dos romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, ele selou: “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.1 Esse brado de Ikeda sensei me fez despertar.
Reprodução/Foto-RN176 Shayne com os pais Vanderléa e Jonas Pereira – Arquivo pessoal/ reprodução
A passividade não combina com a Juventude Soka do Brasil. Em 2023, abraçamos a proposta de ampliar a filosofia do humanismo Soka em cada localidade, culminando na consolidação dos cem jovens humanistas por distrito. Mais que atingir números, para mim, foi uma grandiosa oportunidade de descruzar os braços, olhar ao redor e agir.
A magia da leitura
Por acreditar no poder da educação, do afeto e da atenção com as crianças, ao observar que, na minha comunidade, várias delas passavam o dia inteiro na rua, orei Nam-myoho-renge-kyo, determinando contribuir de alguma forma. Foi assim que surgiu o projeto “Magia da Leitura Kids”, com o intuito de incentivar as crianças à leitura e levá-las ao mundo de possibilidades, sonhos e criatividade. Reunia cerca de quinze a vinte crianças, toda quinta-feira, no terraço da minha casa. Lendo histórias da literatura infantil e juvenil brasileira, ao final, eu sempre disponibilizava um lanchinho por mais simples que fosse. Que experiência maravilhosa! A alegria maior foi receber agradecimentos das mães pelos filhos terem passado no ano letivo. E, dessa maneira, nós nos conectamos ainda mais.
Reprodução/Foto-RN176 Shayne com crianças no projeto de leitura que desenvolve no seu bairro – Arquivo pessoal/ reprodução
Depois, em setembro, veio a atividade das Olimpíadas do Budismo, organizada pela RM Abolição, ocasião em que atuei nos bastidores. Houve a participação de 35 crianças, entusiasmadas pela nova experiência. Esse foi um dos meus dias mais felizes, ao observar a alegria e o brilho no olhar delas. Isso me trouxe um sentimento de determinação, de missão e de devotar a minha vida ao kosen-rufu, a tradução fiel de contribuir para a felicidade das pessoas.
Construir uma nova era
Em 2024, o entusiasmo só aumentou, pois tínhamos a Convenção dos Jovens pela frente e até lá concretizarmos o objetivo dos cem jovens por distrito. No meio de tudo, claro, muitas adversidades, mas sem forças para quebrar meu ânimo e minha disposição. Em março, na reunião do Distrito Inhaúma, no qual atuo como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), levamos 32 crianças à sede regional. Não foi uma tarefa fácil, mas vencemos. Ao final, deixei cartõezinhos do Nam-myoho-renge-kyo em cada cadeira. Nos meus agradecimentos, expliquei o significado da oração e disse que não era obrigatório ninguém repetir. Contudo, eu me surpreendi, com todos, em uníssono recitando daimoku sansho (recitação do Nam-myoho-renge-kyo três vezes).
No dia 10 de maio, após muita dedicação, conquistamos o objetivo dos cem jovens no distrito. Duas semanas depois, participar da Convenção da Juventude Soka,em São Paulo, SP, foi incrível. Além de compartilhar em vídeo minhas experiências com as crianças do meu bairro, estar ali conectada a milhares de jovens, todos por um mesmo ideal, fez meu coração se agigantar. Renovei meu juramento de agir no lugar do Mestre. Assim venho fazendo, vencendo os desafios que se apresentam. Decidi seguir carreira de psicóloga e estou prestando vestibulares com muita confiança.
Determinar a vitória de 2025 para mim é poder retomar ao ponto primordial da minha missão, unida ao juramento que meu eterno mestre nos legou: “Vamos ao imenso oceano da nova era! Oh, jovens, com sua força e paixão, coragem e sabedoria, descortinem a nova alvorada da esperança do mundo! Por existir a Divisão dos Jovens, mestre e discípulo vencerão”.2
Agradeço a todos os que estão sempre ao meu lado, sem exceção, nunca me deixando esmorecer e mostrando quanto a vida é maravilhosa quando se tem um mestre da vida. Ikeda sensei, conte comigo!
Shaynne da Silva Pereira, 21 anos. Trancista e recepcionista telefônica. Na BSGI, é vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens do Distrito Inhaúma, RM Abolição, CRO.
Assista
Se você é assinante digital, assista o vídeo da Shaynne publicada na série “Vidas que inspiram”, no BS+ ou no site clicando aqui.
No topo: Shaynne posa descontraída. Foto: Arquivo pessoal/ reprodução
Notas:
- IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 17. Para mais detalhes da obra clique aqui.
- Brasil Seikyo, ed. 2.158, 1o dez. 2012, p. B2. Acesse a edição pelo site da EBS clicando aqui.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO
